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Mostrando postagens de junho, 2007

Pele do Demônio

Às vezes é interessante explicar do que se trata determinado escrito. Pois bem, acredito ser necessário nesse caso, solamente para não deixar pontas soltas e interpretações demasiadamente pares. As ímpares são as melhores. O poema (ou algo parecido com isso) foi composto pela fala de uma prostituta. Portanto, não se trata de experiências próprias vividas por este que vós escreve. Escrevi no pensamento viés de uma putinha, mas não uma qualquer, uma puta com P Maiúsculo. Aliás, também foi musicado, porém, ficou muito parecido com Yo La Tengo. Não que isso seja ruim, mas de cópias já temos várias bandas da região que fazem isso. Ok, segue o texto, chamado Pele do Demônio. Arde em fogo triste O contato com esse corpo Que dilacera os meus póros E abre as minhas ventas. O toque é exagero Bem perto do beijo, Mas acostumo o ato Pois o fato eu engoli. Não tente de novo Que eu revolto o estorvo E arranco do tronco De solavanco um ser oco. Eu posso de um outro Acabar a hora por certa Caso agora n...

Smile Song

Give a little giggle Grin a little grin Do your imitation Of a Smiley Face pin Open up your heart and let the sun shine in Then share it with your neighbors and your next of kin Once there were some people who were feeling kind of blue So they called up Harvey Ball, he knew exacity what to do He drew a Smiley Face, he made it yellow too It was sunny, it was simple and he said "I'm through"

Deja vú

Sim, hoje ele acordou carente. Alguns sonhos pertubaram a sua madrugada. Lembranças não acontecidas no passado foram imaginadas e ampliadas. O sentimento ficou confuso. O coração parou. Ele sentiu um pequeno infarto agudo no miocárdio. Ficou sentado na cama esperando o bolo de pensamento se dissolver. Pegou um papel e escreveu um poema de derrotado. Depois de terminado o escrito, tentou voltar ao sono profundo, somente para ver a conclusão do sonho. Mas as imagens não retornaram e não teve outro ponto de partida. Um outro sonho iniciou. E ele chorou. "Tanto faz... que o que não foi não é e eu sei que ainda vou voltar... mas eu quem será?" Pensava ele após acordar novamente. Bebeu um copo de água e ficou refletindo sobre a vida. A falta de algo que ao certo ele não sabia arrancou a pulsação do seu peito pela boca. Tentou se consolar com uma canção, aquela mesma que ele pensou, mas não adiantou. Acendeu um cigarro e foi até a janela do quarto. Ficou olhando os movimentos dos ca...

Uma metade para completar

Uma solidão para ficar Um abraço para sentir Uma lembrança para chorar Um cigarro para jogar Uma canção para refletir Um beijo para selar Um sol para fotografar Um mar para apreciar Uma paixão para curtir Um horizonte para desenhar Um caos para explodir Uma metade para completar.

Amor Voraz

Ok. Este poema foi escrito em uma época bem difícil. É dedicado à Larissa. Depois de um tempo, eu musiquei esses versos. Não posso dizer que ficou uma maravilha, pois os meus dotes como músico são pífios. De qualquer forma, é uma canção que eu gosto de cantar. A "dona" do poema ainda não o ouviu musicado. Um dia, quando eu tiver coragem, eu cantarei. É isso. Segue abaixo o texto, chamado Amor Voraz. Histórias dilaceradas antes de acordar Contadas pela boca de lábios rachados Pelo calor intenso de outros lábios que desesperados Procuravam amar. Na testa rabiscada O croqui quase completo De um ato assim Acontecido calmamente. Sem intenção Nem comparação. Como qualquer traição Que acontecida se faz Triste, feliz e ambígua Na forma de amor voraz.

