Gira rápida a lembrança pelos olhos
Causa dor na memória quando ela vem
Vive aflita em um copo de leite gelado
E em fumaça densa e turva de baseado
Olha pelo espelho a vida dando adeus
Com lentos acenos de solidão
E a saudade desliza pelos olhos
Que apenas uma vez viram a gratidão
Mas agora o esquecimento invade
E aos poucos some com a idade
Dorme embriagada de lágrimas tintas
Engarrafadas em tonéis de carvalho
Enquanto apaga a última traição
Rasgando cartas de um velho baralho
Os jogos de azar aos poucos acabaram
E o fim certeiro agora chegou
Em um descarte equivocado total
De ressentimento que ela não pensou.
Leonardo Handa