Pular para o conteúdo principal

Minha viagem do fim de semana...

Tudo começou tranqüilo. Eram 6h da madrugada. A viagem prometia doses homeopáticas de risadas. Não só prometeu como as gargalhadas realmente vieram. O ônibus chegou atrasado, mas chegou. As pessoas interessadas em conhecer alguns meios de comunicação adentraram no veículo e se mandaram para o Oeste de Santa Catarina. Os outros que queriam diversão também foram pelo conhecimento, porém, tinha que ser divertido.
Cada qual se ajeitou em um lugar. O fundo ficou reservado aos sagazes, que iniciaram o processo de truco, seis, nove, doze. A ida foi muito calma, conforme o combinado. Alguém que dormiu quase a viagem toda, ficou curtindo um som super bacana do Wado e o Realismo Fantástico. Os Pixies também tiveram a vez. Pois bem, rápida parada para um café da manhã e logo os primeiros arrotos foram esbravajados em plena luz do dia. Não que seja proibido o arroto na manhã, é que a noite eles fazem mais sentido.
A programação iniciou em um jornal diário, depois vieram as TVs e as rádios. Todas de extrema importância curricular, os atentos fizeram as suas anotações e os espertos registraram em seus HDs fresquinhos. Um ou outro arroto vazava, seguido de risadinhas safadas.
Mas, foi no retorno que as coisas começaram. O repertório de canções esgraçadinhas foram surgindo como que em instantes, de repente, sem pausas. Um medley das melhores recordações infantis, com direito a períodos adolescentes de músicas duvidosas. Foi então que uma sessão extraordinária de retratos começaram, com direito a vídeos dignos de entrarem no You Tube. Uma de nossas colegas iniciou um esboço de dançarina profissional, relembrando os tempos da finada É O Tchan. A coreografia ficou tão boa, com direito a rebolados e balanços para frente e para trás com o tronco, que, desde já, está eleita a melhor coreografia já realizada em um ônibus. Não foi coisa comum, os passos realmente de catarse, espécie rica de momentos de pura alegria. Porém, contudo, todavia, antes, os intrépidos companheiros resolveram marcar a prosperidade com um retrato fétido em um banheiro ambulante. O aperto presente recheado de arrotos e risos transbordou o corredor dos afoitos que, lógico, estavam loucos para descansar. Mas, os alérgicos a monotonia queriam apavorar com o trajeto que era de volta. Provavelmente serão tachados de chatos e hipérboles. O que conta, com certeza, foi a diversão.
Chegado ao destino, com litros e litros de histórias para lembrar, somente sobra o grito eternizado por gargantas adjacentes que desbravaram o achado: uma brincadeira faz-me-rir. E é claro, um arrrooooooooouuuuuuutttttttttttttttttttttttttttt pôs o fim em mais uma aventura. Os participantes que comemorem. Afinal, não é sempre que se pode revelar uma dançarina, uma cantora lírica de arroto, um nipônico calvo, uma Heloísa Helena revoltada, uma menina Smallville, um cara que sai com caras confusas nas fotos e um outro de All Star embebido em um paletó. A diversão é assim mesma: feita de idiossincracia.

Postagens mais visitadas deste blog

Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.