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Mostrando postagens de 2015
Já não sei mais o que pensar, nem em como agir. O fato é que para os próximos relacionamentos amorosos, se existirem, não saberei o que sentir. Não gostaria de me tornar uma daquelas pessoas que dizem: nunca mais me apaixonarei de novo. Tão clichê isso. Mas se for pensar pelo viés do se machucar, acredito que não sobreviverei a outra desilusão. Posso dizer que tive três namoros. O primeiro, doentio. O segundo, ciumento e confuso. O terceiro, doentio, ciumento, confuso e devastador. De todos, o último, com certeza, é o que deixou feridas homéricas. Boa parcela da culpa é minha, mas percebo que faltou mais delicadeza e entendimento por parte do outro. E agora? Quero que se foda. É isso. Fim.

Síndrome

Quem sente síndrome do pânico sabe o quão terrível é ter os sintomas durante o trabalho. E trabalhar em rádio com essa ansiedade toda é o desespero retratado nos olhos. Nos últimos dois dias têm sido assim. Levanto bem, apresento com meus colegas o jornal matinal, repasso as notícias, faço comentários e vou me preparando para os textos do restante da manhã, além de algumas edições de áudio. Nesse momento, tudo começa a rodar. A concentração me escapa, fico mexendo toda hora na sobrancelha, como se ela fosse um botão que reiniciasse o meu cérebro. Ponho os fones de ouvido para aumentar minha percepção do que estou fazendo e sai tudo no automático. Odeio essa sensação. Tudo parece que sairá do controle. Tenho vontade de sair correndo, me bater contra uma parede, de berrar vários nomes e de arrancar minha espinha dorsal com um facão. Desde 2008 é assim.  Começou quando sobrevivi a um relacionamento complicado. A primeira vez que ela visitou a minha cabeça, eu achei que estava enlou...

O amor é caos

O seu lado do guarda-roupa ainda está vazio. Encaro a porta todos os dias, ao acordar. O sentimento? Não sei explicar. A intenção de deixá-lo assim, menos ainda. Minhas coisas continuam atoladas nos espaços que me foram cabidos e designados. Tudo meio embolado, conforme a vida nesse momento. Mesmo assim, sei onde estão todos os objetos e roupas. Ou seja, há uma organização no caos. Aqueles bilhetinhos de amor outrora colados no móvel não se encontram mais. Confesso que foram rasgados. Arrependo-me de tal ato. Tinham mensagens ali que eram lindas: escritas em momentos de sinceridade original. Talvez o imediatismo de apagar as memórias me levou a covardemente tomar a atitude do desapego. Porém, me pego a cada duas horas a relembrar aquelas frases que jorravam amor. Estou dormindo do outro lado da cama que, aliás, não é a mesma. Tive que me desfazer da antiga, pois não conseguia mais repousar nela. Sentia uma angústia terrível ao me deitar e perceber que você não estava ao ...
Certa manhã acordei de um sonho intranquilo. Na realidade, foi bem tranquilo, ao contrário do amigo Kafka. Na minha viagem mental, você estava lá, segurando uma placa escrita "eu te amo", correndo feito um bobo, brincando de esconde-esconde comigo. E, quando você falou a frase ali acima, eu simplesmente chorei feito uma criança repleta de esperança por dias melhores.  Aconteceu hoje. Ao abrir meu horóscopo, a leitura me deu um tapa. Por quê? Porque dizia isso: a lua em Leão recebe ótimos aspectos de Urano deixando você emocionalmente agitado. O momento envolve volta a um passado agradável e vontade de agilizar seu retorno. Faça o que seu coração pede e ouça sua intuição que está bastante aguçada.  Ah, como eu queria...

A tal da linha da vida

Algumas pessoas não possuem a ambição de viver muito. Elas são criticadas por isso. A expectativa de vida cresceu bastante nos últimos anos. Mas e a qualidade, basta? A dúvida repousa na mente como um boing em chamas entre montanhas localizadas no remoto do mundo.  Dias atrás, numa mesa de bar, onde coisas interessantes acontecem, uma amiga metida a "ciganices" estava lendo as mãos dos meus companheiros de cerveja. Ao som de um rock pré-histórico, ela ia desvelando cada qual com uma elegância e uma sinceridade extrema. Quando chegou a minha vez, pedi um tempo para tragar um cigarro.  No meu momento solitário com a fumaça, do lado de fora do pub, fiquei observando três meninas. Pela tez, deviam ter entre 16 e 17 anos. Não se vestiam como patricinhas, faziam mais o tipo "mulheres-antenadas-cult", com os braços expostos, revelando minúsculas tatuagens, provavelmente nunca apresentadas aos seus pais.  Na minha terceira baforada de cigarro, uma delas me pediu o is...

