Madruga insone, catacombe cerebral dos dizeres infernais. Da fumaça um beijaço que no sonho se encontra, ali, descoberto, com o úmido sereno abençoando em posição de feto. O som, lá distante, anuncia de um alto falante mais uma canção angustiante. Mas, aqui, entreaberto, reverbera um acalanto oitentista que faz o longe passar vergonha.
Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.