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Samba a um

Um vazio absurdo. Um eco invade com intensidade as paredes pintadas em tom pastel. Ele não diz nada, apenas ecoa. O período não é dos melhores. A melancolia na observação urbana acrescenta ainda mais as constantes erupções de sentimentos não recebidos. Falar da tristeza é muito fácil, difícil é vivê-la. Mas nem sempre foi assim. "Não sou eu que me navega, quem me navega é o mar", já dizia Paulinho da Viola.
As horas vão matando a angústia da falta de sabor na hora do almoço. O pão amassado pelo diabo até que fica saboroso sem o amor. Nem mesmo as comédias românticas levantam o seu astral que está perdido em algum tabuleiro de cigana enganadora. Se as cartas não mentem, o coração acusa.
Agora ela está em um imenso salão ouvindo um samba antigo, remexendo fora de ritmo a sua sandália descascada. É Carnaval, mas ela gosta mais da Quarta-feira de Cinzas, quando todos os ossos voltam à realidade do viver. Mais um samba a um.

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 
O barulho, o som, o tudo. As vozes, a esquizofrenia. Quem aguentaria? É preciso jogo, é necessário o respirar. Chega a ser jocoso, parece lacrimoso. O volume, os gritos, a conversa. O cansaço no mormaço. O não relaxar do momento. Os nervos, a fúria, o ventre. O vento que não entra E o apuro do socorro. A bagunça e a falta de concentração. A raiva que aparece. O berro que permanece. Aqui, mudo, em silêncio. Como haveria de ser. Mas não é. lsH
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.