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Mostrando postagens de agosto, 2006

João Fracisco dos Santos em Amor ao Dinheiro Queimado em 1965

Bálsamo em abraço/Te quero exato em crise aberta/ De triste sorriso ao sangue em face. Te cheiro navalha em madeira cortada/ De perfumado dedo sujo ao tanto/ De encanto refúgio no banheiro aberto/ O acesso é livre. Na Constituição agora desencanto/ Um traçado torpe de linhas correstas/ Com fumaça no rosto e um beijo com gosto de sexo lendo ao puro oposto.

E agora, como será a vida dos habitantes de Plutão?

Na última quinta-feira, 24 de agosto de 2006, em um lugar qualquer do planeta Terra, alguns cientistas malucos se reuniram e decidiram - sem direito a voto popular - que o mais longínquo dos planetas do Sistema Solar, Plutão, não é mais um planeta. Ele foi rebaixo para a infeliz categoria de "planeta anão". O mais gélido dos corpos, durante muitos e muitos anos achando ser importante, agora é quase um ser perdido. A nossa constelação nunca mais será a mesma. Nem os livros. Muito menos os estudos. Sorte da criançada de hoje que agora não precisa decorar mais nove e sim, oito planetas. Pobre Plutão. A vida dos plutanianos nunca mais será a mesma. Até mesmo porque eles devem estar congelados. O deus das águas, Netuno, passa a ser, a partir de agora, o último habitante do nosso sistema. Aliás, um sistema muito confuso. Não é a toa que quando a situação do planeta vai escorrendo pelo barranco, as pessoas põem a culpa justamente no sistema. Tudo é culpa dele. Sorte de Plutão, que a...

Casal briga e mulher sofre acidente

Pífio. Sono. Sarcástico. Olhos. Fechados. Vozes. Silêncio. Fumaça. Término. Lágrimas. Desce pela escada o corpo estremecido. Pela janela do apartamento a outra alma acompanha o adeus. O fim tem dessas coisas. Procura o ponto de táxi mais próximo. Entra no carro. Pede para ir o mais longe possível do lugar que acabou de sair. Enquanto isso, deitado no sofá, continua a tragar o último suspiro do Malboro. Relembra o início de namoro e compara com o término. É nesse momento que o táxi bate em uma encruzilhada. A moça arrebenta a cabeça no banco e sangra. O erro não foi do motorista. Uma pontada é sentida no último trago. Fecha os olhos e sente a dor. O sangue continua a escorrer. Vai até a janela para olhar a mesma rua pela qual ela foi embora. A ambulância demora a chegar. Um sentimento incomoda. Os para-médicos fazem o que podem. Ele liga para o celular dela. Ainda perto dali, o celular não é atendido. A bolsa ficou no carro. Um múrmurio é ouvido. Ela é carregada em uma maca. A ambulânci...

Incendiário, soy yo!

Bang, bang, bang, meu bem. Já sente o gosto do sangue escorrer pela garganta? Bang, então, mais uma vez. E agora, enxerga o escuro que se faz presente? Desejo que sim, pois não tenho mais balas para acertá-la, nem mais calibre para suportar. Diga que a dor está adentrando o âmago delicado da sua ausência. Confesse o sarcasmo que me deixou em repúdio, encolhido no canto escuro dos prazeres indesejados. Revele logo as tripas do sufoco para que um sorriso se abra para que eu me feche em você. Tudo bem que eu suporto o deslize do sacríficio impiedoso dos meus erros caústicos. Afinal, eu quero atirar a primeira, a segunda, a terceira e a quarta pedra. Mas, de qualquer forma, saliente que acertei a semente esbaforida da sua lembrança. Ou então me faça ao contrário do inverso estendido, ampliado na pele áspera que, agora, se rende esbaforida. O meu ego estapafúrdio devaneia por caprichos indeléveis. Muitas vezes o espelho já foi quebrado. Quero agora somente um berro de angústia. Mais uma vez...

A Felicidade aos Poucos

Até quando a vontade fica Aos braços do constante destino que recicla Os outros questionamentos em vão. O revés de sentir amor de leve escorre da minha mão E o controle da alegria se acidenta na falta de harmonia. Para tudo há um pouco De solução dissolvida no amargo, que processa o sentimento No talvez de viver nas incertezas do rever Traçado na precisão do apontamento Que aos poucos faz sofrer. É de dor que revelo a lágrima Na característica do existir que não me deixa progredir. É a vontade dos outros que acaba a discernir A felicidade aos poucos. A felicidade aos poucos. A felicidade aos poucos.

