Tanto quanto passa o tempo. A sua sede é a minha. Saudade quando jovens éramos e aproveitámos as nuvens. Agora comemos os agrados que presentes finalmente se encontram. Felizes ainda somos enquanto podemos ver. A cegueira imposta pela distância é apenas um fragmento que há de corrigirmos. Cada qual vai batalhando, vai se carregando.
Eu olhei para o mar no momento em que precisava de abrigo. Uma meia lua cheia acertou na mosca a visão embaçada. Uma imagem trouxe a calma necessária. Na Ilha eu não percebi as coisas, apenas deixei o tempo trazer as melhores horas vividas. O sol se fez, assim como a tempestade. O raio partiu uma vida, mas descarregou a sua aflição. O caos teve seu período necessário, acabou em gotas de orvalho morrendo em meus lábios. O farol me trouxe razões em uma manhã. A sua mensagem eu percebi. Acolhi o chamado e agora abro um sorriso.
Um cinza estranho recebeu a presença dos corpos. Não estranhe a cautela. Eu sei que de fatos já fizemos retratos, por isso vemos no caso um extravaso de vazar. Vaza de um lado, arrumamos de outro. Acabamos com tudo, enquanto arremato. Pisco em um canto e salvo o vazado. Um olho se fecha, agora percebo. Não é triste o recado, só tenho o pecado. Vamos em frente, pois nos temos ao lado.