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Mostrando postagens de 2008
Estou meio off. Mas logo as coisas voltarão ao normal. Quero aproveitar para desejar a todos um feliz ano novo. Que 2009 venha com toda aquela força, paz, alegria e grana que merecemos. Quando eu me recuperar do show da Madonna, o blog também voltará ao normal. Beijos e Abraços a todos. Léo

A vela

Acende-se uma vela. Caminha até a sala para encher de coragem até a borda mais uma taça de vinho. Coragem líquida. Seus lábios alinhados perdem a geometria quando inicia a fala. Mas cala. O outro agradece pelo jantar extraordinário e começa um nefasto monólogo. Logo pára. Os dois se distraem no olhar que atravessa a vela. Uma troca revela: - Sim, desculpe, não aguentei, deslizei, me perdi. A boca, agora, branquela: - Imaginei, percebi, aceitei. Monossilábicos, então, esquadreja: - Só isso, nada mais? A gravidade foi muito mais do que um triz. Eu fiz. Fui atrás, persegui, cantei, abracei, paguei. Eu pequei. Não me arrependo, nem um pouco. Fiquei feliz, sem ressentimentos. E sabe de uma coisa, acho que nunca te quis. Um vento entra pela janela e balança a luz da vela: - Ok, a melhor coisa que já ouvi de você. A melhor interpretação de sinceridade que consegui, que ouvi, que adorei. - Já não ia bem, eu tentei o além. E agora, ficamos aquém? A vela, finalmente, se apaga.
Interlúdio Meus braços em paixão. Não lembro a situação causada. Um corpo na cama. Boca aberta. Peito arrebentado. Recordo do ato, mas não do fato. Fluídos. Uma dificuldade de armazenar memórias recentes. Estava em um bar. Vodca com mate leão. Eu sou muito distraído. Chega perto. Senta-se. Puxa uma conversa. Dresden Dolls? Sim, eles são bem performáticos. Garçom, traga mais uma. Duas, por favor. Faz o quê? Escrevo. Sobre o quê? Sabe quando você vaga pelas ruas da cidade, sozinho, é madrugada, o risco de ser assaltado ou morto é enorme, contudo, você está cagando para as coisas, quer continuar caminhando e refletindo sobre a vida, mais ou menos sobre isso. A subjetividade é repleta de meandros. Exatamente. Um brinde, então, aos caminhos sinuosos. "Embriaguez sagrada, nós te afirmamos método" . Bonito isso. É de um filme. Eu sei, um filme brasileiro. Isso, você gosta? Claro. Qual a sua personalidade de hoje? Predador. Alguma vítima? Sim. Tenho até medo de perguntar. Os meus...

Sejamos o caos

Livre, leve, corra. Não temos escolha. A vida tem dessas coisas. Basta um não para encontrar vários "sim". Filosofia de bar. Deveria tomar outras para entender. Desespero e ansiedade não trarão respostas. O fluxo segue. A menstruação desce. O caralho enrijece . O corpo evacua. O pulso acelera. A cabeça se perde. Os nomes são esquecidos no ato quando o fato acontece. O orgasmo aparece. Mas acaba, não é para sempre. Então, basta procurar outros rumos. Um não quer, dois não sentem. "Tudo certo", um diz. "Tudo nada", contradiz. Lido com a liga conforme a velocidade permitida cerebral. Quando extrapolo, vira depressão, síndrome, pânico. Não opto mais pela conclusão, agora viajo o subjetivo. Meu adjetivo, pegue, jogue no lixo. Minhas palavras merecem o garbage . Minha voz encontra o vazio. Faça. Voe. Atemporal é infinito enquanto o relógio ainda bate corda. Contudo, parou. Extravase o vaso vazio. Siga novos conselhos, ajude os prejudicados pelas chuvas catarine...