Deprimido

Não costumo utilizar este espaço para falar sobre a minha pessoa, muito menos a respeito da minha intimidade. Procuro apenas escrever a respeito das minhas opiniões, sobretudo as musicais. Mas hoje vou fugir desse, digamos, estigma. Pois bem, estou deprimido. O saudosismo me atingiu hoje de uma maneira tão cavalar que chegou a descolar a retina. O cérebro processou algumas lembranças tão significativas que causou transtornos indeléveis. Tudo por causa de uma história em quadrinhos. Contudo, como a minha personalidade é uma montanha-russa, basta fumar um cigarro para as coisas melhorem. Ou piorarem. Sobe e desce, desce e sobe. Por vezes pára. Quando situações assim insistem em me visitar, recorro a algumas canções. Perco a concentração, rasgo a tripa, vomito desejos cabíveis em páginas e páginas de observações. Afinal, a letra salva, o escrito propicia reflexões, o momento traz as soluções. Porém, "quando se é sério a respeito de se divertir, nunca é muito divertido", já disse...

Devaneio

Cabe-me ao contrário o disposto gosto do ameno. Traga-me a alegria inglória do passado que eu esqueci. Seja sincero, camarada. Seja o acaso do reencontro involuntário naquelas manhãs de conversas arquitetadas pela adolescência vivida. Às vezes o atroz batia na porta, mas sempre tínhamos uma maneira de fingir que não estávamos. É uma tristeza saber que a distância separa uma amizade legal, que foi degustada com sagacidade e gratidão. Afinal, quando um pedia auxilio, sempre estávamos no mesmo lugar. E agora? O momento está difícil no seu lado e não posso abrigar os seus dissabores. Ainda há cumplicidade, pode ter certeza. Torço por você na turbulenta vida que você assumiu, regada aos cuidados fraternos e ao alcoolismo exacerbado por sentimentos paternos, engolidos todo santo dia de religião. Não há nada que eu possa fazer, apenas pensar no seu melhor. *** Lembra daquelas caminhadas noturnas em companhia do vento gelado e daquela garota linda que parecia uma boneca de porcelana? Como era ...

Pullovers + 1932

Como é incrível bandas surgirem do além na vida tão banalizada que vamos levando aos tropeços. Pullovers é uma delas. O grupo aterrissou sem licença alguma no terreno árido desse que agora escreve. Eu já tinha ouvido algo sobre eles, mas não dei muita importância, afinal, eu tinha como fã outros indies. Certo dia, procurando novidades sonoras no mundo on-line, resolvi dar uma chance aos Pullovers. PUTZ!!!! Como eu fui ignorá-los na primeira vez? Me arrependo até os último pêlos do saco. Eles são demais. E outra, eu não sabia que eles tinham músicas em português, pois até então, eu sabia que a banda tocava apenas no idioma do Bush. A canção que mais executo em meu detonado aparelho de som é justamente uma na língua dos brasileiros. Intitulada 1932, me fascina a cada audição. Melodia ultra-pop de causar inveja a medalhões que insistem em compor "pérolas radiofônicas". Diverta. Para provar a minha falta de informação, ainda fiquei sabendo que eles gravaram um disco com Geanine M...

Extinção

Um conto calmo em relação à alma. Merda. Não tinha nada que ser assim. Foda. Mas em comparação ao resto, até que está tudo bem. Putz! Agora estou dando risada. He he. Até que tentei considerar as outras alternativas. Eca. Fiquei por aí, vagando, reclamando, cuspindo dizeres sem nexo. Jerkinsonianosiamentecapto. Foi-se o caos da liberdade gratuita em vasos sanitários de material nobre. Novamente, merda. Trata-se das definições do cotidiano que reclamo através dos 0800 da vida. Alô? Quem fala? Como assim, quem fala? Sou eu, o consumidor, quero fazer uma reclamação. E gravíssima! O mundo está dando tantas voltas estranhas que a natureza, minha vizinha, reclama a cada dia na ineficácia dos homens. Tá entendendo? Não quis ligar pro Greenpeace não, minha senhora. Vocês é que são os culpados pela desvastação das riquezas naturais, da poluição do ar, da falta de água, da falta de vida. Entendeu agora? O quê? No speaking english, no hablo español. No "sabo" portuguese. Quer saber! Vá ...