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Mostrando postagens de 2013

Uma Canção de Natal

Ele estava lá enquanto os fogos anunciavam Sabe-se qual o motivo para o entusiasmo. Seus olhos refletiam a solidão da sala Enquanto brindes eram comemorados. Apesar de presente, a mente se encontrava ausente E em outro lugar seu pensamento voava. Não tinha casa alguma que gostaria de dormir A não ser aquela que bucólica imaginava. Vieram abraços que eram estranhos, mas não temia Havia sorrisos que distraídos não o atraíam. Bebeu seu último gole de sidra azeda E abriu a porta para uma tentativa de fuga Queria o passado naquele momento Quando seus pais compravam pijamas E seus irmãos comemoravam o ato simples. Perdido ele atravessou a rua E na encruzilhada avistou a lua E como milagre algo rasgou o céu E sua falsa esperança desapareceu. lsH
Quero mamar em teus bagos, como um cão safado / Quero babar em seu saco, que nem um tarado / Quero chupar tuas bolas, como em cio que se reflete / Quero lamber seu cu, como quem come quem come um croquete.
Pois bem , vá. Siga o que for impreciso, mas  necessário. Deixe cá com cara de otário, como rinoceronte solitário que na relva reina desolado. Continue cada passo, cada entrelaço que permite desencantar com os meses. Permita ao feto da memória se tornar afeto da nascença dentro de uma esperança que, aos poucos, se desfaz. Corra atrás do algo que descobrirá quando o rosto se cobrirá de pus. Faça jus ao jogo dos perdizes, longe das cicatrizes de outros soldados que amputados procuraram por novas motrizes.

Pronto

Na inconstância que nós somos, seres humanos que possuem no cerne a insatisfação, paira às vezes o sentimento de que tudo está errado. O que acontece? Queremos mudar, fazer algo a mais para garantir um sentido em nossa existência tão banal, mas tão bela.  Fomos criados a fim de termos mais. Sempre queremos ser conquistadores, como Colombos que precisam explorar a inquietude. Somos moldados, desde pequenos, a sermos os melhores.  Na entrega do boletim, ainda na infância, a cor vermelha era simplesmente transformada em castigo caso estivesse sangrando o papel cheio de quadradinhos que mostrava seu desempenho escolar. Você precisava pr ovar aos seus pais que era capaz de melhorar. E era cobrado por isso. Aí os anos passaram e a sua inquietude chatíssima teve um único objetivo: ser aprovado em qualquer vestibular, mesmo que fosse na faculdade mais ridícula do Sudoeste do Paraná. Assim que conseguiu, te encheram de congratulações. Alguns até ganharam carros como reconhecimento, in...

Percebo

Meu coração hoje guardado Quer em você o sossego. Meu verso não se faz mudo E em você acalma tudo. Meu corpo em ti abrigo E não corre mais perigo. Meu lado fica mais lindo E não há temor contigo. Meu truque se torna simples Quando um beijo recebo. Meu afeto fica mais claro Pelo menos é o que percebo. 

Sorrindo

Eu quero a sua pele exposta em mim, agora. Quero sentir o respiro de cada poro, como pequenas explosões de satisfação. Quero te fazer gozar com a precisão mais cirúrgica que o Pitangui já proporcionou. Quero retirar do seu hálito o gosto novo inventado na minha boca. Quero proporcionar o amor mais afoito nas horas mais improváveis. Quero arrebentar em decibéis o seu tímpano, com inúmeras frases que versarão sobre o sentimento maior: o amor. Quero te chatear e te cansar com as minhas asneiras e baboseiras a respeito do gostar. Quero te encher de guloseimas sentimentais e te abusar nas madrugadas de chuva. Quero embebedar o seu olhar com os gestos mais cafonas que o romance pode enobrecer. Quero viajar em seu corpo e utilizar a minha língua em cada dobra que eu encontrar. Quero me aperfeiçoar na melhor breguice que uma canção pode ocasionar. Quero me fortalecer na fúria de seus lábios enquanto o futuro aguarda o mais belo sorriso que nenhum dentista ousará em interferir. Quero a sua bio...
por você é mais que paixão, é amor, que é inúmeras vezes mais forte, mais bonito, mais grandiloquente. por você é amor que não me deixa carente. é muito mais sagaz que a fé de um crente. o amor que sinto não tem explicação. é algo que ainda não tem definição, porque não foi inventado. por você meu amor não é desinteressado. o meu amor contigo é sempre recompensado.
Saiba de algo: eu te amo. Tenho aqui comigo um sentimento extremamente forte, que faz jorrar as palavras mais óbvias. Ele é sem rodeio, o que não me dá vontade de escrever hipérboles. Só quero ser direto no fraseado, como o amor deve ser. Nada de analogias ou metáforas. Somente o lindo sorriso seu quando me declaro, deitado ao seu lado, na minha cama, com a luz do abajur iluminando o seu rosto, vale qualquer coisa. Vale a minha lágrima de alegria, vale minhas dúvidas, vale a minha profissão, vale a minha vida. Eu sei que estou bancando o apaixonado açucarado, com tamanhos "eu te amo" ressaltados todos os dias, mas a intenção é de beleza, como o seu corpo junto ao meu, como o seu beijo, como as minhas mãos em suas costas, como os meus dedos deslizando em seu cabelo, como a minha boca mordendo levemente a sua orelha, como o seu terno abraço. É, bem isso: eu te amo. 
Estava eu, jogado em um canto da sala, com meu baseado. Uma luz amarela acertava meu olho. Gostaria de saber qual era a cor dele naquele momento, já que eu fugia das aulas de teoria das cores e não sei qual a mistura de vermelho com amarelo. 

