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E a vida se fez de louca, arrancou pela boca o coração e desperdiçou inúmeros momentos de alucinação. Arrastou-me para o espelho a figura invertida, me abriu uma ferida na perna esquerda e se transpôs em clorofila. Insetos medonhos expulsam as cáries dos meus dentes enquanto a canção que toca na hora errada é de uma lésbica apaixonada pela metáfora dos cabritos.
A faísca do retardado insiste em achar a resposta complexa do achado, mas são de idiotices que as luzes das incertezas aproveitam os vômitos dos condenados a fim de concluir burrices de absurdo. O traçado paralelo pulsa com disritmia e tropeça em um buraco que acaba com a tese. Os outros ainda procuram chamar e desistem por estarem atordoados. Mensagens cifradas cospem do retrato a poesia com sabor de asco que o asno rosna em um roçar de vocais.
O trunfo do fluxo de escárnio escorre pela boca que se esconde por ter razão da fúria do provérbio claustrofóbico. A ave em fogo sobrevoa o arquipélago dos perdidos que encontrados acenam beijos ao luar.
E a vida se fez de louca.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Rodopie linda com o seu vestido febril. Deixe as flores atingirem o seu rosto. Dancemos ao som de City Pavement. Fotografemos as faces em frias manhãs. Deitemos de novo em um ninho de edredon. Deslize devagar pelo meu pulso acelerado. Respire meu ar. Um café da manhã em Vênus, acordando em Elizabethtown, como se fosse uma lenda. Ao lado do universo, ninguém tira as nossas chances. Temos sempre mais um habana blues, um tango, uma dança suja. Uma nova canção desesperada para apreciarmos. Um eterno registrado. Cada qual. Cada em si. Em mi maior.