Pular para o conteúdo principal

Björk, my lover!


Período total de não ouvir o trivial. Mas caio na dúvida: a islandesa Björk é algo acessível? É que a cantora é tão comentada mundo afora que parece normalidade a sua discutível música. O seu primeiro álbum, Debut, deu o que falar na época de lançamento, devido a voz e aos ritmos eletrônicos nunca explorados de maneira tão ampla. Não à toa, a baixinha inspirou petardos sônicos da estirpe de patamares como Portishead e Massive Attack, origando assim, um tal de trip-hop.

Björk também é conhecida pelos seus vídeos nada convencionais, muitos dirigidos por Michel Gondry, o intrépido diretor de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança. Aliás, a sagacidade e o talento do diretor já foram utilizados como recursos catalisadores para a grandiloqüência de outros artistas mais talentosos.

Além disso, a islandesa também já fincou os seus sentimentos em um filme, demonstrando que sempre procura estar cercada de pessoas abastadas, já que foi dirigida por ninguém menos do que Lars Von Trier, talvez o último grande diretor dos últimos tempos, ao lado de Gus Van Sant e Wong Kar Wai. O filme em questão é o claustrofóbico Dançando no Escuro que possui uma das cenas mais chocantes que um ser humano já pôde registrar. Não seria delicado da parte detalhar a cena, pois ela se encontra no final da película. De toda a forma, Björk mostrou talento na arte cênica, muito graças aos seus vídeo-clipes frêmitos.

E agora, novamente a pergunta: a islandesa Björk é algo acessível? Quem teria a coragem de fazer um disco somente com o acompanhamento de vozes fazendo as vezes de instrumentos musicais, sem o auxílio de sequer um ruído de sons de violões, baterias e contrabaixos e, mesmo assim, soar tão pesado e também delicado? A cantora vez e é um dos trabalhos mais belos já gravados pelo mundo pop, chamado Medulla. Quem teria a coragem de subir no pico de um monte gelado na Islândia, somente com um lap-top e compor um dos discos mais estranhos do planeta? Então, a cantora também fez isso. Então é melhor encerrar a pergunta e decretar de fato que a islandesa não é acessível. O contentamento em achar a resposta é tão bom, pelo simples detalhe que os fracos de ouvido sempre a rejeitarão.




Assista e dê uma analisada do que a moça é capaz. Recentemente ela lançou o CD Volta, uma volta à estranheza bela que os talentosos ainda sabem fazer. Inspirador.

Postagens mais visitadas deste blog

Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.