"Agora eu vos ordeno: perder a mim para vos encontrardes; e apenas quando todos vós tiverdes me renegado, é que haverei de querer voltar a vós".
Nietzsche
Os sonhos são estranhos. Muitos. Não lembro ao certo a real definição realizada por Freud. Também não me importo. Só gosto quando ele relaciona tudo ao sexo. Sonhar com água: sexo. Sonhar com faca: sexo. Sonhar com túnel: sexo. Sonhar com pêra: sexo. Sonhar com banana: sexo.
Estranhamente, ter um sonho com beijo não está relacionado diretamente ao sexo. Sonhar com beijo, de acordo com os entendidos, significa conseguir algo desejado. Beijo dado ou recebido quer dizer acréscimo de afeto. Ver pessoas se beijando, amor não declarado. E um beijo na face? Significa que você poderá ter sucesso amoroso. Caso no sonho você beije alguém na boca, mostra que você é imprudente em suas atitudes. Se você beijar um morto, é melhor você não comentar com ninguém sobre os seus planos. Beijar com paixão é receber benefícios daquele que foi beijado e, se o seu sonho for além e ver-se beijado por uma divindade, todos os seus pedidos serão atendidos. Agora, o mais bacana - a cereja do martini - é se você beijar uma mulher bem vestida; isso quer dizer que você casará com uma viúva rica. De todo o modo, o fato é que os sonhos são estranhos.
Eu tenho uma aflição quando acordo e sei que sonhei com algo, mas não consigo lembrar a história. Convenhamos, sonhos são histórias. Algumas, ótimas. Outras, dignas de um Cannes. Pior ainda se o sonho não chega ao final, aí, provavelmente, entrará na lista dos melhores do Festival de Sundance. Chega a dar um refluxo. E foi isso o que aconteceu. Não consegui um beijo, apenas troca de afeto. A pessoa que, aliás, nunca vi na vida, porém, espero encontrar, não negou, contudo, também não deu. Apenas disse colado ao meu ouvido a frase acima do Nietzsche. Por isso não vejo a hora de voltar a dormir.