6h28 e 23 segundos

5h da manhã. Ainda estou aqui. Não sei mais o que fazer. Um pequeno desespero desce seco pelo olho. Seria emo se eu seguisse o movimento. Aliás, se trata de um? - Não precisamos saber, só quero entender se chegaremos vivos até a próxima estação. Um estágio pulamos, dois obstáculos passamos... - E agora você retrata a mesma conversa das 4h. Não é necessário explicações, outras ilusões já apareceram. Eu entendo o seu monólogo, a sua concepção. Basta sorrir, então. 6h15. Qual a conclusão? A fome está incomodando. Cadê aquele pedaço de bolo de aniversário? Eu lembro de tê-lo deixado atrás da manteiga. O refrigerante perdeu o gás? O leite azedou? De fato, sem a minha presença as coisas estragam. 6h20. Está louco? Agora fará metáforas da daquilo que ingerimos? Muito te pus para dentro. Confesso, já tive indigestão. Não acredita? Eu repito e amplio, em certas, senti repulsão. Não preciso provar. 6h25. Que merda! Até então estávamos conseguindo manter um padrão descente. Você sempre optou pela...

Décimo Segundo Ato: Concepção

Sísmico símio saltitante derrubando nações. Sem sentido algum quero retratar. Falo por falar, já que coerência está sem aderência. Nem tente entender, a minha confusão cerebral é pura síndrome. Retrato com subjetividade a idade do céu. Calado, então, sigo ao fim do mundo. Raspo o fundo com a língua de veneno a qual alimentei. Não tenho culpa do regresso, só que sempre fico perdido no passado, no presente e no futuro. Tenho minha parcela de culpa na interpretação dos verbos. Foice voraz em velocidade máxima permitida, cortando mais do que as veias da América Latina, destroçando o coração mais inocente da nação. A criança nua percorre o forte ácido do sobreviver. O suco gástrico é bebido pelo bode da compreensão. A digestão interrompida plácida em um campo de trigo vomitado. Não queira a bulimia exacerbada das letras cerebrais. Não há sentido para retratar. O aviso é somente para lembrar, pois mensagens estão a calhar. Portanto, vá passear, comer algo diferente, visualizar outra paisagem...

Poesia Praiana

Salgado em uma poesia praiana , curtindo Acabou Chorare , imaginando um ano paralelo de encontro e satisfação com aquele frescor litorâneo. Sigo pelo caminho ainda projetado por sonhos não terminados. O sol, ao banhar o meu rosto, aquece os planos possíveis. Confesso que o meu lado niilista continua aniquilando as pré-determinações que rabiscamos naquele papel de guardanapo. O amarelo cobre hoje as frases tortas escritas com caneta Bic. Tudo mudou. Volto ao trajeto das trilhas cobertas pelas folhas de outono, estação de aniversário e lembranças de puras sumidades. Eu queria sentir novamente aquele calor de seus braços e o toque moreno de sua pele. Um dia, como você falou, a volta trará a argúcia das tardes vadias na rede, no balanço da maré, nos passos calmos marcados na areia. Espero que o meu processo estilo A Concepção não se faça presente, afinal, a sua presença preenche os sete buracos da minha cabeça. Caetano sempre me deu razão. E vazão. Destilo dos meus poros outra letra de ma...

Pânico

Tudo perdido entre os dedos tortos que nada mais seguram. O que era alívio hoje causa arrepios no córtex que aos poucos apodrece. Um constante movimento gera aflição nos olhos que reviram procurando solução. Artifício constrangido de face esprimida que outrora abria um sorriso devastador de alegria. Derruba uma água do binóculo natural o qual foi concebido sem a perfeição. Justifica os atos violentos em sangrentos copos de líquido transparente. Não quero outra volta, nem inocente, nem inconseqüente. Desejo o tranqüilo daquilo que um dia eu vi Mas perdi em pó a vida. Espero sem noção a porção Aquela que tira os pecados do mundo Somente para rasgá-la em vezes inacreditáveis E reescrevê-la da maneira adequada aos dias atuais, De pólvora, carvão, foice, facão, terra, engrenagem e capitais. O corpo sagrado consumido com razão desce ao fóssil quase cancerígeno Uma última benção de cálice e justiça à injustiça situação do pânico que estabelece Uma força sem vontade de continuar na trilha da c...

