Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

quinta-feira, julho 31, 2008

O Passado


Trago no bolso um falso suspiro anexado em um conto. Reviro o estorvo e absorvo no ato um novo trago de cigarro barato. Tropeço no orgulho e não caio em seus braços. Caminho um pouco e acabo encontrando um eu abstrato. Fóssil de outros em caixas cronológicas compactadas em sentimentos concretos, antes quebrados pela falta de contato. Não posso negar, o importante nasceu no passado. Abortamos um fruto para não vivermos futuros. Presentes agora fechados foram mandados. Um novo endereço encontrou a cadência.

Não culpo o clima nem muito o sistema. Respostas vazias sempre me fazem. Justifico os meios achando mensagens. O grito do meio é a mensagem. O ruído percebido furou o meu ouvido. Hoje não mais suporto a sua semiótica. Um tanto neurótica berra pesadelos. Relacionamentos acontecidos não podem ser razões. Mas se é assim, não sou eu que culparei o fim. Levanto a face e sigo em frente, contudo, não tente me olhar sorridente.