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Pela Rua XV

Casa de massagens anúncia:

"Você precisa vir aqui, conhecer sem compromisso três gatinhas e algo mais. 3322-9626 - Apartamento central, discreto e aquecido".

Que orgasmo! Passado o tentador convite, eis que eu e a minha amiga caminhamos por mais alguns metro pela Rua XV e encontramos outros vários anúncios repletos de linda poesia. Todos devidamente colocados em papéis fixados ao longo dos telefones públicos do local. A variedade de produtos era incrível. Os nomes também. Larissa, Ana, Alexandra, Valquíria, Polaca, Deusa Folgosa, Vinícius, Jonas, Suzete, Claudete e mais outros diabos. Verdadeiros amantes prontos para tudo e para todos. Corajosos que vendem pernas, bucetas, cus, peitos, bocas, caras e o resto do corpo por certos reais pagos na saída. Se um drink vier acompanhado, melhor. Destaque para o anúncio de um tal de Gabriel, "bonito, aberto e viril".
A falta de opção quase inexiste. Se você ficar na mão, é por pura falta de vontade ou vontade até de mais. Basta encontrar qualquer telefone público da Rua XV de Curitiba para encontrar as opções mais desejáveis, com direito a serviço completo oferecida por algumas. E por alguns também. Diversidade na certa. Alguns profissionais do sexo atendem até casais, com direito ao número 35 do kamasutra. Se não gozar, 50% do dinheiro garantido. Tentador.
Agora, encontrar esses produtos ao vivo em plena XV, num domingo a tarde, é algo extremamente raro. Somente ligando e marcando um encontro. Confesso que a curiosidade bateu. Mais sorte tiveram umas amigas minha que fizeram amizade com uma puta em uma pastelaria perto da Universidade Federal, bebendo uma cerveja para extravassar a alegria de estar na capital. Coisa rica. E o mais legal é que ela não mentia o seu nome. Ou era Ana Paula ou Cristina. Ou seria outro? Não lembro. O certo é que quando as mulheres se juntam, elas formam uma verdadeira confraria de frases interessantes. Menos as burras, é lógico.
Após mais alguns passos pelo local, eu e a minha amiga resolvemos parar no Wings. E digo de passagem exagerada que, desde já, esse lugar é o meu Café Perk (em referência ao café em que os Friends aim para jogar conversa fora. Aquele do seriado americano que acabou). Logo que entrei lembrei de Blues Line, do Bloc Party. Não sei o motivo. De toda a forma, a imagem era muito boa, com direito à aqueles doces e tortas variados, até mais que os anúncios sexuais que vimos ao longo da Rua XV ou Rua das Flores ou ponto da Borboleta 13 ou o escambau. Bom, era de comer. Urrul!

Agora fica a saudade de novo... :(

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Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.