Não Vou Lá, Não Estou lá

Não vou lá Me cansei O seu cantar É de matar E a minha tristeza É igual. Não vou entender Nem reverter Eu quero um afastar Que cause dor. Não vou lá Já me cansei Hoje eu fico Ao lado do fim Um início de tudo Contudo, assim.
Explode em meu peito um absurdo inexplicável. Um surto psicótico, uma angústia profunda, um desespero sem narração. Algo terrível como uma canção sertaneja, um filme iraniano, um livro de auto-ajuda. Nenhuma explicação cabe, nenhuma música alivia, nenhum conselho adianta, somente o calmante facilita. Segunda-feira, 20 de outubro, 2008 - horário de verão

Los Alamos - Back Seat

Los Alamos é uma banda argentina que faz um pop/rock com influências de bluegrass, spacerock, folk e country. Infelizmente não cantam em espanhol, mas o sotaque em inglês fica bem evidenciado em suas canções. Vale a pena.

Bloody Paper

Sangrando em páginas Rabiscando o desejo Aproveitando o momento Curtindo o sofrimento. Vendo o tempo Apreciando o vento Lambendo o rosto Jogando palavras Destacando o argumento. Sangrando em linhas Desfilando o sentimento Olhando a foto Observando o tratamento. Sangrando em frases Justificando pensamentos Rasbicando gerúndios Desligando sortimentos. Leonardo Handa - 10 de outubro - primavera

Por uma vida mais ordinária

Na calmaria das coisas um caos manifestado. Difícil relatar os acontecimentos, queria mais relaxar em nosso apartamento e comentar os fatos do dia-a-dia. Colocar Tori Amos na vitrola e divagar o afeto. Mas sempre vem o contrário, as contas a pagar, o carro para lavar, o cachorro para alimentar, a poeira dos móveis para tirar, a louça para guardar, o guarda-roupa para arrumar. Está ficando difícil. Quando foi a última vez em que fomos ao cinema? Aquele do Woody Allen ainda era um lançamento. Quando foi a última vez em que abrimos uma boa garrafa de uísque? Aquela que compramos já está completando 12 anos. Acho que agora é a hora. Não era isso que eu imaginava. Na adolescência, eu pensava que conforme fossemos crescendo os tempos seriam mais proveitosos. Estão sendo criminosos. Crime por não aproveitarmos o salário para gastar com cerveja, crime não por não podermos gozar a rotina, crime de falta de tempo. Eu queria ser um outro tipo de criminoso, um hiperbólico das vontades prazerosas,...

Fica a Saudade

Hoje lembrei, ao acordar, de escrever uma carta. Coloquei a água para ferver e preparei o meu café. Lembrei das noites mal dormidas, dos dias sofridos. Dos cigarros derrubados no chão, do cinzeiro transbordando. O sol perfurou a janela e o raio entrou sem pedir licença. Não sou observador, confesso, muito menos sentimental, Mas a cena me pareceu um sinal. Lembrei você. Iniciei os agradecimentos, os olás, o tudo bem. A fumaça do café se misturava com a do cigarro. Contei um pouco da rotina que ainda acabará me matando, Dos estranhos que acabo entregando intimidades, Da moça da panificadora, do chuveiro estragado, Ainda tenho que arrumá-lo. Tenho preguiça. E do roteiro que ainda insisto em não terminar. Percebi que faz um ano. Como foi estranho. O seu perfume adocicado já não mais está presente, Seus discos de new wave eu já doei, O anel, penhorei. Não quero apavorar a sua paciência No entanto, ainda recebo as suas revistas femininas. Se possível, cancele a assinatura. Se não me quer pa...