Nosso Sangrento Amor

Eu faço seu ouvido sangrar Com as falácias profanadas Enquanto eu tenho o fálico Em vermelho no madrugar. Eu posto coisas em sua mente. Você diz que eu desvirtuo suas verdades. E eu respondo que deve ser por isso Que continua comigo. Mas no fim a gente ri, E aquilo que nos move É o sentimento que alimenta Mais um dia que promove. 
Um coração leviano invade essa cama, até então abrigo de um único corpo desnudo e maltratado. Os lençóis, agora trocados, parecem respirar em homenagem à presença que perfuma o quarto. Um sorriso agora é peça fácil nos lábios que outrora sangraram o delírio do mal-estar de várias paixões. Um brilho no olhar é presença constante em noites onde a insônia é bem-vinda. Viva comigo?

Bem simples

Não te conheço Mas entendo E sei que mereço Após tantos Muitos solavancos. Reconheço o sincero Mesmo com o mistério De um sorriso discreto Em doses de abstrato. Tenho agora em ti Aquilo que perdi Numa rua qualquer De um dia aquém. lsH
E você vai. Deixa esse lado da cama vazio, o seu cheiro e seus fios de cabelo. E você segue enquanto eu paro. 

Vai doer...

Derrame essa lágrima em sua taça de conhaque. Beba pelo amor que deixou escorrer pelos dedos, pelas entranhas, pelas castanhas em sua boca, pelo medonho que te acompanha nas madrugadas. Faça tudo lentamente, nem tente apagar rapidamente, que a criatura da dor será mais persistente.  O momento trará a carência, tenha certeza. Pegue na mão dela e vá passear. Abrace-a e durma de conchinha. Apesar de gelada, é necessária. E, quando novamente a lágrima cair, misture ao café e deguste.  Ao entrar no Facebook e vê-lo com seu o status de relacionamento alterado, vai doer. Com certeza você vai olhar o Mural dele. Vai doer. Lógico que olhará novamente suas fotos. Vai doer. Não terá remédio que ajude, nem o Rivotril para te ajudar a pegar no sono. Pegue seu pijama, faça um chá e vá dormir. Ao caminhar na rua, com seu vestido dado de presente e, caso encontrá-lo com seu grupo de amigos, respire. Caso tenha força, encare. Caso não, fuja. Sua casa tem um sofá confortável e uma coleçã...

Agora

Qualquer coisa que seja. Um beijo fora do tempo, um luto programado antes das 18h. Não importa. Contigo ao lado o merecimento é contínuo. Eu abro o sorriso, o olhar não fica pesado. Às vezes tenho a sensação da imortalidade. Basta você ao meu lado. Melhor, pelado, com a nuca solicitando, praticamente com um memorando, um beijo, uma carícia, um afago. É bom perceber que o meu carinho não é ruim, que é confortante, que é acalanto. É grandioso saber que dos outros eu tinha noções erradas, porque para eles tudo parecia descontentamento. Que meu toque era tragédia, que meu sexo era funeral, que minhas manias eram desagradáveis, que minha poesia era hostil, que minhas declarações eram músicas sertanejas. Mas, contigo, nada disso é horripilante. Meu toque parece veludo, meu sexo, ápice; minhas manias, perfeições engraçadas e minha poesia, clássicos. Muito melhor perceber que minhas declarações são Leonard Cohen. Qualquer coisa que seja, que seja, apenas, o seja. Agora.

