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Vai doer

Derrame essa lágrima em sua taça de conhaque. Beba pelo amor que deixou escorrer pelos dedos, pelas entranhas, pelas castanhas em sua boca, pelo medonho que te acompanha nas madrugadas. Faça tudo lentamente, nem tente apagar rapidamente, que a criatura da dor será mais persistente.
O momento trará a carência, tenha certeza. Pegue na mão dela e vá passear. Abrace-a e durma de conchinha. Apesar de gelada, é necessária. E, quando novamente a lágrima cair, misture ao café e deguste.
Ao entrar no Facebook e vê-lo com seu o status de relacionamento alterado, vai doer. Com certeza você vai olhar o Mural dele. Vai doer. Lógico que olhará novamente suas fotos. Vai doer. Não terá remédio que ajude, nem o Rivotril para te ajudar a pegar no sono. Pegue seu pijama, faça um chá e vá dormir.
Ao caminhar na rua, com seu vestido dado de presente e, caso encontrá-lo com seu grupo de amigos, respire. Caso tenha força, encare. Caso não, fuja. Sua casa tem um sofá confortável e uma coleção de comédias românticas que ajudarão no sofrimento do momento. E, claro, vai doer.

Depois de alguns meses, talvez passe. Leva muito tempo para superar uma traição. Mas passa, No entanto, vai doer.


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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.
Rodopie linda com o seu vestido febril. Deixe as flores atingirem o seu rosto. Dancemos ao som de City Pavement. Fotografemos as faces em frias manhãs. Deitemos de novo em um ninho de edredon. Deslize devagar pelo meu pulso acelerado. Respire meu ar. Um café da manhã em Vênus, acordando em Elizabethtown, como se fosse uma lenda. Ao lado do universo, ninguém tira as nossas chances. Temos sempre mais um habana blues, um tango, uma dança suja. Uma nova canção desesperada para apreciarmos. Um eterno registrado. Cada qual. Cada em si. Em mi maior.
um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).