José Dirceu estava errado

Vivemos em uma época de urgência. Já sabemos o sabor antes de experimentar e criticamos antes de analisar. Estamos perdidos na depressão da falta de tempo, uma doenças sem receita para adquirir. Poucos ainda conhecem o prazer da observação: da frase inspiradora ao solo de piano. Os românticos, de fato, encontraram o vaso sanitário e desceram até o esgoto da conformidade. Nossos acadêmicos não têm mais ideais. A própria faculdade está moldando mentes com atitudes de butique e conceitos pré-fabricados e viciados. Os velhos mestres morreram em suas próprias sombras. Os conselhos são verdadeiros tratados que enaltecem o poder capital. Os sentimentos são instantâneos. Nossos jovens desconhecem Jean-Luc Godard, não transam Caetano fase 1960-1970 e nem sabem da Brigidet Bardot. Como cobrar de uma classe se nem mesmo os docentes têm referências. Nossos professores se encontram em um estado de inércia que chega a arder os olhos em desânimo. Onde estão os agentes do ensino-aprendizagem de verdad...
Eu deixo você entrar Desde que acompanhada Do artigo que chamamos amar. Não precisamos de muito além Certas coisas, encontramos por aí Um pedaço de pão, um álcool lá Uma cigarrilha outrora Embora eu perceba acolá Já que a tosse chega bem Mas levamos conforme vem. Os dias podem ser iguais Bastam aos olhos os seus presentes Sei que não pedimos muito O resto o imposto já levou Tenhamos um pouco de ausentes Afinal queremos a solidão Somente para que os períodos Venham mais carentes Então possamos matá-los Com aquele gosto forte Que encontramos no avante norte. Não precisamos de muito quem O nosso qual é o suficiente Aliás, sempre com Seguimos mais constante. Não duvidamos dos poréns Eles pairam no dia-a-dia Todavia diluídos vão Desde que tenham a nossa companhia. Leonardo Handa - 23 de setembro, 2008 - inverno

poema rápido

uma pequena alegria me abriu o sorriso atmosférico rir não constrangido dedilhei um toque por dizer percebi que não foi interrompido. seus olhos abstratos perceberam retornaram em um piscar estremecido aos poucos de fato entenderam liberei outro verso acontecido. leveza em pálida constante anoitecer o céu percebi que fosse padecer mas não era hora de despedir sua mão envolveu a minha outra não tive como enaltecer Retribui um ávido encostar sentido na pele revelada um som lindo de acompanhar entreguei a sinceridade

Amálgama

Uma linda canção arrastada transformou o seu holograma em matéria, em tátil, em massa. Ainda com os olhos fechados eu procurava enxergar com as mãos, somente para descobrir cada intimidade da sua pele. A música chegou ao final. Aquela mesma e manjada nota derradeira fez tanto sentido na profundida castanha dos seus cabelos que, de fato, não vi. Após abertos, percebi como o tempo e o destino revelaram tardiamente a sua presença, "que entrou pelos sete buracos da minha cabeça", como cantou Caetano. Afinal, o baiano é a nossa satisfação sonora dividida e contemplada. Mesmo assim, me pergunto: - Por que só agora? Tínhamos de ter tido outra oportunidade. Se fosse um ano antes, o diferente se faria presente, as angústias seriam açúcar, os dizeres, coloridos, e os beijos, não clandestinos. Mas, como "os infernos são os outros", basta continuar com os olhos fechados. Meia-luz, meia taça, meio vinho, meio assim. Meio abraço. Metades. Sejamos. O meu grito foi de fúria. Fúria ...
Oi, Leozinho! Escrevi esse texto pra falar um pouco do que já falamos, do que eu leio de você no que você escreve e de certo modo para celebrar nossa amizade literária. Um Feliz aniversário, atrasadíssimo, mas cheio de lembranças de muitos momentos marcantes e da certeza de que vamos ser sempre amigos!!! Um super beijo, Adri. Segue o texto: Eu ia cantar um mantra, um dia Pra realizar aquela sua fantasia Você lembra? Tanta coisa na vida eu deixo assim Livre das urgências, longe de emergências Sou uma antítese da pressa Escuto e sussurro coisas Faço dias dos fragmentos de tempo Como quem monta um quebra-cabeça Eu vivo num jogo de paciência Mas fala comigo a tua letra avessa Meu ritmo cardíaco errante Entende o compasso do teu verbo E essa tua percussão tão precisa Eu falo quase na quietude da simplicidade Sobre a tua complexidade berrante Espero que a conversa sempre avance De um lado, que a tua pressa grite Poderosa, adjetiva, exagerada Vivamente escrita Enquanto por aqui Vou escrevendo...
Deitado. Ben Folds Five na vitrola. O pensamento corre livre no dedilhar do piano. Narcolepsy. A voz massageia os tímpanos. Algumas imagens se formam. Um campo verde e apenas uma árvore solitária na paisagem. Um céu com poucas nuvens cinzas aparecem. O vento balança as folhas. Uma se joga em queda livre encontrando o chão. Os olhos se abrem. Observo a luz vermelha. Um aviso pessoal grita: dez minutos. Não levantado. As canções continuam a me fazer companhia, a mais fiel, a mais perfeita, a mais deliciosa, a mais voraz. Sempre fico nervoso antes de enfrentar o público. Mesmo com os anos de experiência, entreter o eleitorado me dá gelo no estomâgo. Acendo um cigarro, olho o roteiro. Hoje vai ter palhaço, leão e picadeiro. Panis et Circense. Sem motivo, relembro aquele discurso do Caetano em um festival quando ele foi vaiado no momento que cantava palavras de ordem. Como eu gostaria de estar lá. Não para engrossar o caldo do coro dos descontentes, mas para vivenciar um período tão importa...