Re-gride

E se viesse o fim, Em qual ombro Caberia o seu? Em um talvez Quem sabe uma vez Você venha a se distrair. Apenas pense Ao invés de cair. Eu quero sim Tão logo o fim. Já me foram os diálogos Agora tudo me agride Temos mortos os prólogos O seu eu me regride. LS Handa

A febre do baixio das bestas - em homenagem ao Cláudio Assis

A febre que ama é a mesma que mata. Ela explode nos tímpanos e desemboca nos lábios, em saliva quente de virose. O ar é sufocante. As tragadas têm gosto de podre. Os olhos ardem em lacrimosas gotas de sal. A pele da boca apresenta erupções lindamente exageradas, espirrando um tanto pouco de sangue. A visão dupla confunde ao dirigir. O certo seria um repouso, mas o ousar é conseqüência. O exato seria dormir, sem o sono mínimo de carência. O carinho agora é da febre que traz a imagem morena junto à mente. Toque. Deslize. Beije. Seduza. Abrace. O tremor constante alivia a angustia de tossir. Uma bola de excremento alimenta o chão de pedra e cimento. O fôlego falta em uma ata mal escrita a respeito da vida. Outras crianças mortas aparecem acompanhadas de tarjas-pretas nos rostos. Faces infantis da febre humana genocídia de quem ama, porém, também mata. Não há clareza, a vontade é de estuprar essas faltas de valores. Ela explode nos tímpanos e desemboca nos lábios, em saliva quente de viros...

Embalos de um Sábado à Noite Rock

Rock'n roll, baby! Embalos de um sábado à noite sem dance music. E outra, o blog está ficando com uma cara de coluna social. Mas, quer saber, que se foda! É preciso dar razão aos sentimentos, já dizia aquela banda sulista que tem a tecladista mais bonita do país. Enfim, segue o relato: Stella e seus lindos pares era destaque total no recinto. Martinha também não passou despercebida, apesar de um momento quase ter entrado em colapso nervoso. Culpa do coração. A gente entende. Dani era um show à parte exalando felicidade etílica. Repete comigo: DE - VE. Matheus seguia no ritmo do som sempre com a caipirinha. Thaís Uma Thurman Kill Bill se divertia como há tempos não se via. A fumaça embaçava o local. Bia-vestidinho-preto deslizava no compasso do salto alto. Silvia irmã da Stella agüentava alguns pisões que, no caso, eram meus. Desculpe. Perdi a conta das vezes em que amassei o sapato dela. Vinho misturado com cerveja acompanhado de vodca e caipirinha, junto ao gelo, à fumaça e ao tr...

Histórias da infância, parte I

Era final de agosto de 1993. O jovem estava recém completando 12 invernos que, no futuro, seriam infernos. Ele já nasceu predestinado às falsas ilusões. Seu primeiro grande ídolo foi o David Bowie, culpa de suas tias malucas que o fizeram assistir Labirinto aos cinco anos de idade. Era final de agosto de 1993. Um parente mais descolado lhe entrega uma novidade para a época. Um tal de CD. E, pior, um CD de uma banda indie americana que fez Kurt Cobain compor um dos maiores clássicos da década de 1990, algo que atende pelo nome de Smells Like Teen Spirit. "Eu vinha desesperadamente tentando escrever a melhor música pop de todos os tempos. Estava querendo compor no estilo dos Pixies", teria dito o falecido. O menino abre a caixinha embalada em um pedaço de jornal e se espanta. Ele ficou imaginando o que "Surfer Rosa" significava - Uau! Pixies! Que diabos é isso - indagou-se mentalmente. Não demorou e colocou a bolacha no recém adquirido som 3 x 1, comprado em cinco vez...

Capítulo 2 de um livro que ainda está sendo escrito

Batia um frio na entranha. Ela estava jogada no canto da sala de estar que, na atual situação, não estava ali. Sua boca macia deixava escorrer uma linha densa de saliva. Ao seu lado, no chão, uma seringa aberta denunciava o uso. À sua frente, um sofá era abrigo de mais duas pessoas que riam da desgraça alheia. Estavam tão chapados de haxixe que as luzes da dicróica da parede se movimentavam de maneira frenética e soltavam fumaça que, junto ao ar, formavam desenhos de bichinhos em extinção, como ursos pandas e onças negras. Os dois, um ao lado do outro, pareciam que tinham saído recentemente de um episódio do Beavis and Butt-Head. A picada de heroína sempre lhe trazia uma paz budista. Ela adorava quando a tarde anunciava, através do último raio solar, que a noite chegara. O ritual era o mesmo. Um banho, um suco de limão, uma música, de preferência Amy Winehouse, um canto qualquer da sala de estar, uma seringa, um isqueiro, água mineira, elástico e picada. Sempre após o trabalho: um ofíc...