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Wado e Realismo Fantástico

Tem uma banda que está causando sérios danos em meus tímpanos. Trata-se do Wado e Realismo Fantástico, mais precisamente, o álbum A Farsa do Samba Nublado. Os dois primeiros Cds, Manifesto da Arte Periférica e Cinema Auditivo, são ótimos. Porém, contudo, senão, o terceiro é essencial. Não me arrisco em dizer que é um dos melhores lançamentos dos últimos cinco anos.
Misture poesia com sacadas musicais de quilates ímpares, acrescente efeitos eletrônicos, ritmos brasileiros e referências pop. Uma belezura. Deixo no post a letra de Deserto de Sal, do disco A Farsa do Samba Nublado. Coisa rica.

Deserto de Sal (Wado/Alvinho)

Se a tristeza fosse tanta que permanecesse muda: então seria pior
Ainda há esperança no chorar soluçante, no cantar gritando
Nos ombros, como papagaios, carregava corvos
E dentro dos lábios o silêncio mudo
No peito um cemitério de ex-amigos mortos

E enterrar os mortos, desapegar dos ossos
Confirmava a vida o que é bom: desprendimento

Ainda há vontade de andar: o que é bom
E embotado nos olhos, o negrume vazava de dentro da carne

No peito um cemitério de velhos sonhos mortos
Nenhum plano vagava no deserto de sal
E num dado momento parecia até que o sol ia nascer
E era mais uma estrela decadente
No deserto de sal

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Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.