Voa alto rodando uma montanha do oeste frio, cortante e dilacerante. Rabisca com raiva um texto de sangue. Briga através da mídia com um figurão político. Dance como gueixa em dúvida natural. Suba em prédio novaiorquinos. Assassine atletas de religiões contrárias. Denuncie artimanhas dos poderosos. Teste vacinas em africanos. Escolha o seu sabre de luz. Entre em uma caverna repleta de morcegos. Veja o drama dos palestinos. Acompanhe a história de um casal de cantores. Acompanhe as divirgências culturais de raças e os preconceitos de Los Angeles. Estraçalhe o seu sentimento na história do transsexual que na realidade é mulher. Ria do bruxo inglês. Envolva-se com um rapaz que se apresenta orgulhoso. Mas, não tenha preconceito. Veja o novo Woody Allen. Dê gargalhadas vendo os pingüins fazendo uma longa travessia. Não leve a sério as filosofias do leão falante da terra gelada. Vença os alienígenas que ainda tentam invadir o planeta Terra. Termine tudo em um "Crash".
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não. Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.