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Lado


Tanto quanto passa o tempo. A sua sede é a minha. Saudade quando jovens éramos e aproveitámos as nuvens. Agora comemos os agrados que presentes finalmente se encontram. Felizes ainda somos enquanto podemos ver. A cegueira imposta pela distância é apenas um fragmento que há de corrigirmos. Cada qual vai batalhando, vai se carregando.

Eu olhei para o mar no momento em que precisava de abrigo. Uma meia lua cheia acertou na mosca a visão embaçada. Uma imagem trouxe a calma necessária. Na Ilha eu não percebi as coisas, apenas deixei o tempo trazer as melhores horas vividas. O sol se fez, assim como a tempestade. O raio partiu uma vida, mas descarregou a sua aflição. O caos teve seu período necessário, acabou em gotas de orvalho morrendo em meus lábios. O farol me trouxe razões em uma manhã. A sua mensagem eu percebi. Acolhi o chamado e agora abro um sorriso.

Um cinza estranho recebeu a presença dos corpos. Não estranhe a cautela. Eu sei que de fatos já fizemos retratos, por isso vemos no caso um extravaso de vazar. Vaza de um lado, arrumamos de outro. Acabamos com tudo, enquanto arremato. Pisco em um canto e salvo o vazado. Um olho se fecha, agora percebo. Não é triste o recado, só tenho o pecado. Vamos em frente, pois nos temos ao lado.

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.