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Madrugada. Solidão. Lembranças insistem em permanecer. Tudo faço para assassiná-las. Ainda assim, não consigo. Machuca o coração. Até quando, me pergunto. Se eu soubesse a resposta, soubesse o tempo, soubesse a hora, ficaria muito tranquilo. Extremamente calmo. Eu saberia como seguir a vivência.

Lembrei de uma noite, abraçados, comentando coisas da vida, traçando o futuro, recordando como ficamos, como nos conhecemos, como nos beijamos. Como foi bom. Mas agora, o amanhã, cadê? Sim, me pego ouvindo o Camelo nesses momentos. O Otto, no entanto, tenta me confortar. Na letra de "Seis Minutos", eu procuro auxílio. "Não precisa falar nem saber de mim. E até pra morrer, você tem que existir... Nasceram flores, num canto de um quarto escuro, mas eu te juro, são flores de um longo inverno. Isso é pra morrer... Seis minutos, instantes, acabam a eternidade. Isso é pra viver, momentos únicos, bem juntos, na cama, de um quarto de hotel e você me falou de uma casa pequena, com uma varanda, chamando as crianças pra jantar". Dói.


Eu sei que faz tempo. Não devia nem estar pensando mais. Isso é para morrer. E é exatamente isso que a cada dia me mata um pouco. Se a dor do fim de um amor é uma das piores coisas que alguém pode sentir, que merda, pois ainda continuo no ranking do Clube do Coração Partido.

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 

Férias

Finalmente curtindo as merecidas férias. O período de descanso é necessário. Aos poucos, estravasso o cheio a fim de alcançar o vazio. E assim vou enchendo novamente os novos cheiros, os novos sentimentos, as novas experiências e as novas mudanças. Tudo acompanhado ao som das ondas do mar, do oceano que banha as costas da Ilha do Mel. É incrível como este lugar me traz vigor, me renova. Por mais que sejam poucos dias, o proveito recicla a vontade de batalhar por mais um ano em um lugar que ainda não me encontro, não me solto, não exploro. Agora é sentar e relaxar o gozo de outras estações, ainda indefinidas nos planos e projetos que ainda não esbocei. Enquanto isso vou aproveitando as músicas que vão fazendo o meu verão. A nova bolacinha do Max de Castro não decepciona. Nem a coletânea do Blur. Mas o som da estação que vigora mesmo é o primeiro CD da Lauryn Hill. Uma delícia. E eu que achei que ia ouvir muito Jack Johnson. Que engano exacerbado. Ainda bem que errei.
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.