Meio Infinito

Eu quero dançar nessa ventania Mas quero um bom par. No meu jeito quadrado Quero depois um beijar. Dois selos em paralelos Que podem se encontrar Depende do ritmo Interfere no artifício. O destino só é conclusão Quando a gente quer Por isso leve a esperança Sempre pra onde puder.  Menina, segure a minha mão Arraste o seu salto, Abrace essa luz fraca E lá do alto Façamos um bailar Meio desesperado, Meio aflito, Meio infinito.  Léo Handa - 05 de outubro, 2015.

Todo dia

Todos os dias penso em você. Mas hoje foi diferente. Talvez por ser uma data muito especial. São seus 22 anos completados. Acordei porque tive um sonho contigo. Não lembro agora ao certo. Eu te beijava. Eu sei que você não era fã dos meus beijos. Isso me faz lembrar do nosso primeiro. Para mim, fantástico. Para ti, estranho e confuso. Sai do seu apartamento flutuando, louco que o dia seguinte chegasse. Aquelas borboletas no estômago, que achei que nunca sentiria novamente, haviam voltado.  Passou apenas um dia e te convidei para um acampamento em comemoração ao aniversário de uma amiga. Atualmente, ela também é sua amiga e sente saudades de ti. Esqueci de levar o colchão de ar. Rimos da situação. Foi uma noite fria, a qual eu vi uma estrela cadente. Você também disse ter visto. Eu fiz um desejo. Infelizmente, ele não se realizou. Caso tenha feito um, espero que tenha se concretizado.  Naquela noite, dormimos nos olhando. E abraçados por causa do clima. Dos vários climas. ...

A pequena sala das canções ridiculamente que falam ao coração

Sentado. Nunca tinha chorado tão sinceramente com uma canção. E foi ridículo. Logo numa música do Tiago Iorc? Digo isso porque nem sou fã do cara, apesar de suas boas composições. Mas “Um Dia Após o Outro” me derrubou. Eu parecia um bobo, abraçado ao violão, no sofá, com os olhos suados. Escutei-a mais de uma vez, até tirei as notas de ouvido. Ao tentar cantar, embarguei. Algumas frases eu executava como mantras, pegando aquelas verdades para interiorizar na mente, guardadas em uma caixa frágil, pronta para você abri-la. Infelizmente, não tinha ninguém ali, ninguém com a bondade de ver o que tinha dentro dela. E você não é ninguém. É aquilo que um dia eu queria guardado em um potinho, num pensamento totalmente egocêntrico. Enfim... Como sabe, após um vídeo do Youtube terminar, inicia outro automaticamente. O destino (que sabemos que é um conjunto de programações cibernéticas) colocou o álbum da Clarice Falcão. Pode? Novamente, como uma criança que ralou o joelho ao cair de skate, ...

Dói. Ainda.

Hoje sonhei contigo. Foi tão bom. Eu chorava de felicidade por te beijar. Sua língua dançava com a minha e eu acordei aflito, aos prantos. A saudade, ao abrir os olhos, explodiu em meu peito, como uma estaca matando um vampiro. Eu te suguei, você me sugou. Nós nos sugamos. E foi deliciosamente bom. Queria repetir cada chupada. No início, nos deixávamos marcas maravilhosas. Eu as considerava como prêmios, só por você estar ao meu lado. Depois não deixou mais. Fiquei triste. Assim que começamos a namorar, eu fui viajar com um amigo em comum. Gay. Não sei dizer se você ficou preocupado, se ficou pensando em coisas absurdas. Carinhosamente, deixou um hematoma em meu pescoço, um carimbo que interpretei como: aqui não, esse tem dono. E eu, loucamente apaixonado, durante o show do The xx, no momento em que banda tocava “Shelter”, curiosamente, uma palavra que tenho tatuada no braço direito, eu fechei meus olhos e pensei: LMB, te amo pra cacete! Ao acordar de um sonho muito preciso, in...

