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Ele não pensou que poderia magoar tanto uma pessoa. Mas o fez. Repensou tantas coisas na confusão que é a sua cabeça doente. Tentou se levantar da cama, enxugando as lágrimas. Deu tontura. Entre o tchau e o fechar da porta, deixou em arrependimento o outro partir. Talvez nunca mais tenha tanto amor canalizado ou sentido assim.
Ele queria dizer mais, conversar, esclarecer, porém, não conseguiu se expressar. Logo ele, que mexe com as palavras, ou achava até então que mexia. Diversas ficaram entaladas na garganta e agora explodem numa dor silenciosa e dilacerante.
O amor é algo confuso, às vezes. Quando você o tem demais, os níveis de dopamina no cérebro são quase equivalentes à primeira carreira de cocaína. É uma euforia. E vira uma gangorra de sentimentos misturados. Com o tempo, alguns querem mais, outros, menos. Esses últimos, por sua vez, não mensuram que podem acabar ferindo os que são mais afoitos. Aí vem a dor, ainda mais quando acompanhada de um rompimento.
E ele nunca pensou que poderia magoar tanto, em sua vida, uma pessoa. Ele sempre era o magoado e acabou desenhando em um papel a imagem de um vilão que está prestes a viver nos próximos capítulos.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Alguém me disse que uma das melhores coisas para se esquecer um amor é escrevendo sobre ele, analisando os fatos. Não sei dizer se isso é verdade, mas sei que dói. Tenho quase 30 anos e já tive desilusões amorosas e confesso: as outras foram mais fáceis. Certa vez um amigo comentou que só existe um grande amor na vida. E eu passei a acreditar nisso. Muitos profissionais dessa área, afinal, praticar o amor é viver em sofrimento e dedicação trabalhista, procuram no bar mais próximo o método para esquecer o momento do rompimento. Eu não tive essa oportunidade, pois o bar mais próximo era muito, mas muito longe. O detalhe é que o rompimento aconteceu na casa da pessoa que até então se declarava, que dizia: depois de tudo o que passamos, terminarmos seria um erro. Puta merda! Tem ideia de como me sinto quando lembro dessa frase? Quando isso acontece, logo me vem à cabeça os bens materiais. Por que gastei? Para que comprar um perfume tão caro? Para reconquistar? Sim, e olha no que deu. E a c...