Penso que o amor inconsequente é o amor absoluto. O tema, já descascado por vários, ainda rende muita renda para novos panos. E, quando tratado por um diretor jucundo como Wes Anderson, o bicho pega. "Moonrise Kingdom" possui e revela destreza que o sentimento, quando fugaz e sincero, emana na junção de dois corpos que se permitem em ser únicos.
O retrato figurado em arquétipos infantis, não obstante de atitudes da fase já conhecida, é cheio de lirismo e hiperbolismo que não ferem, só aguçam os olhos daqueles que se permitem gostar. Não por acaso, o amor é considerado o centro e, percebo, por isso a escolha do diretor em trabalhar uma fotografia e uma cenografia baseada em elementos centralizados dentro do seu quadro (câmera). O resultado é unicamente belo e delicado, como a aventura que o amor é: expresso nas ressalvas dos personagens principais. Por isso que somente ele constrói, como frisavam determinados poetas.