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Hipertenso


Meu coração é tão vagabundo que agora deu para bater mais rápido. A dobradinha cigarro e cafezinho combina muito com a minha personalidade, mas agora preciso maneirar. E eu que achei ser um Highlander, descubro que sou hipertenso, na flor da idade dos 25 anos. Mais dois anos e eu padeço. Não agüento falar em gordura trans, alimentos lights e comida saudável. Prefiro os abobináveis prazeres do álcool, o sabor da massa e as mazelas do pó. Ok, tudo bem, exagerei no último. "Ando só, pois só eu sei, por onde ir, por onde andei..." Adoro me sentir a vítima. Pior que agora nem estou me fazendo, pois sou, de fato, uma vítima. Uma vítima das inconseqüências da idade, da publicidade, dos ídolos marginais, do glamour da violência, dos saberes dos malditos poetas... dos corações psicodélicos. Se o meu cardiologista estiver correto, sobra pouco agora. Mas prometi à Stella que não ficaria por aqui neste final de semana. Eu ainda sobreviverei.

Bom, utilizei este espaço hoje simplesmente para contar um pouco sobre o meu novo futuro: vida saudável. É claro que não será seguida. Ainda tenho outros cigarros para fumar. Outras bebidas para tomar e outras comidas para vomitar. E outra, o exame deve estar errado. Hipertenso o caralho!


Só pra descontrair, fica uma foto neste post de uma bruxinha muito safada. Ela adora levar uma vassoura no rabo...

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.