Bang Bang Tatuquara

Um novo corpo delatado pelo cheiro Que exalou entre árvores cinzas Nascidas do concreto interminável Que cobre o renascimento de outros. O frio da bala queimando o quente Fez os olhos brilharem agonia Quando o mesmo tiro de alegria Adentrou narinas na noite e no dia. Divida aqui não cumprida É paga com os dentes explodidos Com direito a capa na Tribuna E demais sorrisos do autor.
Cá estou. Uma segunda-feira daquelas. Terríveis, como sempre. Não há pior dia da semana. Alguns otimistas me jogam um pouco de incentivo. Nada adianta. Acordei da maneira mais bosta possível, tendo um daqueles ataques de pânico que adoram me maltratar. É muito amor para pouco corpo. Um amor sádico, que nutre o desejo de se instalar em meu cérebro como hospedeiro predileto, como criança que não quer sair do playground. Meu café ficou fraco, meu olho não para quieto, insiste em tremer e não consigo focar em algo que valha a pena. Não se trata de exagero: segunda-feira é sempre o dia do fim do mundo. Sempre acontecem coisas erradas, como o meu café que ficou fraco. Até preferi não fumar um cigarro inteiro pela manhã. Pensei: hoje farei diferente somente para ver se o dia correrá diferente. Por enquanto, nada. Tudo igual. 20 miligramas de fluoxetina no corpo e muita água. São quase 11h. Está resolvendo? Resposta: não. Mas, além desse dia cu, descubro que estou dois quilos mais gordo....
Que tédio.  Alguns dias são simplesmente assim. As horas se arrastam, todo o seu trabalho não passa de pasta de amendoim estragado e um bocejo é a coisa mais animadora que acontece nas últimas duas horas.  A gente sempre pensa que os outros estão melhores. Ou imaginamos onde poderíamos estar caso não estivéssemos sentado nessa cadeira de couro sintético. "Eu estaria na praia de Cumbuco". "Quem sabe eu poderia estar escalando algum Pico do Paraná". "Eu queria estar numa casa do campo, compondo rocks rurais".  No fim, estamos aonde? Na maldita cadeira de couro sintético, digitando algo nesse computador que tem um farelo de bolacha Maria entre as teclas, com fones de ouvido para nos isolarmos de nossos colegas de trabalho e enchendo a boca para dizer que hoje a vida não está legal.  O que você está fazendo para melhorar essa situação? Acabou de se mudar, o condomínio veio no valor errado, você vai pagar a mais pelos outros, por causa da organiz...

Iguais a nós se põe percebido

Na constante dessa hora Vou embora do dessabor E levo comigo o ventilador Porque para onde vou Bate um tremendo calor. O seu sorriso Eu levo na memória Outrora quiséssemos algo Que não fossem apenas lembranças. Você tinha pensado em crianças E percebemos após que seria um erro , Como investimento imobiliário em Portugal Ou emprego rápido na Espanha. Vimos que o equívoco sairia da entranha E tudo, de repente, seria ocasional. Agora visualizamos a casa vazia Os discos em uma caixa de papelão E nos meus braços o Jamelão. Um último beijo , por fim, desistimos E seguimos cada qual um sentimento. O ódio já foi esquecido e, estremecido Tornou-se aquela comodidade Que talvez, somente com a idade, Iguais a nós se põe percebido. 
Eu não queria mais voltar. Por alguma razão, cá estou. Confesso que não me sinto muito confortável. Até atrapalha meu pensar. Não consigo deixar claro. Muito menos, escuro. Não queria estar de novo recolhendo cada fragmento que me compõe. Não queria estar novamente escrevendo o "não". Não me via começando outra vez as frases com essa palavra tão miúda de três letrinhas. Não passou. Sei lá se vai passar. Mas, se retornei, foi por alguma questão. E ela é você. Talvez eu esteja apenas encantando, como me disseram, apesar de que me sinto muito apaixonado. Nem preciso comentar isso contigo. Está longe. Longe fisicamente. Longe emocionalmente. Em outra direção que, lógico, não é a minha. Tenho em mente que para ti foi um caso, outra conquista para ficar registrada na pele, como pessoas que colecionam amores. No entanto, para mim, uma sensação de algo não terminado. Enfim, nem tudo na vida precisa ter um final. Só não queria ter retornado para o início. Do sofrer, calado, no caso. 
Melancolia minha, daquilo que vivi ontem, ou daquilo que vivo agora. Melancolia nossa, tão ausente quanto tu. Melancolia outrora, futuro breve, obtuso instante. Melancolia a noite e ao dia. Melancolia boa deste momento Melancolia ótima para refletir Melancolia incrível para amar Melancolia linda ao vento.

