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E a vida se fez de louca, arrancou pela boca o coração e desperdiçou inúmeros momentos de alucinação. Arrastou-me para o espelho a figura invertida, me abriu uma ferida na perna esquerda e se transpôs em clorofila. Insetos medonhos expulsam as cáries dos meus dentes enquanto a canção que toca na hora errada é de uma lésbica apaixonada pela metáfora dos cabritos.
A faísca do retardado insiste em achar a resposta complexa do achado, mas são de idiotices que as luzes das incertezas aproveitam os vômitos dos condenados a fim de concluir burrices de absurdo. O traçado paralelo pulsa com disritmia e tropeça em um buraco que acaba com a tese. Os outros ainda procuram chamar e desistem por estarem atordoados. Mensagens cifradas cospem do retrato a poesia com sabor de asco que o asno rosna em um roçar de vocais.
O trunfo do fluxo de escárnio escorre pela boca que se esconde por ter razão da fúria do provérbio claustrofóbico. A ave em fogo sobrevoa o arquipélago dos perdidos que encontrados acenam beijos ao luar.
E a vida se fez de louca.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Alguém me disse que uma das melhores coisas para se esquecer um amor é escrevendo sobre ele, analisando os fatos. Não sei dizer se isso é verdade, mas sei que dói. Tenho quase 30 anos e já tive desilusões amorosas e confesso: as outras foram mais fáceis. Certa vez um amigo comentou que só existe um grande amor na vida. E eu passei a acreditar nisso. Muitos profissionais dessa área, afinal, praticar o amor é viver em sofrimento e dedicação trabalhista, procuram no bar mais próximo o método para esquecer o momento do rompimento. Eu não tive essa oportunidade, pois o bar mais próximo era muito, mas muito longe. O detalhe é que o rompimento aconteceu na casa da pessoa que até então se declarava, que dizia: depois de tudo o que passamos, terminarmos seria um erro. Puta merda! Tem ideia de como me sinto quando lembro dessa frase? Quando isso acontece, logo me vem à cabeça os bens materiais. Por que gastei? Para que comprar um perfume tão caro? Para reconquistar? Sim, e olha no que deu. E a c...