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Economia

Ela passa desfilando ácido pelas calçadas úmidas da cidade negra. Sorri favores como se fosse uma bomba de Napalm pronta para explodir em guerras orientais. Exala fumaça do peito reformado por um estagiário do Pitangy. Sua presença nas ruas inibem os outros seres noturnos. A força do seu olhar corrompe crianças que buscam diversão. Está com meias rosas que somente são descobertas quando Onças espirram de carteiras. Seus lábios não usam qualquer batom. Seu corpo não veste qualquer pano. Ela é distraída, já causou acidentes de trânsito. Ela é perseguida, mas a polícia é sua amiga.
Às vezes vaga solitária pelos bares da cidade. Acende e fuma cigarros Marlboro. Bebe hi-fis turbinados, como se fossem urina do diabo. Não é um tipo descartável, mesmo sendo a favor da ecologia. Já usou casacos de coalas. Têm noites que fica só fazendo cena, manifestando vontade até em pederastas. Mas a maioria quer analisar as suas unhas.
Certo mês quase casou um deputado. Mas ele não entendeu a sua profissão. De tanto amor, ele acabou tirando a vida. A própria. Ela derruba corações, estraçalha casamentos. Pura diversão. Ela é dona do seu negócio. Sabe a hora de usar, entende o poder, administra sagazmente. É figura constante em assuntos empresariais. É uma mulher de sucesso. Como a economia dinamarquesa, poucos conseguem tocá-la.

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Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about. 

Os meus beijos mais sinceros

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Imaginando...

Um copo de conhaque acompanhado de uma tosse chata. A voz rouca por causa dos muitos cigarros e do exagero da noite passada. A meia-luz serve de distração para o inseto que nem percebe a sua real insignificância. A janela um pouco aberta. Apesar do frio, muito odor no quarto de um prédio de classe-média. A fumaça vai bailando encontrando o ar da rua que insiste em ser a veia dos poluentes mecânicos. Acho que estou com um pouco de febre, sei lá. O bicho na lâmpada está começando a me incomodar. Logo esqueço. Leonard Cohen amortece os meus tímpanos e eu, em transe, me transporto para um campo de aveia. Fecho os olhos. Estou correndo sem direção alguma, só sentindo o vento morno adentrando os meus poros faciais. Sigo como um alucinado acreditando ser o humano mais feliz do mundo somente por causa do sol em meus lábios. O azul do céu é de um absurdo tão belo que praticamente esqueço que existem outras cores. O bardo canadense continua embalando, satisfazendo a minha sensação única de l...