O nome Dela

- Com nome de artista de cinema. Disse ela. - Foi assim que minha mãe me batizou. E eu nunca soube seu verdadeiro nome. Nunca. Não naqueles momentos. Conheci outros prazeres, como o toque da sua pele, o cheiro de cigarro do seu cabelo e o molhado de seus beijos. Não tive outras intimidades. Seus olhos castanhos tinham uma tristeza muito bem disfarçada. Eu, que me achava o especialista em decifrar mistérios. Sentia-me o cara mais perdido quando tentava tirar algo daquele olhar. Era impenetrável, ao contrário da parte mais baixa. Bem mais baixa. Um pouco mais. Isso aí. Desce, vai. Pode ir mais um pouco. Eu deixo. A imaginação é livre quando se trata de cada um, de cada qual, de cada mente. É bom, né? - Quando eu sair dessa vidinha lazarenta, quero me mudar para a Batel, ter diarista, mandá-la tirar o pó e lavar o banheiro do meu apartamento como se fosse o reino mais divino. Esquisito, confesso, ouvir isso dela, uma mulher de atitudes simples, às vezes vulgares. Tentei comparar a fr...
Madrugada. Sei lá que horas. Estou sem relógio, sem celular e sem carteira. Meus documentos, não tenho ideia. Eu só lembro de nós dois. E, mesmo assim, nada sei. Após a briga, acho que fui afogar a dor de cotovelo.  No posto de combustíveis, nessa beira de estrada, toca R.E.M. Uma rádio FM qualquer sintonizada. Um caminhoneiro retorce o rosto. Não entendo se é por causa da música ou da minha presença. No bolso, uma carteira de Marlboro pela metade. Nas mãos, um isqueiro Zippo falsificado. No céu, tantos pontinhos piscando que imagino: se não tiver vida em outra constelação tudo isso é um tremendo desperdício de espaço. Será que os ETs louvam algum deus? Pensamento sem noção para o momento.  Michael Stipe não se cansa de dizer que "sometimes everything is wrong" e o caminhoneiro continua com a mesma cara, um misto de que acabou de peidar com contemplação de assassinato, seja lá o que isso signifique. Nem lembro o que estou fazendo aqui. Apenas sei que é madrugada.  ...

Esse Meu Doce Matar

Quebrei a cara. Que cara eu sigo? Persigo o curto. O caminho fácil. Qual a graça? Pergunta simples. Sigo errado. Pelo menos, acho. Se acho, Certeza Não tenho. Mas se tenho algo Algo talvez Eu sinta. Analiso E sintetizo O que escapa. Um mapa De fragmentos Descolados na memória Soltos por aí Em ilhas digitais Sem reset Sem delete Sem gilete Sem deleite. Troco um destino Por dois carinhos. Mas tenho Carência? Só aderência De permitir Meu egoísmo. Penso Logo, resisto. Desisto Ao contrário Pois sou  Bem otário Quanto ao sentimento. Queria o inverso Mas serei frio? Não entendo. Compreendo que afasto Todavia é meu erro? Porém, contudo, senão? Quem sabe você Que me abrirá Abrigará aqui Uma resposta acolá. Enquanto isso, Vou ali Sozinho fumar Algo que Pelo menos Me faça sentir, Nem que seja Esse Meu Doce Matar.
Foge. Foge não. Venha. Venha não. Tenha. Tenha não. Queira. Queira não. Ouça. Ouça não. Faça. Faça não. Volte. Volto sim. Beije. Beijo sim. Queira. Quero sim. Faça. Faço sim. Ouça. Ouço sim. Fuja. Fuja não. Não mais. Ame. Amo sim. Odeie. Odeio não. Abrace. Abraço sim. Deixe. Deixo não. Prove. Provo sim. Largue. Largo não. Mais sim.
Para você que flutuou os meus sonhos mais eróticos, em que o mínimo eram as roupas rasgadas, que uma engasgada não significava nada, que uma picada era o lindo em sua bunda. Para você, o amor que me torturou, que me enlouqueceu , que deixou os meus dias em calafrios com o seu não tentar. Para você, o meu pulmão de fumante, o meu corpo de alcoólatra , a minha fraqueza desesperada. Para que você que perfurou, mesmo sem saber. Para você, os meus versos mais belos, mas nunca compostos. Para você, a minha vida com trilha sonora vinda do nórdico, dos instrumentos mais inusitados, das partituras menos clássicas. A você a minha rapsódia em si bemol para Guitar Hero. Para você que me conquistou na primeira letra do verso nada romântico que deixou o meu sangue mais medonho. Para você que me permitiu gostar de você, em sua cama, com a minha língua em cada pedaço do seu corpo, autorizando um adentrar, um gozar e um abraçar. Para você que me ofereceu a melhor orelha para morder com a precisã...
Bateu uma tristeza tamanha. Fica aquela indagação: conversar ou não? 