O capeta cerebral

É uma noite qualquer de quinta-feira. Você sai para beber com seus amigos. Eles sabem do seu problema. Alguns entendem, outros não. A mente humana ainda é repleta de interrogações. Entre o primeiro e o segundo copo de cerveja, repentinamente, suas mãos começam a suar, seus pensamentos ficam confusos, tenta se concentrar em algo, mas apenas enxerga um demônio dizendo no seu ouvido: - chegou sua hora, você vai morrer! O coração dispara e, no peito, você sente uma pressão tremenda, como se o seu pulmão quisesse sair pelas suas narinas. A respiração descontrolada dá a impressão de que não há ar suficiente em todo o planeta Terra. Disfarça, tem palpitações e bebe um gole de cerveja. A conversa na roda de amigos continua e você se levanta, inventa alguma desculpa e sai pelas ruas desesperadamente, procurando acalmar algo que não consegue. Depois de 40 minutos, já em casa, no sofá, ouvindo Iron and Wine, você pensa: - maldita crise de pânico, de ansiedade, depressão, o diabo! Antes de proc...
Como essa saudade está demorando para passar. Fico pensando nos momentos que estaríamos aproveitando nesse sábado de sol. Seria um dia vadio, de brincadeiras, de sorrisos, de cantorias, mas também de mau humor, de sonolência e de neutralidade. Sinto falta disso tudo. Da nossa cama ruim, que doei, dos cigarros na sacada, do silêncio às vezes constrangedor, das garrafas d'água, das falas cortadas e de assistir os mesmos filmes. Eu queria tanto esquecer todas essas coisas, para conseguir seguir. Você me pediu para deixá-lo ir. E eu deixei. Uma grande mentira que carrego agora aqui comigo. Já se foram litros de cerveja, cartelas de fluoxetina, visitas ao pronto-socorro, quilos e fome de menos. Maldita situação a qual não sei conviver, cujo aprendizado já deveria ter ocorrido. E por quê? Maldito amor que vira sofrimento: essa vontade de arrancar o cérebro com um estilete, de perfurar os olhos com pregos, de cortar o coração com uma faca Ginsu. Eu apenas queria hibernar e acordar num dia...

A dor do término de um amor

Quando um relacionamento entre um casal que se ama chega ao fim, caso você seja 50% desse amor e esteja nessa situação, o que faz? A dor e o sofrimento parecem algo infinito. Ambos os sentimentos batem na sua cabeça assim que os olhos são abertos pela manhã, se é que houve uma noite de sono. Tudo é muito difícil. Seus amigos tentam o impossível para te levar às alturas, aconselhando-o com frases de impacto, te tirando de casa, preparando jantares e enxugando suas lágrimas. Mas o que de fato você faz? Fica olhando os objetos que ele deixou na sua casa, cada um com uma história que na sua mente parece algo fantástico. Até uma simples meia se torna a coisa mais fabulosa para se admirar. Ao invés de apagar as mensagens dele do seu celular, repassa uma por uma para lembrar-se dos momentos lindos que passaram juntos. Aí bate aquela vontade de ligar, de escrever pelo WhatsApp, Facebook, Messenger, Google Talk, sinal de fumaça, telegrama, Sedex 10 e o escambau. Sim, eu sei muito bem, como é ...

Monossilábico

Término. Lembranças. Carinho. Amor. Ódio. Conversa. Beijos. Brigas. Desentendimentos. Traição. Carências. Discussões. Sexo. Silêncios. Medo. Insegurança. Vontades. Abraços. Viagens. Sorrisos. Memórias. Fim. Dor. Turbulência. Casal. Dois. Comparsas. Companheiros. Cama. Mesa. Banho. Café. Uruguai. Preconceito. Facebook. Sentimentos. Tristeza. Músicas. Poemas. Livros. Falta. Sinceridade. Covardia. Danças. Família. Cidades. Estudos. Acampamento. Shows. Amigos. Pobreza. Dinheiro. Emprego. Estágios. Festas. Álcool. Drogas. Lágrimas. Cansaço. Flatulência. Sono. Preguiça. Recomeço. Angústia. Irmãos. Calos. Caos. Reconhecimento. Admiração. Intriga. Cigarros. Sofá. Cobertor. Pão. Leite. Mercado. Compras. Divisão. Louça. Roupas. Prateleira. Vinil. Energia. Sobrinhas. Olhares. Alianças. Pulseiras. Coturnos. Bombons. Príncipe. Raposa. Planeta. Estrelas. Sol. Lua. Fotografias. Cachoeira. Procura. Loucura. Afago. Braveza. Inveja. Contradição. Idiossincrasia. Caminhos. Praia. Carnaval. Barraca. Cerve...
No dia 11 passado, completaríamos um ano e 10 meses. Aprendi muita coisa, mas ainda não aprendi a parar de chorar. Aprendi o desespero da sua falta e como serei uma pessoa diferente quando você se for de fato. Serei uma pessoa mais triste. Eu sei que a vida continua, ridícula eu não pensar assim. Contudo, sei também que ela acaba se a gente quiser de fato. 