Quero mais rápido do que preparar um Nissin Miojo

Eu quero a urgência de uma das canções do Doolittle. Qualquer uma do álbum. The Pixies sempre me trouxe alívio. Eu quero ser afoito neste momento de armageddon. Quero explodir em um momento único. Quero o imediato. Quero mais rápido do que preparar um Nissin Miojo. Quero cru, quero vivo, quero só. Eu quero o artificial dos lábios da Pamela Anderson, quero as almofadas de falar da Angelina Jolie. Quero dormir com você e acordar com a Cat Power. Eu quero um grito no vácuo. Eu quero um surdo no berro. Eu quero a alma em migalhas. Eu quero o coração do pássaro mais raro, do felino mais extinto, da pedra preciosa não descoberta. Eu quero a sua melhor canção não composta. Eu quero a calma em raiva. Eu quero um beijo roubado. Eu quero um acorde quebrado. "O mundo é pequeno pra caramba, tem alemão, italiano, italiana... O mundo é uma salada russa, tem nego da Pérsia, tem nego da Prussia". Eu quero o desespero. Tudo bem, eu não espero, por isso quero agora, quero embora, quero porém, ...

Samba de Emoção

Vai, coração. Exploda no último acorde Bem no fim da canção. Jogue da artéria a última gota O derradeiro sentimento O caos do ressentimento A primeira emoção. Uma nota dissonante Uma vida errante Um cemitério de elefantes Uma antologia de escritos Um álbum não ouvido Um amor não vivido. Vai, coração. Entre em auto-combustão No próximo solo Regado a alcatrão. Deixe a fumaça vazar da aorta Ficando aos poucos morta Em uma partitura outrora. Em um beijo perdido Em um olho de vidro Em um castelo de pó Em um desejo aberto Em um brinquedo de Lego Em um sorriso de plástico Em um Cristo de nó Em um poema fechado Em uma clave de sol. Vai, coração. Perceba o sustenido Com um descalibrado ouvido Que não sintoniza o sim Só justifica o não No dedilhar moribundo De um belo e triste Samba de emoção.

A Culpa

Tantos janeiros Presos nesse corpo Que muito torto Pede água. A vida deu razão Mas perdeu Antes da comunhão Um outro ato Que se foi no fato. Agora fica o dia da derrota Da boca aberta por palavras, Sangue traição. Ficam as noites de estrelas Não cadentes pousando Na cama suja de outros amores. Mas não foi culpa do ódio A culpa foi da paixão.
Bate uma balada certeira no aberto e inocente coração. A nota sustenida furou a artéria, entrou na circulação e maltratou o cérebro. A confusão presente se instalou no lado esquerdo. Os pólos da massa cinzenta tentaram um diálogo, mas foi um monólogo que se apresentou aos olhos. Eles aplaudiram com as pálpebras, deixando a lágrima traçar um caminho obtuso. A imagem da felicidade em solidão emocionou até a cerne. Nunca é fácil perder a sanidade. Um dia, escrito em um e-mail, as razões foram recobradas. "Roubar idéias de uma pessoa é plágio. Roubar de várias é monografia". E a balada continuou a perfurar o órgão que pulsa.