Coragem.

Eu sempre tive um problema ou, talvez, uma solução: o sofrimento por antecipação. Repentinamente, quando a mente está de bobeira, imagino como será quando meus pais morrerem, como seguirei meu caminho, como será minha vida sem eles, como será a minha solidão, a minha tristeza. Um dia a morte virá e tudo aquilo que sabemos, mas não vivemos ainda.  Este é apenas um exemplo bobo que, psicologicamente, não é nada aconselhável. Eu utilizo como ferramenta de previsão, de como deverei agir no futuro. Serve para alguma coisa? Não tenho a mínima ideia. O mais recente arquétipo, no momento, mais próximo, bem mais próximo, pois se trata de dias, é a despedida de amigos. Há um mês, meu amor pediu o desquite, agora, fico sabendo que uma grande amiga vai partir, navegar novas ruas, respirar novos amores, trabalhar novos retratos, curtir outros compartilhamentos, aproveitar novas aventuras. E, novamente, vou sofrendo por antecipação. Estou extremamente feliz que tenha dado tudo certo para ela....

Até de amor nos curar

Nada se compara a você. Eu queria ter um derrame de amor, Por ti. Meu rádio toca a mesma canção Meu tímpano está viciado E o meu corpo também. Por ti. Respiro aquilo que te cheirei Do peito até sua nuca Da tatuagem até a virilha. Nada se compara a você E tenho medo Que tudo será comparado, Nos próximos, Nos outros, Nos vácuos. Eu queria ter uma ferida contigo Que continuasse aberta Até de amor nos curar.  lSH
As pessoas estão cansando uma das outras muito facilmente. Seria um efeito de mudança de interface? Seria os relacionamentos cada vez mais efêmeros via Facebook? Seria a falta de interesse de manter um relacionamento de fato? Qual seria o serão? Qual será o seria? Freud, tudo bem? Uma grande mudança está acontecendo. Ainda existe o compromisso, mas cada vez mais breve, por vezes, superficial. Por isso admiro as pessoas que conseguem manter um relacionamento à distância. Tenho uma colega de trabalho que é noiva de um americano e eles continuam se amando, mesmo ela aqui e ele lá nos EUA. Acho isso tão incrível. E certas pessoas acreditam que 54 km é demais.  Alguns indivíduos não gostam de manter mesmo. A lei do desapego é bastante evidente. Até demais.
Para cumprimentar, não precisa fazer a chuca, não precisa lavar a bunda, não precisa ser santo. Para cumprimentar, não precisa ser amado, não precisa ser corno, não precisa ser arrogante. Para cumprimentar, não precisa vestir roupa de marca, não precisa estar sem, não precisa estar com. Para cumprimentar, não precisa ser rico, não precisa ser pobre, não precisa ser de classe alguma. Para cumprimentar, não precisa estar manso, não precisa estar bravo, não precisa estar contente. Para cumprimentar, não precisa se machucar, não precisa se alegrar, não precisa se entregar. Para cumprimentar não precisa ter medo, não precisa ignorar, não precisa estar bêbado. Para cumprimentar, não precisa estar de chinelo, não precisa estar de All Star, não precisa estar de Prada. Para cumprimentar, não precisa ser elegante, não precisa se mostrar o prepotente, não precisa ser o melhor. Para cumprimentar, não precisa estar em dia com o imposto de renda, não precisa ter viajado para a Europa, não precisa ...

