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Com mais de 30

Fato da semana: completei 30 anos. Bem sobrevividos, diga-se de passagem. E nesta hora, o que me vem à cabeça é aquela música do Marcos Valle, que diz assim:

Não confie em ninguém com mais de trinta anos

Não confie em ninguém com mais de trinta cruzeiros

O professor tem mais de trinta conselhos

Mas ele tem mais de trinta, oh mais de trinta

Oh mais de trinta

Não confie em ninguém com mais de trinta ternos

Não acredite em ninguém com mais de trinta vestidos

O diretor quer mais de trinta minutos

Pra dirigir sua vida, a sua vida

A sua vida

Eu meço a vida nas coisas que eu faço

E nas coisas que eu sonho e não faço

Eu me desloco no tempo e no espaço

Passo a passo, faço mais um traço Faço mais um passo, traço a traço

Sou prisioneiro do ar poluído

O artigo trinta eu conheço de ouvido

Eu me desloco no tempo e no espaço

Na fumaça um mundo novo faço Faço um novo mundo na fumaça

Não confie em ninguém...

Eu fui professor, acho que já tive mais de 30 cruzeiros, não lembro, nunca tive mais do que 30 vestidos, muito menos ternos. Mas já tive um diretor que quis mais de 30 minutos para dirigir a minha vida. E eu neguei.

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Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
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