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Texto antigo (pra pessoas antigas)

Um prazer intenso sentido nas pequenas coisas do cotidiano. Ouvir atentamente com os dois ouvidos abertos algum álbum do R.E.M. Ler um texto do Bucowski. Interagir vorazmente certa crítica musical ou cinematográfica. Tragar calmamente um cigarro. Ou então admirar uma obra incompreendida dos ano 80.

Curtir a chuva em um domingo qualquer. Estar acompanhado dos amigos durante a projeção de um filme mediano de um diretor conceituado. Assistir uma peça de teatro realizada por conhecidos. Jogar "escravos de jó" e como castigo beber Martini Rosé. Fazer do trivial algo orgíaco. Descobrir no comum as novidades imperceptíveis de tão normais que a vã filosofia não alcança por causa da rotina.

Acordar com um gosto azedo na boca, de causar sensação de repúdio quando lembramos da noite passada. Dar gargalhadas intermináveis relembrando situações constrangedoras. Gravar alguém vomitando porque bebeu demais.

Voltar ao passado com o auxílio da mente e dos retratos feitos com uma máquina fotográfica digital e com uma câmera de vídeo.

Mas, eis que surge o primeiro beijo. A primeira transa. O primeiro porre. O primeiro amor. A primeira árvore. O primeiro livro. O primeiro filho. O primeiro rompimento. A segunda briga. Vários porres. E o primeiro fim.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Alguém me disse que uma das melhores coisas para se esquecer um amor é escrevendo sobre ele, analisando os fatos. Não sei dizer se isso é verdade, mas sei que dói. Tenho quase 30 anos e já tive desilusões amorosas e confesso: as outras foram mais fáceis. Certa vez um amigo comentou que só existe um grande amor na vida. E eu passei a acreditar nisso. Muitos profissionais dessa área, afinal, praticar o amor é viver em sofrimento e dedicação trabalhista, procuram no bar mais próximo o método para esquecer o momento do rompimento. Eu não tive essa oportunidade, pois o bar mais próximo era muito, mas muito longe. O detalhe é que o rompimento aconteceu na casa da pessoa que até então se declarava, que dizia: depois de tudo o que passamos, terminarmos seria um erro. Puta merda! Tem ideia de como me sinto quando lembro dessa frase? Quando isso acontece, logo me vem à cabeça os bens materiais. Por que gastei? Para que comprar um perfume tão caro? Para reconquistar? Sim, e olha no que deu. E a c...