Pular para o conteúdo principal
Às vezes precisamos de doses de loucura,
De noites insones,
De silêncio em meio a tanta porcaria que nos invade os olhos e ouvidos.
É preciso sentir essa maluquice
Que bebemos e arrotamos em vida,
Porque nada levamos, a não ser cada impressão digital na pele,
Cada história compartilhada,
Cada beijo alucinadamente dado.
É necessário saber se ouvir,
Mesmo com tanto remédio controlado na mente.
É obrigatório saber amar desenfreadamente,
Sem dosar as consequências,
Mergulhando de piruetas em pedras que nem sabemos se estão fundas.
É preciso sentimento real e muita coragem para estufar o peito e dizer tranquilamente: eu te amo.
Às vezes não é preciso nem dizer com palavras,
Apenas transmitir em gestos simples,
Leves,
Carinhosos,
Generosos e deliciosos.
Não é afoito sentir vergonha.
É lindo quando se pode encontrar alguém
E olhar nos olhos
E repassar docemente o sentimento através da pupila,
Da íris,
Das pálpebras,
Do piscar,
Do brilhar.
E, para tanto, é sim necessária
Uma boa dose de loucura,
Pois a normalidade é careta
E vizinha amiga da idiotice
De não saber aproveitar o momento.

Postagens mais visitadas deste blog

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.
Alguém me disse que uma das melhores coisas para se esquecer um amor é escrevendo sobre ele, analisando os fatos. Não sei dizer se isso é verdade, mas sei que dói. Tenho quase 30 anos e já tive desilusões amorosas e confesso: as outras foram mais fáceis. Certa vez um amigo comentou que só existe um grande amor na vida. E eu passei a acreditar nisso. Muitos profissionais dessa área, afinal, praticar o amor é viver em sofrimento e dedicação trabalhista, procuram no bar mais próximo o método para esquecer o momento do rompimento. Eu não tive essa oportunidade, pois o bar mais próximo era muito, mas muito longe. O detalhe é que o rompimento aconteceu na casa da pessoa que até então se declarava, que dizia: depois de tudo o que passamos, terminarmos seria um erro. Puta merda! Tem ideia de como me sinto quando lembro dessa frase? Quando isso acontece, logo me vem à cabeça os bens materiais. Por que gastei? Para que comprar um perfume tão caro? Para reconquistar? Sim, e olha no que deu. E a c...