Pular para o conteúdo principal

Embarcadiço

Percorro o mesmo caminho. Ouço agora Bloc Party. Cadê os sonhos mais estranhos? Sinto ainda o cheiro do seu cabelo castanho. Olho para o pôr-do-sol. Reflito dores. Penso nas ações. Digo adeus às vontades. Necessidades contempladas na música, mas o sentimento sincero ainda se encontra em meus dedos. Sento na areia. Continuo a admirar o bailar das gaivotas em sincronia com a brisa marítima. Lembro da sua mão a deslizar nas minhas costas. Quero voltar. Presente momento de passado. Relembro. Não quero ficar. Futuro de encontro com o tonto desafio do sobreviver. Novamente, quero ver. Quero sentir. Abra os seus braços e me feche em um abraço para que eu possa amar.
Continuo a imaginar se o diferente mergulhasse de cabeça em um destino de possibilidades uniformes. Penso que se eu tivesse sacrificado um tanto do orgulho, as formas do esboço que chamamos "entrelaçar" alcançaria uma arte final de degustar. Se o meu erro foi sinistro, apenas conquistei uma parte do que gostaria de alimentar. O sentimento eu deixei escorrer entre seus lábios. Perdi.
O ar, no momento, reflete um dia de cansaço satisfatório. O mar calmo parece não ter levado outros humanos. As embarcações simplórias balançam em uma singela coreografia natural. O dia se despede perfeitamente dolorido. Ainda aqui bate um oco precipitado. Quero ficar, mas quero voltar. Irresoluto. Eu sei, confesso. Por isso, talvez, eu tenha perdido. Você.

Postagens mais visitadas deste blog

Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.