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Lado


Tanto quanto passa o tempo. A sua sede é a minha. Saudade quando jovens éramos e aproveitámos as nuvens. Agora comemos os agrados que presentes finalmente se encontram. Felizes ainda somos enquanto podemos ver. A cegueira imposta pela distância é apenas um fragmento que há de corrigirmos. Cada qual vai batalhando, vai se carregando.

Eu olhei para o mar no momento em que precisava de abrigo. Uma meia lua cheia acertou na mosca a visão embaçada. Uma imagem trouxe a calma necessária. Na Ilha eu não percebi as coisas, apenas deixei o tempo trazer as melhores horas vividas. O sol se fez, assim como a tempestade. O raio partiu uma vida, mas descarregou a sua aflição. O caos teve seu período necessário, acabou em gotas de orvalho morrendo em meus lábios. O farol me trouxe razões em uma manhã. A sua mensagem eu percebi. Acolhi o chamado e agora abro um sorriso.

Um cinza estranho recebeu a presença dos corpos. Não estranhe a cautela. Eu sei que de fatos já fizemos retratos, por isso vemos no caso um extravaso de vazar. Vaza de um lado, arrumamos de outro. Acabamos com tudo, enquanto arremato. Pisco em um canto e salvo o vazado. Um olho se fecha, agora percebo. Não é triste o recado, só tenho o pecado. Vamos em frente, pois nos temos ao lado.

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Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.