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O dia em que pato-branquenses e beltronenses se encontraram na capital


Concentração pré-Oasis vira catarse
em bar irlandês ao som da Radiophonics

Parecia um bar da região, não pela arquitetura e decoração, e sim, pela quantidade de figuras carimbadas. Os rostos eram conhecidos. A banda, idem. Só a cerveja popular do local não era a mesma consumida com frequência no Sudoeste.
O lugar da festa, Sheridan’s Irish Pub, definido como um bar irlandês, foi o ponto da reunião dos pato-branquenses e beltronenses que seguiram à capital do Estado para curtir um grupo britânico, mas acabaram um dia antes, graças à agenda, prestigiando a sudoestina Radiophonics, que recentemente fechou contrato com o bar.
Há tempos a banda pensava em alçar vôos maiores, fugindo do esquema-estrada-Pato-Beltrão. Inclusive, chegaram a tocar em São Paulo, capital, quando puderam divulgar o CD demo “Mosaico”. Algo que agora está acontecendo em Curitiba, onde o grupo tocará todas as sextas-feiras no Sheridan’s, localizado no meio da concentração de bares do Batel.
Após uma chegada conturbada, devido ao alto fluxo de carros pela avenida, o espaço em frente ao palco foi lotando de jovens de Pato City e Chico Bel. O forte sotaque do Sudoeste era abafado pela banda de abertura que tocava covers do Creedence Clearwater Revival. Nada mal, mas não empolgava muito.
No canto direito do lugar, uma pequena concentração de alegria iniciava um aquecimento etílico. A cada pessoa que abria a porta, gritos de reconhecimento alertavam que a noite prometia. Última canção. Ufa. A proto-história do Creedence encerrava o set list. No telão, aquele clipe do Red Hot Chilli Peppers que simula um jogo de videogame. A Radiophonics sobe. Um outro clipe entra. Madonna se contorcendo na fase “Ray Of Light”. Mais rostos conhecidos entram no local. Muda o clipe. Morrissey pós-Smiths. Uma pequena microfonia evidencia. “Atenção o Show Vai Começar”. Primeira faixa do disco demo. E assim iniciava a apresentação da Radiophonics, grupo formado por Digão (guitarra/voz), Jabuti (guitarra/vocal), Brod (baixo/vocal) e Marcelo (bateria).
A energia canalizada percorria entre as pessoas. A noite estava propícia para a diversão. Som ótimo, local também. Foi admirável presenciar a banda tão entrosada e tocando com vontade a enigmática “Eulália”, música própria de versos que formam um quebra cabeça de contágio. O público sudoestino, lógico, em uníssono acompanhou a melodia. O vocalista abre um sorriso e solta a já clássica: “massa, meu!”.
Com um set list que não deixava tempo para sossegar e por vezes executando as composições do disco demo, a Radiophonics chegou a um nível de engranzo que comprova a boa fase a qual está passando. Se o reconhecimento regional já existe, é questão de tempo para alcançarem prestígio estadual. Por mais que a concentração de pato-branquenses e beltronenses tenha proporcionado o agito, a banda também conquistou o público não sudoestino do bar.

CD demo
Intitulado “Mosaico”, o grupo vem divulgando e distribuindo o trabalho demo pelos locais onde tocam. Aos interessados, algumas das canções podem ser encontradas no
www.myspace.com/radiophonics.
Gravado em um esquema “do it yourself”, as músicas próprias apresentam um apelo pop sem serem pasteurizadas. Certos arranjos se mostram crus de um propósito que se enquadra em adjetivos positivos, como na canção “Único Amor”, uma balada de melodia perfeita que cresce nos berros do vocalista.
Na bolachinha também se encontra a já clássica “Eulália” e as músicas de trabalho “Mosaico” e “Ela Me Faz Pirar”, que tem todas as qualidades para tocar no rádio, ser tema de casal teen de folhetim ou trilha para algum filme do Jorge Furtado. Agora, para a banda, tudo é uma questão de tempo, pois o caminho já começou.

Leonardo Handa – Jornalista (DRT 6323-PR) –

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