O carisma escorrendo pelo rosto como se fosse uma maquiagem vagabunda. A lua lamuriando um abandono desnecessário. E os gerúndios correndo soltos no amanhecer. O fruto do amor comido pelos dentes fortes. O abraço interrompido como uma virgem estuprada. O caos ao sal com sabor forte de vodca falsificada. A voz do Sérgio Sampaio narrando a figura e o coração explodindo sangue contaminado pela Hepatite. O dilema do cantar desafinado querendo a atenção necessária, mas o vácuo da memória implantou cifres esplêndidos. O primeiro raio de sol rebatendo na face, enquanto a penúltima lágrima suicida desaba do carisma escorrido do rosto, como se fosse uma maquiagem vagabunda comprada em catálogo on-line.
É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.