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Pele do Demônio

Às vezes é interessante explicar do que se trata determinado escrito. Pois bem, acredito ser necessário nesse caso, solamente para não deixar pontas soltas e interpretações demasiadamente pares. As ímpares são as melhores.
O poema (ou algo parecido com isso) foi composto pela fala de uma prostituta. Portanto, não se trata de experiências próprias vividas por este que vós escreve. Escrevi no pensamento viés de uma putinha, mas não uma qualquer, uma puta com P Maiúsculo. Aliás, também foi musicado, porém, ficou muito parecido com Yo La Tengo. Não que isso seja ruim, mas de cópias já temos várias bandas da região que fazem isso. Ok, segue o texto, chamado Pele do Demônio.

Arde em fogo triste
O contato com esse corpo
Que dilacera os meus póros
E abre as minhas ventas.

O toque é exagero
Bem perto do beijo,
Mas acostumo o ato
Pois o fato eu engoli.

Não tente de novo
Que eu revolto o estorvo
E arranco do tronco
De solavanco um ser oco.
Eu posso de um outro
Acabar a hora por certa
Caso agora não queira
Continuar a minha oferta.

LS Handa

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Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
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