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Pra Nos Lembrar

O mundo lá fora acabando e eu aqui pensando em você. "Mate-me Sarah. Mate-me de novo, com amor. Vai ser um dia glorioso". Só consigo cantar estes versos enquanto vejo a chuva se suicidar no vidro da janela. "A ferrugem nunca dorme". As músicas não são as mesmas, mas as citações são bem-vindas. Tudo vai se reciclando e o meu pulso aberto ainda se movimenta pelo novo. "Mas passado e presente são um só e eu também sou". Mais uma canção.

Tento achar conclusão na imprecisão dessas horas que chatas vão me tirando um pouco a cada segundo. Bailo entre os ponteiros um dançar torto. Agora surge um novo acorde para me acompanhar. Fecho os olhos e sigo junto. "Eu conheço todos os seus medos. Parece que são meus. Deve ser como ter dois pés esquerdos e falar com Deus. Nem tudo vai passar. Alguma coisa sempre sobra. Nem tudo vai mudar. Alguma coisa sempre fica. Pra nos lembrar. Você fez de mim um samba-enredo, com livros que não leu. Enxugo lágrimas de gelo e encaro seu adeus. Eu esqueço todos os seus erros. Finjo que não doeu. Ponho um band-aid no meu dedo. E saio no apogeu". Sorrio no último verso. Deito e durmo. Só isso posso agora fazer.


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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 

Férias

Finalmente curtindo as merecidas férias. O período de descanso é necessário. Aos poucos, estravasso o cheio a fim de alcançar o vazio. E assim vou enchendo novamente os novos cheiros, os novos sentimentos, as novas experiências e as novas mudanças. Tudo acompanhado ao som das ondas do mar, do oceano que banha as costas da Ilha do Mel. É incrível como este lugar me traz vigor, me renova. Por mais que sejam poucos dias, o proveito recicla a vontade de batalhar por mais um ano em um lugar que ainda não me encontro, não me solto, não exploro. Agora é sentar e relaxar o gozo de outras estações, ainda indefinidas nos planos e projetos que ainda não esbocei. Enquanto isso vou aproveitando as músicas que vão fazendo o meu verão. A nova bolacinha do Max de Castro não decepciona. Nem a coletânea do Blur. Mas o som da estação que vigora mesmo é o primeiro CD da Lauryn Hill. Uma delícia. E eu que achei que ia ouvir muito Jack Johnson. Que engano exacerbado. Ainda bem que errei.
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.