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Texto sem Pensar

Sem parar no inválido destino que agora é traçado. Percorre pelo lado escuro da via úmida dos desejos sanados. O molhado invade em enchente o quente do túnel. Os olhos não enxergam o que querem ver, somente as mãos conseguem visualizar. Bem devagar, adentra o lugar. Um gosto de fruto doce saliva na boca. A língua lambe os lábios obscuros, pintados de negros com batom 68. Mais um e é o ápice.
Um trocar de fluídos vai escorrendo pelos públicos carinhos ardentes. Um dedo faz a diferença no trajeto, um gemido aumenta a intensidade, um sorriso no breu não é apreciado. Caos no enroscar das peles, pêlos invadem o sabor, o deslize alcança a pêra. Percorre os caminhos conhecidos. A velocidade atinge o máximo, o tremer rebate nas pernas, o mundo se torna pequeno, ninguém lembra os próprios nomes, mas outros mais feios são recordados, a cicatriz é esquecida, as dívidas, os compromissos e os filhos também, o vórtice vira vértice que se torna parábola que mutante fica fórmula e em químico termina o cálculo.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Rodopie linda com o seu vestido febril. Deixe as flores atingirem o seu rosto. Dancemos ao som de City Pavement. Fotografemos as faces em frias manhãs. Deitemos de novo em um ninho de edredon. Deslize devagar pelo meu pulso acelerado. Respire meu ar. Um café da manhã em Vênus, acordando em Elizabethtown, como se fosse uma lenda. Ao lado do universo, ninguém tira as nossas chances. Temos sempre mais um habana blues, um tango, uma dança suja. Uma nova canção desesperada para apreciarmos. Um eterno registrado. Cada qual. Cada em si. Em mi maior.