Escárnio

Recria o rosto Na frente do espelho E pinta o olho Com precisão torta. Ela sorri confusa Vendo a imagem Que alterada Faz-se em lágrima. Mas, mesmo assim, Ela se apronta E afronta A sua derrota. A porta a convida Para uma dança Muito inesperada Que ignorada Percebe-se louca Em uma hora Pós-terminada. Encontra a rua E tropeça no orgulho Pensando no final Que não aconteceu. O escárnio Da sua lembrança Ficou ingênuo Como uma criança. E ela subiu escada adentro Para novamente Chorar o seu amor.
Não sei até quando vai durar. O coração não suporto mais os desafios. A cabeça não acompanha o raciocínio. Os olhos não mais enxergam o fim. Mais uma crise. Não estou falando de amor, estou falando da vida. Da minha. Não tenho mais a esperança de dias melhores. Não sinto mais o sabor das belas manhãs. Confundo a dor de agora com taquicardia. Não foi. O exame apresentou outro resultado que, aliás, eu já sabia. Angústia. Ansiedade. Tristeza. Eu, que nunca acreditei nas doenças psíquicas, agora sofro junto. Difícil perceber que acabei entrando nessa. A modernidade vista no passado me causava outros sentimentos. Percepções logicamente erradas. Enfim, bem-vinda depressão, seja lá o que você queira. Sempre achei que somente os fracos de razão pudessem sentí-la e permití-la adentrar o corpo. Nunca imaginei o quão forte a sua manifestação poderia causar. Basta engolir os comprimidos. Não sei até quando vai durar, mas agora entendo melhor aquele conto do palhaço que, depois das piadas, tira aos...

Cosmopolitan

Fortes características de um deja vú se formam em um momento de frio. Penso se a imagem não é apenas mais uma presenciada em um passado perfeito, mas não, os detalhes são novos e ricos no exagero do novo. A fumaça sobe de um cigarro preso no cinzeiro que descansa no balcão do bar. Um jazz carregado de paixão e ódio escapa das caixas de som. Miles Davis. A dona ao meu lado veste um longo azul escuro com uma abertura nas costas que revela uma bela tatuagem de dragão. Diria que ficou meio vulgar, porém, com presença e destaque. Um martini é entortado pela boca de finos lábios cobertos de batom claro. Esboço uma tentativa de sorriso disfarçado de charme e arranco um gesto de gratidão. Ela deve ter pensado: um outro otário perdedor se afogando em álcool para esquecer a realidade. O ambiente é bem eclético. Vários tipos se arrastam enquanto outros voam. Um rapaz jovial não consegue parar em um único lugar. Com uma jaqueta da Gap procura a melhor opção para uma foda. Pelo jeito não está apena...
Beijo de fogo. Olhos fechados. Olhos virados. Olhos vidrados. A cada minuto a imagem fica ainda mais forte. Um ego foi levantado, um ferimento foi fechado, um novo sentido agora é desenhado. Perceber as coisas complexas e fazê-las fáceis aliviou o temperamento. Nunca será como antes. Será melhor. Entre partidas e reencontros, o importante é o pacto cravado em peito aberto, sem angústia, sem modéstia. Tudo exagerado, como o planejado. Beijo de fogo, jogo de acertos, concertos aprovados. Consertos resolvidos. Sinfonias ao vento, grama como cama. Resoluções firmadas, contratos rasgados. Olhos fechados. Olhos vidrados. Virados. Dois achados, dois perdidos. Um no centro, outro no canto. Não importa. A porta aberta metafórica dá acesso ao céu. Meu rabisco, seu esboço. Arte final assinada por ambos. Nunca será como antes. Será perfeito. Desde que sonhos continuem. Vão! Beijo de sorte, beijo de sós, beijo de nós. Céu azul. