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Uma tristeza absurda bate oca no peito aberto. Não há lágrimas. O silêncio alcança um nível estratosférico. A solução se perde em caos de aflição. A maresia agora vira odor nuclear, cortesia da tempestade de palavras em mar adentro. Um rasgo se abre na pele. Um líquido se apresenta no dedo. Uma morbidez se faz presente no canto do olho. A vontade pura se desmancha em horas terríveis que se arrastam pedindo clemência. O todo exagerado transpira das axilas nervosas que também querem descanso. Mas não há lágrimas. Antes houvessem.

A vida sempre provou que calmaria precede turbulência. Um tiro passou raspando pela testa. O período nunca foi tão corrosivo. Uma ferrugem quase deu passagem aos pulsos. O sobreviver aos poucos se perde, como as vontades suicidas que tentaram voar. Uma corda ficou bamba não conseguindo envolver o pescoço. E as lágrimas não se matam.

Não existe mais razão. As soluções estão tão distantes quanto os portos que trouxeram outros navegantes, os mesmos que clamavam tempos prósperos. A cor está ficando cinza. A luz está ficando pálida. A nuvem está ficando negra. O sol está ficando escuro. O quarto está ficando branco. A visão está ficando turva. O movimento está ficando lento. O som está ficando fraco. A força está ficando desestimulada. O pulso está ficando avulso.

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Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.