Dá vontade de gritar. Vontade de fugir, vontade de partir e de desistir. Dá vontade de fumar mais, de beber mais e de comer mais. Dá vontade de não dar satisfação, de não trabalhar mais e de não se envolver mais. Dá vontade de reiniciar tudo, de ser niilista, de se revoltar e de agir como o Coringa do Heath Leadger. Dá vontade de rir para o despero, de não se apegar e de tocar o foda-se. Mas aí você tem a certeza de que é nascido do signo de virgem simplesmente porque pensa demais.
Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.