Frio da Sibéria faz visita. Aflita ela grita: é setembro. Mais precisamente, final. O tempo, que não é bobo, replica: fica na tua. Toda nua ela deseja dormir, mas se veste porque não possui pelo. Elo, talvez, ela quisesse. Com o gelo, no caso. Mas a sua profissão necessita do despir. O que basta? Apenas rir. Por mais que ame o frio, ficar de cinta-liga no semáforo com o vento calejando a Zona Sul não lhe agrada. Por isso, ela grita: é setembro!
Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.