Despedida. Nunca é fácil. Fica um caroço desgraçado na garganta e umas coisas líquidas nos olhos. Não sei qual o momento mais difícil, o último abraço ou o carro partindo. Sei lá. Já foram tantas que deveria estar acostumado. Mas nunca estamos. Algumas são deveras horríveis, sobretudo àquelas quando alguém sai magoado, quando a despedida fica perdida, não finalizada como deveria. Se é que deveria. Essa foi uma. Em outras ocasiões, o tchau é feliz, mesmo que triste, algo bipolar. Porém, saber que a pessoa está buscando a sua lenda pessoal, o viver constante e tocando o foda-se da segurança, é muito lindo acompanhar, torcer e comemorar: vai lá guria, alguém está fazendo algo, pelo menos. E esse alguém é você!
É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.