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Reinventar

Eu vejo que estou recomeçando ou procurando motivos para isso. Vou aproveitar a nova idade para me reencontrar, não ser tão tolo naquele processo sentimental que chamamos de amor.

Teve a turbulência de uma traição, a falta de carinho, o aproveitamento da fraqueza e a exploração da amizade, como se fosse uma forma de castigo por um passado totalmente errado. Tudo isso ocasionou a fritura do meu cérebro, o aumento de uma doença e uma ferida enorme no peito cuja cicatrização não ocorre. Sofri com tamanha dor cada segundo que eu via o relógio consumir. Passei um tempo sem contato, tentando o esquecimento a todo custo. Falhei.

Por um deslize do meu coração, voltei a conversar contigo. Você veio com palavras frágeis, dizendo que sofria saudades, que gostaria de uma reaproximação. O idiota do outro lado, no caso, eu, aceitou. E, novamente, sentiu os calcanhares se quebrarem. Tentei ser próximo, mas o sentimento me machucava.

Depois de uns meses, com as chagas ainda escorrendo, eis que um outro alguém surge na vivência, repleto de dizeres carinhosos, gostos próprios, tranquilidade e safadeza, tudo ao mesmo tempo. Paixonite, no início, eu pensava. Mas o gostar foi amadurecendo de um dia para outro, como se fosse uma explosão sônica. Houve o sexo e a certeza: uau.

Lógico que a perfeição não se faria presente, afinal, estamos falando da minha pessoa, um azarado quanto ao amor. Existia uma terceira pessoa e eu sabia. Não devia ter começado nada antes de um rompimento. Nunca quis ferir ninguém, avacalhar com o sentir, ser estorvo do outrora ou culpado do fim. No entanto, eu fiz, tirando o último item. O detalhe que a parte que lhe cabia não foi cumprida e senti um desrespeito para com os meus sentimentos. Coisas assim, nem animais. Eu continuo a respeitar e a te amar, mas tenho uma tremenda confusão em meu córtex que preciso romper e reiniciá-lo. Seria perfeito contigo. Não posso, infelizmente.

Agora, depois de dois amores estraçalhados, eis que vem o período mais difícil, eu sinto. Vou seguindo um passo por vez e procurando o eu que perdi. Vai ser complicado... Está no momento de se reinventar.

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.