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É uma cansei que me embaça. Os olhos já não acompanham mais os movimentos dóceis da sensbilidade visual. Os carros viram flashes. As luzes, pontos míopes. As pessoas nem existem. O descanso vem à cabeça em uma imediata delícia de sono que não se faz presente. O caos cerebral distorce a realidade dos pensamentos simples que acabam se tornando difíceis equações aritméticas. A angústia procura um canto para um cochilo, mas falta colchão de gratidão. O momento é inoportuno.

A areia surge na visão. Novamente a insônia é presença garantida nessa tarde azeda que infla pelo término. É uma grande merda a sobrevivência sem razão. Os perdedores dariam vazão se não estivessem mortos. A solução em forma de bala na cabeça está longe de ocorrer. A opção mais aceitável é o sono perdido em um sonho acordado.

A vontade é de mandar um sonoro e bem pronunciado "tome no olho do seu cu". Lindo verso de descarga de banheiro público. Como é bom extravasar pela boca com a ajuda da língua e de uma voz crescente.

Falta talento em algumas horas. Nas outras, há o excesso. O equilíbrio, no caso, não fica presente. Infelizmente, a ausência não pode ser considerada uma qualidade. Em certos políticos até funciona.

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.