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Um Beijo a Mais


Chegar aos trinta anos de idade com uma carreira profissional perfeita, ter uma namorada grávida e um ótimo grupo de amigos é tudo o que muita gente quer. Mas dúvidas sempre aparecem no trajeto da inesperada questão que é viver. É nessa premissa que segue o filme "Um Beijo a Mais", do diretor Tony Goldwyn e do roteirista Paul Haggis (ganhador do Oscar por "Crash"). O longa tem no elenco o sempre divertido Zach Braff - do seriado "Scrubs" - Jacinda Barrett e a graça onipresente Rachel Bilson, a cocotinha Summer do finado seriado "The O.C".

"Um Beijo a Mais" é uma refilmagem americana do italiano "O Último Beijo", do cineasta Gabriele Muccino. Ambos são ótimos, cada qual em sua cultura. O andamento do roteiro dos dois filmes é praticamente o mesmo, porém, na versão dos EUA, preza o charme da trilha sonora que pinça músicas cuidadosamente pops, realçando o sabor das cenas protagonizadas por Zach Braff. Não há como negar a sintonia perfeita das cenas quando o personagem está em insistente momento de reconquista amorosa ao som de Coldplay. O jeito que tal situação foi filmada ficou até parecida com um vídeo-clipe. Deleite visual aos que adoram referências pop.

O filme não apresenta nenhum diferencial metalingüístico, nem na edição e muito menos na interpretação dos atores. É tudo muito redondinho, conforme ditam as regras dos padrões hollywoodianos. Contudo, não tira a delícia de apreciar situações engraçadas que quase nunca se encontram na vida real. Afinal, alguém já conseguiu encontrar uma pessoa legal para descolar uma boa transa em uma festa de casamento? Em "Um Beijo a Mais" isso acontece.

O roteiro é dinâmico e não fica entrando em pequenos detalhes explicativos a fim de esclarecer certos fatos aos telespectadores mais preguiçosos. Porém, não espere algo alternativo, por mais que o filme tenha sido lançado nesse gênero que, hoje em dia, tem sido sinônimo para conquistar prêmios em festivais cinematográficos. De toda forma, vale a pena conferir os devaneios de uma pessoa que entra em crise aos trinta anos, quando, realmente, a vida adulta parece dar vazão ao real sentido que, de fato, se propõe. Caso isso não aconteceu contigo, é porque você não tem trinta anos ou ainda continua vendo longa-metragens estrelados pelo Jack Black.

Um adendo: uma pena não terem aproveitado sagazmente a presença da Rachel Bilson que, mesmo interpretando em banho-maria, consegue deixar os machos de plantão com saudades da Summer de "The O.C.". A moça talvez tenha o olhar mais expressivo desde o surgimento da Sidnei, da trilogia "Pânico", interpretada pela Nave Campbell. Very cool.
Leonardo Handa






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Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
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