Diário de bordo

Dia 05 de fevereiro. 22h34. Deitado no sofá da sala, acabo de ler uma matéria sobre a fase Ziggy do David Bowie. A sua história com o meio irmão, Terry, me deixou com o sentimento exposto. É que me identifico com pessoas que possuem problemas mentais. Talvez por ser uma. Nesse meu diário de bordo, onde enfrento mais um rompimento amoroso, parece que tudo é utilizado como maneira para enfrentar a dor. Não queria deixar a impressão de tristeza, mas é inevitável.  Enquanto o relógio da sala faz tic tac e a minha cachorrinha rói um osso velho no tapete, fico pensando em como poderia ter sido diferente. Na realidade, nem sei se sinto mais, se sinto muito ou se me sinto bem ou mal. Apenas sinto. Mas o quê? Por isso que vem a história do Terry e seus internamentos, até o seu término com a cabeça estrategicamente colocada nos trilhos de um trem. Ficou um sentido suicida? Sim. É claro que não estou atestando aqui meu desejo de realizar a atitude. Não. Só queria dizer que se trata de um a...
Um comprimido para dar ânimo de viver. Depois do coice utilizado, Citando Bukowski como se fossem suas palavras. "Amor é tudo que nós dissemos que não era", Desabei. Fale por você. Se não era para ti, eu sinto. Porque, para mim: Amor é tudo que eu disse que era.
Por que continuo a procurar mesmo no anonimato? Qual o comando que desliga essa auto-carnificina mental? Sentado na escada, viajando por pensamentos hostis, estava refletindo os significados do sentimento, praticamente como se eu fosse o penúltimo romântico da atualidade. Lógico que não cheguei a nenhuma conclusão. Talvez, uma: está na hora de retornar à análise. Psicotrópicos não farão mais efeitos, apesar de não querer largá-los no momento. É, não estou nada bem.
Acabou. Fico extremamente feliz que tenha passado, mas com um corte profundo no meu peito. Sim, ainda lamento. Sim, ainda aguento. Sim, ainda te amo.
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about. 

Delirante

Meu último beijo não dado Meu câncer aqui guardado. Meu abraço corrompido Meu soluço empobrecido. Meus olhos repletos de água Minhas narinas com sangue Minha pele vazando suor Meu corpo pedindo clamor.  Meu penúltimo desejo negado Minha opinião deixada de lado Minha despedida angustiante Seu canalha delirante.  lsH
Boa noite. Estou presenciando a primeira pira de ácido de uma amiga. Está sendo completamento engraçado. Depois de uma caminhada ferrenha até uma fortaleza, eis que agora ela some em meio à multidão. Não tenho ideia para onde foi. Na realidade, até tenho, mas não serei eu que irei interromper a viagem que ela está sentindo. O que eu quero é que curta cada minuto disso. Enquanto isso, vou relaxar na tranquilidade de uma noite assim: melancólica.
IN FE  LIZ  MENTE,  NÃO  TE  NHO  CER  TE  ZA  DO  QUE  ES  CRE  VI.

Masturbação

Difícil falar de algo como um rompimento amoroso quando não se tem inspiração. Gostaria de dizer tantas coisas. Mas, no momento, só penso em escrever qualquer coisa, seja besteiras, maluquices, idiotices e maneirismos. Depois de alguns relacionamentos, a experiência adquirida, pelo menos, está de bom tamanho. Dessa vez não foi traumatizante. Comparada com a anterior, essa teve um efeito de marolinha. Tenho a certeza que o maremoto da outra me trouxe ensinamentos, sobretudo, manter a calma. É estranho mencionar isso, sendo que tenho crises de ansiedade e Síndrome do Pânico. Lógico que, no momento, estou sob efeito de remédio e alcatrão consumido mais do que o necessário. Pelo menos não tenho o vício da cafeína. Consigo compensar. Por exemplo? Masturbação.  Esse ato solitário não chega nem aos pés (somente às mãos) de um sexo estratosférico com uma pessoa, sobretudo quando você a ama. Sim, faz diferença. O carnal com sentimento é indiscutivelmente mais incrível. Há mais entrega. Há ...