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Sunday Blood Sunday

Acordo em um domingo de manhã com um gosto amargo na boca. Parece sangue. Acendo um cigarro e espirro desgostos de sentimentos. Tento me esconder no lençol, mas nada me abriga. Fico na solidão que eu mesmo me impus, sem ajuda, nem contribuição. Alguns tentaram levantar. Eu preferi ficar deitado. E agora as pétalas vão caindo sobre o corpo.
Ainda há gosto de sangue. Cuspo mais amargo. Encho a cara de depressão que percorre pelo meu ego detonado. Uma frieza cavalar estraçalha no meu peito uma dor absurdamente silenciosa. Recebo um ataque no olfato que logo me deixa surdo de razão. Deixo a vontade escorrer pelos dedos. Vejo um vulto passar correndo através dos meus olhos cegos. Talvez fosse eu mesmo.
A vida se transforma. Modifica. Danifica. Distorce. A mudança freqüente nos leva a caminhos nem sempre agradáveis. Tropeço na primeira pedra e caio. Tropeço sempre. Estou sempre no quase. Tudo pela metade. O sentimento mais bonito também é o mais ridículo. E o sangue continua na boca neste domingo.
Não me leve a mal, também não me leve a bem. Nem bom, nem mau. Vou ficar preso em uma nau, esperando o resgate que, provavelmente, não irei aceitar. Somente o próprio para se livrar e voltar. Um dia eu mando um fuck off.
Agora, aqui, expresso em dizeres nem muito objetivo, eu fico. Não te esqueço. Desejo o melhor para sempre. Os sonhos serão eternamente seus. Todo o sentimento bom para você. "Guarde um sonho bom pra mim".

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 

Férias

Finalmente curtindo as merecidas férias. O período de descanso é necessário. Aos poucos, estravasso o cheio a fim de alcançar o vazio. E assim vou enchendo novamente os novos cheiros, os novos sentimentos, as novas experiências e as novas mudanças. Tudo acompanhado ao som das ondas do mar, do oceano que banha as costas da Ilha do Mel. É incrível como este lugar me traz vigor, me renova. Por mais que sejam poucos dias, o proveito recicla a vontade de batalhar por mais um ano em um lugar que ainda não me encontro, não me solto, não exploro. Agora é sentar e relaxar o gozo de outras estações, ainda indefinidas nos planos e projetos que ainda não esbocei. Enquanto isso vou aproveitando as músicas que vão fazendo o meu verão. A nova bolacinha do Max de Castro não decepciona. Nem a coletânea do Blur. Mas o som da estação que vigora mesmo é o primeiro CD da Lauryn Hill. Uma delícia. E eu que achei que ia ouvir muito Jack Johnson. Que engano exacerbado. Ainda bem que errei.
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.