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A arte da violência

Violência feliz em versos de pura exacerbação fantástica. Como um vídeo da Bjork. A cada palavra, uma facada no olho. A cada sílaba, um corte na narina. A cada frase, um rasgo no rosto. E assim vai dilacerando as outras partes do corpo.

O sangue segue escorrendo calmamente, lindamente e sagazmente.

Violência feliz em conversas que agridem através de verborragias certeiras. Um tiro no cu de dor e pólvora. Uma metralhadora sonora continua a estraçalhar o sexo mais virginal de mocinhas inocentes e carentes. Muitas já levaram uma dedada dos seus pais. Mas é o texto marginal que as consola. E arranca lágrimas de carnificina gratuita.

O sangue segue escorrendo calmamente, lindamente e sagazmente.

Violência feliz como um filme do Lars Von Trier que em sua depressão recolhe as idéias mais infelizes da tradição de agredir o ouvido. Um ataque parecido com o do Guy Ritchie em Jogos, Trapaças e Dois Canos Fulmegantes. Ou pior, como as películas de Park Chan-Wook, aquele que dirigiu os socos no estômago que são Old Boy e Lady Vingança. A Coréia do Sul nunca mais foi a mesma após esses dois desbundes. Verdadeiros deslocamentos de úteros realizados por uma pica de elefante.

O sangue segue escorrendo calmamente, lindamente e sagazmente.

Violência feliz nas melodias de Michael Stipe. Claustrofobia infantil de criança recém estuprada, abusada e gozada. Característica de agressão nos versos de Tori Amos e sua insistente ousadia de mostrar as marcas da violência sexual em sua vagina entre-aberta. A voz e o piano tiveram mais significado depois que ela surgiu no mundo musical. Ampliação lírica no estraçalho não puritano de Fiona Apple. Entranhas agora deixam que os vermes saiam comendo vulvas, grandes lábios e pentelhos. Mesmo assim...

... o sangue segue escorrendo calmamente, lindamente e sagazmente.

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 
O barulho, o som, o tudo. As vozes, a esquizofrenia. Quem aguentaria? É preciso jogo, é necessário o respirar. Chega a ser jocoso, parece lacrimoso. O volume, os gritos, a conversa. O cansaço no mormaço. O não relaxar do momento. Os nervos, a fúria, o ventre. O vento que não entra E o apuro do socorro. A bagunça e a falta de concentração. A raiva que aparece. O berro que permanece. Aqui, mudo, em silêncio. Como haveria de ser. Mas não é. lsH
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.