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Uma tristeza absurda bate oca no peito aberto. Não há lágrimas. O silêncio alcança um nível estratosférico. A solução se perde em caos de aflição. A maresia agora vira odor nuclear, cortesia da tempestade de palavras em mar adentro. Um rasgo se abre na pele. Um líquido se apresenta no dedo. Uma morbidez se faz presente no canto do olho. A vontade pura se desmancha em horas terríveis que se arrastam pedindo clemência. O todo exagerado transpira das axilas nervosas que também querem descanso. Mas não há lágrimas. Antes houvessem.

A vida sempre provou que calmaria precede turbulência. Um tiro passou raspando pela testa. O período nunca foi tão corrosivo. Uma ferrugem quase deu passagem aos pulsos. O sobreviver aos poucos se perde, como as vontades suicidas que tentaram voar. Uma corda ficou bamba não conseguindo envolver o pescoço. E as lágrimas não se matam.

Não existe mais razão. As soluções estão tão distantes quanto os portos que trouxeram outros navegantes, os mesmos que clamavam tempos prósperos. A cor está ficando cinza. A luz está ficando pálida. A nuvem está ficando negra. O sol está ficando escuro. O quarto está ficando branco. A visão está ficando turva. O movimento está ficando lento. O som está ficando fraco. A força está ficando desestimulada. O pulso está ficando avulso.

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 

Férias

Finalmente curtindo as merecidas férias. O período de descanso é necessário. Aos poucos, estravasso o cheio a fim de alcançar o vazio. E assim vou enchendo novamente os novos cheiros, os novos sentimentos, as novas experiências e as novas mudanças. Tudo acompanhado ao som das ondas do mar, do oceano que banha as costas da Ilha do Mel. É incrível como este lugar me traz vigor, me renova. Por mais que sejam poucos dias, o proveito recicla a vontade de batalhar por mais um ano em um lugar que ainda não me encontro, não me solto, não exploro. Agora é sentar e relaxar o gozo de outras estações, ainda indefinidas nos planos e projetos que ainda não esbocei. Enquanto isso vou aproveitando as músicas que vão fazendo o meu verão. A nova bolacinha do Max de Castro não decepciona. Nem a coletânea do Blur. Mas o som da estação que vigora mesmo é o primeiro CD da Lauryn Hill. Uma delícia. E eu que achei que ia ouvir muito Jack Johnson. Que engano exacerbado. Ainda bem que errei.
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.