Hoje lembrei, ao acordar, de escrever uma carta.
Quando se tenta colocar dois corpos no mesmo espaço, nem sempre é fácil se ajeitar. Afinal, são duas cabeças e personalidades na divisão do local. Ainda no início, óbvio, o encaixe é perfeição. Abraços apertados, mãos entrelaçadas, pernas encostadas, olhares compenetrados e lábios encaixados. Depois, corpos meio tortos, mãos nada firmes, pernas amolecidas, olhares míopes e bocas rachadas.
Frescor na linha de partida. O dado é jogado, algumas casas são avançadas, a novidade é linda de morrer e o coração o órgão pulsante que vai levando harmoniosamente o sangue para as partes baixas. Lógico. O amor também bate na coxa. Como se bate. Mas, o músculo se cansa, leva o vermelho devagar que, enquanto descansa, não resiste e não levanta. O resto, óbvio. Aí não adianta, o jeito é rir ou encarar e entender: o amor cansa.
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