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Ficando por aí

Não mais um romântico procurando elementos de sinestesia relaxantes. A inexistência poética da situação está transformando o calor em longas cartas escritas para ninguém. O achado agora fica perdido entre ruas úmidas de uma madrugada abstrata. O tratado concebido foi rasgado e jogado em uma correnteza pútrida. O instinto mascarado não sincroniza mais os espaços do coração. Não há solução exata nessa conta de multiplicação. A divisão floresce e brota jorrando aos muitos na calculadora metafórica da autocombustão.
O sentido dos escritos escorre pelo olho em forma de sílabas sem explicação. Nada mais envolve em presente esse sentimento dedilhado em acordes dissonantes em uma velha guitarra. O sangue outrora bebido com louvor no momento está no futuro do seu rosário. Peça então com mais entusiasmo a finalização sem contração de uma gestação acidental. O experimental viver sempre esteve constante no instante soluçar. Um gosto de sal explode no lábio. A negação ainda é o melhor artifício nesse ofício repleto de horas extras.Apenas uma noite para lembrar. O gritar abafado pelos dedos solitários. Talvez um dia a mais. Não faça novamente. Vai ficando por aí, não mais romântico, nem mais sinestésico.

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.