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Pois é, desculpe o auê

Fato

Fico sem jeito. Não sei ao certo como devo proceder, se converso ou se ignoro, se tento ser amigo ou mais um conhecido. Nesse momento uma ótima canção serve quase como mantra: "evitar a dor é impossível, evitar esse amor é muito mais, você arruinou a minha vida, me deixa em paz". Eu queria conversar normalmente, mas sei que a culpa é minha por não fazer isso, afinal não quero saber as verdades, com quem você está saindo, essas coisas. As mágoas ainda estão expostas e me sangram quase todo o dia. Dizem que se cura com outro amor. Que clichê mais destruidor. Talvez seja real. É o que estou tentando. De toda a maneira, vou deixar bem claro que sinto a sua falta, o seu abraço, o seu perfume. Sinto muito, mesmo não precisando sentir, afinal o culpado não fui eu. Sinto por você ter deixado de me amar, sinto por ter sido trocado, sinto por ter sido esquecido. Não quero me fazer de vítima. O fato é que sou. Infelizmente sou.

2012

Um exercício de paciência consigo mesmo através dessas horas bastardas que repulsam em glórias conquistadas. O lacrimejar evaparou e dispensou inúmeros deletérios. O som invade uma felicidade estranha até então não sentida, como se fosse uma preguiça jogada em uma rede praiana, com aquela brisa leve acariciando a pele. O sorriso surge fácil, delicamente doce pelos lábios molhados por suco e vodca . A criatura ao lado abre os olhos calmamente, depois de ter o sono velado durante horas. Pergunta se dormiu muito, o outro responde que foi um sono suficiente. Abraço repartido causa o presente momento, um primeiro depois de segundos, minutos e horas. O calor se torna extâse, que esquenta a cintura, libera as pregas e atrita os sexos. O exercício de paciência valeu a pena.

retrospectos_2011_3

Um pouco de tudo. Desilusões, mudanças, traições, amor, períodos de extrema felicidade, bebedeira, prêmios profissionais, novas amizades, uma linda sobrinha, tristeza, reflexões. 2011 foi o ano dos acontecimentos, de aprendizagem completa. Nem tudo pode ser perfeito e, exatamente por isso, que foi algo especial. Aquela impressão de que as coisas passaram rapidamente se faz presente neste momento, enquanto ouço Letuce e vou escrevendo essas linhas. Um esboço de sorriso me ajuda nas lembranças que não caberiam aqui. Ou melhor, até caberiam, mas a preguiça e a pouca vontade de citá-las são mais forte. Tenho muito a agradecer, até mesmo as decepções. Por você ter me traído e estraçalhado o meu sentimento e por o outro ter me conquistado e também ter me dilacerado. Não posso dizer que foi um ano bom para o amor, mas a quantia de força que conquistei com todo o sofrimento até que valeu a pena. Essas duas experiências fortaleceram a mente. É claro que também me enfraqueceu. A vida é assim mes...

retrospectos_2011_2

E então o amor se esfarelou ao sabor de um vento desgraçado, que quase arrancou a minha pele. Respirei fundo e encontrei novamente a fobia que somente os calmantes fizeram desaparecer. Você praticamente destroçou meu cerebelo, me confundiu, me enganou, me iludiu. Se tinha alguma causa, a única foi a maldade. Tentei compreender a situação e acredito que até tenha conseguido. Naquele dia, ao te encontrar no bar, a sua ignorância arrogante me trouxe certezas que já antes concluídas deram mais vazão. Mesmo assim, desejo que seja feliz. Passada a situação desagradável, explicações sofisticadas na sala da direção da faculdade e audições calmas das gravações da ouvidoria do seu namorado, refleti, me deram razão, e segui, como sempre. Novamente, aquela fraqueza se fez presente e toda a carência leonardiana se transportou para os mesmos braços. Idiota eu fui em acreditar que figurinha repetida preencheria o meu álbum. Fiquei o ano todo acreditando que o Shelter do meu braço daria motivos e cari...

retrospectos_2011_1

O momento de fraqueza daquele período que iniciou em maio e prosseguiu até agosto foi aproveitado ao máximo como aprendizado. Ligações eu recebi, ligações foram feitas na faculdade a qual eu trabalhava e muito desagrado aconteceu. Sem falar das ameaças. Percebi que não se pode confiar nas pessoas como outrora confiava. E, novamente, eu falhei. Até então, eu tinha achado que o amor poderia novamente me salvar, me retirar daquela tortura que estava dilacerando a massa cinzenta, fazendo o consumo de tabaco ser frequente demais e retirando toda a concentração necessária que eu precisava no trabalho. Eu estava dando vazão ao Neruda. "Si nada nos salva de la muerte, al menos que el amor nos salve de la vida". E qual foi a conclusão? Logo...

retrospecto_2011

Falhei. O início deste ano foi repleto de falhas e uma decepção que me cortou o cerne, jorrando aos prantos um sofrimento que eu achava ser interminável. O fruto da morte percorreu novamente as veias, mas pedi licença para ela, mandando-a embora. Mesmo assim segui viagem e quase surtei em um silêncio terrível que me maltratou as cordas vocais. Lembrei daquele período tristíssimo vivido pela Marina Lima e acabei me identificando ainda mais com o trabalho da cantora. Algumas de suas letras eram lembradas por mim como verdadeiros mantras de alcance para a paz. Os quatro primeiros meses foram de uma infinidade idiota de melancolia que escorria aos litros pelos canais. A desidratação era plena. O corpo se esvaziou. E, novamente, passei a desconfiar de tudo e de todos. Acreditei que depois daquela decepção, eu nunca mais seria capaz de dividir algo, fosse uma simples conversa ou um abraço camarada. A turbulência cerebral, controlada a base de muitos medicamentos, a cada hora se tornava pior....