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Qual o problema em ser direto?

Tudo ia bem. Vocês nem se conheciam pessoalmente, mas começaram a conversar pelo Facebook. Depois passaram para o WhatsApp. Trocaram fotos de momentos diários, de comidas, de filmes e de seriados. Falaram sobre signos, ascendentes e sol em virgem ou sagitário. Chegaram até a trocar confidências e preferências sexuais, tudo com o intuito de saberem mais sobre si, antes de trocarem fluidos. De repente até mandaram uns nudes. Aliás, esses dias, estava conversando com um amigo e nos indagamos: as pessoas tem tanta pressa hoje em dia que já querem se ver nuas de cara, sem mesmo precisarem estar cara a cara. Coisas de Snapchat. E, talvez, por causa dessa urgência, depois que acontece o sexo, de fato, as coisas ficam efêmeras. 
É a partir daí que tudo o que ia bem, desanda que nem maionese feita por mulher menstruada. As fotos dos momentos diários não são mais mandadas, quem dirá uma foto de algum café gelado com uma coxinha recheada com cheddar. Os signos começam a se desentender e o que era calor vira um gelo da Sibéria. Você tenta entender o sumiço repentino da pessoa, percebe que ela visualiza sua mensagem, mas nem sequer se permite a mandar um emoticom. Começa a pensar asneiras, besteiras, sandices. "Será que o sexo não foi bom?", "O que será que aconteceu?", "Não curtiu o meu papo?", "Não gostou dos meus carinhos?", "Não gostou do meu olhar", "Não gostou de eu ter dado atenção demais?". "Me mostrei apaixonado e isso causou medo?". E só para deixar claro, não era não. Era apenas interesse. Só isso. Simples. Bem simples. Não precisava dizer, numa segunda-feira, que no próximo final de semana estaria ocupado, já dando a dica para não convidá-lo a nada. Ok, a gente entende. 
Mas, o que eu quero dizer: cara, nada melhor do que ser direto. Não precisa de rodeios, não precisa de floreios, pode mostrar o desinteresse na cara. Pode magoar? Claro que sim. Contudo, melhor isso do que alimentar o pensamento, pois isso é culpa sua, e também do pensante. Porém, se você pode ajudar, sendo certeiro e, acima de tudo, sincero, ajuda bastante, não engorda, não dá espinhas e alivia a mente do outro. 

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 

Férias

Finalmente curtindo as merecidas férias. O período de descanso é necessário. Aos poucos, estravasso o cheio a fim de alcançar o vazio. E assim vou enchendo novamente os novos cheiros, os novos sentimentos, as novas experiências e as novas mudanças. Tudo acompanhado ao som das ondas do mar, do oceano que banha as costas da Ilha do Mel. É incrível como este lugar me traz vigor, me renova. Por mais que sejam poucos dias, o proveito recicla a vontade de batalhar por mais um ano em um lugar que ainda não me encontro, não me solto, não exploro. Agora é sentar e relaxar o gozo de outras estações, ainda indefinidas nos planos e projetos que ainda não esbocei. Enquanto isso vou aproveitando as músicas que vão fazendo o meu verão. A nova bolacinha do Max de Castro não decepciona. Nem a coletânea do Blur. Mas o som da estação que vigora mesmo é o primeiro CD da Lauryn Hill. Uma delícia. E eu que achei que ia ouvir muito Jack Johnson. Que engano exacerbado. Ainda bem que errei.
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.