Juntos

Início da manhã. Sexta-feira. Pato Branco está em um clima Silent Hill. Parece que uma névoa adormecida por muitos anos acordou de um sono profundo. Tudo está úmido. As paredes do quarto onde estou parecem chorar. Os vidros da janela transpiram tristeza. E, no sonzinho, aquela banda que você não curte muito. A voz anasalada me conforta. Em alguns momentos, ela grita diretamente ao meu coração. Tenho tanta vontade de lacrimar, só para acompanhar a umidade do ambiente. É nesse momento que sinto uma saudade absurda, uma carência profunda e uma culpa tremenda pela semi-traição. Logo eu, um desafeto total do ato. Logo eu, um lorde do odiar dessa ação. Logo eu, que faz odes aos adeptos da vira-casaca. Maldito erro cometido em um final de semana longe do seu amor.  Como eu queria ter as palavras certas para expressar o meu arrependimento. Eu, que mexo com elas, não sei qual usá-las. Todo o acúmulo, indicado cada qual por você, não pode se tornar cúmulos. É claro que entendo suas indign...

O que eu quero dizer

O que eu quero dizer, não sei. Não sei que argumento usar E nem sei se quero argumentar. Queria o entendimento pleno do seu momento Mas se nem você consegue, lamento. O que eu quero dizer é que te amo E por um tanto foi único. Eu tenho minhas culpas E acabo recuando diante das suas. Só assim sou mais passivo. Eu desejo a proximidade A vantagem de um beijo sem pudor Sem as controvérsias do momento Você falava em se entregar Principalmente em certos ambientes E sequer me beija na sala de estar. O que incomoda é o bafo. Eu acho que o sentimento suporta os ascos.  Como também necessita de higiene.  Enfim, o que quero dizer É que te perdoo por tudo E não me perdoo por algo: A minha contradição.

Passagem #1

Creio veemente que certas pessoas confundem o significado da auto-estima. Alguns a utilizam como sinônimo de “rei na barriga”, de donos da verdade absoluta. E, claro, esses indivíduos não possuem a capacidade de dizerem: desculpe, errei. Suas respostas são agressivas e suas atitudes peculiares (para não dizer algo ofensivo).   Tamanha é a dificuldade de assumir as consequências que preferem apelar para a defesa desenfreada, ressaltando suas qualidades, que podem ou não ser duvidosas, e partem para a famosa ignorância, essa vizinha da maldade (sim, a frase é daquele poeta). Com certeza você conhece alguém que é repleto de esperança quanto ao futuro, que é admirado por uma parcela do eleitorado, porém, carrega consigo uma arrogância disfarçada de ingenuidade. Não é auto-estima, não. É mecanismo de defesa. No fundo, lá impregnado no peito, internamente, essa pessoa canta aquela música do Karnak, cujo verso diz: “eu era convencido, agora não sou não, porque cheguei ...

Mistura-saudade-mistura-saudade

Hoje acordei com uma saudade curitibana. Algo meio corrosivo, confesso. Mas que causa um sentimentalismo nervoso, sobretudo quando imaginado pela Manoel Ribas. A noite, os faróis, os meninos e as meninas, o cigarro e a cerveja mais barata da esquina. Alguns sorrisos tortos, algumas conversas bobas, outras profundas, com direito a citações de poetas que nunca li e, provavelmente, nunca lerei. E depois de tudo, o sono em algum colchão inflável. Pela manhã, o gosto do fel, a cabeça levemente girando e um cheiro de café Iguaçu no ar, dançando feito bailarino do Guairá. Um domingo entre amigos, com análises estilosas dos passantes e seus cachorros. Até consigo imaginar qual seria a trilha sonora, uma daquelas bandas indies do fio do cabelo até o tênis propositalmente sujo. E claro, um friozinho-capital batendo na barba. Uma recordação antes do conhecimento de todos, do esparramo sincero das lágrimas derrubadas, das situações cabulosas e do ódio-geral-da-nação. Quando havia pi...

Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 
Relaxado, aguardo um afago seu. Pixies me conforta após uma aliviada.  Espero por ti, em meio a pensamentos preguiçosos. Quero uma noite aquém, sem o desespero de outrora. Estou tranquilo com relação ao tudo, mesmo não estando. Vou ali acender um cigarro e olhar para o céu. Não quero mais respostas, apenas soluções. E eu te amo. 

A Primeira Vez a Gente Nunca Esquece

Ela não estava perdida na vida, apesar de acreditar que sim. Sua entranha, recém violentada, ardia de saudade de um passado romântico. Enquanto voltava para casa, com gosto de abacaxi na boca, pensava na cidadezinha em que morava antes de se aventurar pelas ruas úmidas da metrópole. A cena mentalmente visualizada era a de um pé de ameixinha, a qual ficava trepada durante 30 minutos diários, se lambuzando com as frutas frescas e abençoadas pela chuva constante. O doce sabor da adolescência.  Ao chegar em seu apartamento, foi até a cozinha procurar por algo que tirasse aquele azedume de sua língua. Optou pelo conhaque, mesmo com o apetitoso bolo de chocolate que estava deliciosamente provocante sob a mesa de quatro lugares e tampo de granito falso. Calmamente, bocejou um pouco de álcool, como se fosse um antisséptico bucal. Caminhou até a janela e ficou observando os viciados em crack, alucinados, afoitos e sedentos por mais uma pedrinha para jogar amarelinha-viajante. Tomou um go...

O que será?

O que aprendemos no capítulo de hoje nesta parábola que chamamos de Vida? Que o buzz marketing é uma ferramenta incrível. Além de criar expectativas, gera desespero e lucratividade. Graças às incríveis forças sobrenaturais do Whats Up e Facebook e, lógico, à greve dos profissionais da estrada, que não são as prostitutas, tão pouco os vendedores de uva, criou-se um pavor exacerbado à procura de combustíveis. E olha que tinha gente com meio tanque ainda para rodar, mas como pato-branquense ama uma fila, acabou entrando nela só para ver no que ia dar.  O encéfalo coletivo está sofrendo um retrocesso tremendo, o que causa damos sobretudo no raciocínio lógico. Há quem diga que até uma simples conta, como 1 mais 1, gera dificuldades para ser resolvida. Como seria lindo se todo esse pandemônio fosse por causa de uma edição perdida de um livro do Gabo. Pense que lindo seria: vamos todos para rua porque são poquíssimas edições e precisamos dela para aumentar a sagacidade e a maneira de pen...

A vida repleta de clichês tem o seu doce eterno.

A vida repleta de clichês tem o seu doce eterno. Digo de corpo inteiro, de coração transbordando de amor, de olhos voltados para o futuro, mas sempre fixos no presente: quando temos alguém para se dividir os momentos, tudo é mais gostoso. É chama que não se apaga, é voz que não se cala, é fruto mordido com vontade. E o que seriam dos dias, das horas, dos minutos e dos segundos sem um sorriso para iluminar esse caminho que por vezes se mostra tão escuro... O que seria da sob revivência e da vivência sem o seu abraço moreno? Eu quero todos os lugares-comuns, as hipérboles, os chavões e os ditados populares contigo. Quero contar as estrelas e multiplicá-las com as gotas do oceano só para tentar encontrar a equação do sentimento que sinto por ti. Quero continuar a melosidade do amor, mesmo na depressão, mesmo no desemprego, mesmo na tristeza, mesmo na falta de percepção. Quero te carregar com generosidade devido ao seu riso, à sua inteligência, à sua beleza e ao seu companheiris...
Nos grandes desafios dessa vida, pensar na morte deveria ser considerado algo irrelevante. Mas não é. O futuro sempre nos preocupa. Deve ser por isso que nos agarramos às coisas misteriosas, ao desconhecido e ao inexplicável. Nossa fixação por Deus e pelos deuses, por exemplo, pode ser uma simples explicação para tanto. Agora, defender isso para um islâmico, evangélico, budista ou católico, é motivo para iniciar a terceira grande Guerra Mundial.  É meio revoltante, mesmo com o apelo à comédia e ao humor negro-petróleo, quando alguém expressa sua ácida opinião às atitudes de determinadas religiões. Afinal, a maioria diz que prega o respeito, no entanto, o que pregam é um prego bem ardido na falta de consciência de que a individualidade é repleta de diferenças. Mas isso não justifica determinadas atitudes, como àquela de uma região islâmica que leiloa crianças-meninas para serem escravas sexuais. Algo real, totalmente ao contrário de uma tira ou charge de um Maomé sendo comido por...