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Primeiro de maio

Um dia triste. Acordo depois de uma noite divertida com pessoas extremamente queridas. A primeira visita, um encontro com um grande amigo, talvez o melhor. A conversa sagaz e por vezes claustrofóbica me fez relembrar outros passados. Depois da turbulência, agora um estado de espírito mais calmo. Ainda bem que a distância não nos fez adversários, e sim, cúmplices. Saudade sempre após o abraço. E agora, quando será a próxima? Tenho a impressão de ter visto a esperança no fundo da retina. O bacana é que agora você vai vivendo. Continuo na torcida pelo sucesso que estampa em seu rosto. Deixamos estar.
Passado o saudosismo, ele mesmo continua em outra ação. Agora uma balada com o primo, a irmã e o cunhado. Rock'n roll! Mais precisamente, John Bull e todos aqueles quadros espalhados pelas paredes. Figuras de astros da música que desperta sentimentos ímpares, que faz acreditar que a vida vale a pena e que ainda existe emoção antes do dinheiro. Na entrada do bar, a santa ceia com alguns personagens talentosos e... mortos. Jimi, Lennon, Harrison, Joplin, Marley, Mercury, Muddy... não lembro os outros, o meu estado alcóolico iniciava um processo cavalar. Exacerbado. Diversão de toda forma. Afinal, com aqueles três não há erro. Fora as conversas a respeito de cinema, música e quadrinhos. Sinto sempre a saudade de vocês. Por isso aproveito até a última gota de suor a presença quando estou. De fé, Sandrey, Hideki, Ana e Wellington, valeu mesmo.
Agora eu vou, mas de certa forma eu fico. Queria ter escrito algo mais poético, mas na atual situação bagaceira a qual me encontro, saiu esse esboço. Uma ode à amizade!

Saudade já

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Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about. 

Os meus beijos mais sinceros

O calor está derretendo o pouco que sobrou da minha lembrança mais triste. Ainda bem que te encontrei. Foi culpa da areia do mar que soprou em meus olhos um sonho com você. Estou ficando brega, declarando exacerbadamente o amor que deixei a frente de 400 quilômetros. A canção mais melosa e irritantemente apaixonada não sai do som. É a faixa sete daquele disco, de um cantor que eu sempre gostei, assim como a subjetividade que me invade. Não importa. Eu ainda posso te ver na lembrança daquele vestido azul que rodopiava e balançava até os pederastas. Continuo dizendo: ainda bem que te encontrei. Quando você veio me oferecendo bebida, eu não neguei. Bebi a última gota. Então, eu te olhei. Você sorriu. Eu procurei. Você também. Eu te beijei. E você seguiu. A hora mais longa ficou mais curta e devorou o destino traçado pelo acaso da sua boca de lábios rachados. Mesmo assim, belamente provocantes. Não sei se você está entendendo o sentimento confuso e ampliado, mas os insetos que me causam ân...

Imaginando...

Um copo de conhaque acompanhado de uma tosse chata. A voz rouca por causa dos muitos cigarros e do exagero da noite passada. A meia-luz serve de distração para o inseto que nem percebe a sua real insignificância. A janela um pouco aberta. Apesar do frio, muito odor no quarto de um prédio de classe-média. A fumaça vai bailando encontrando o ar da rua que insiste em ser a veia dos poluentes mecânicos. Acho que estou com um pouco de febre, sei lá. O bicho na lâmpada está começando a me incomodar. Logo esqueço. Leonard Cohen amortece os meus tímpanos e eu, em transe, me transporto para um campo de aveia. Fecho os olhos. Estou correndo sem direção alguma, só sentindo o vento morno adentrando os meus poros faciais. Sigo como um alucinado acreditando ser o humano mais feliz do mundo somente por causa do sol em meus lábios. O azul do céu é de um absurdo tão belo que praticamente esqueço que existem outras cores. O bardo canadense continua embalando, satisfazendo a minha sensação única de l...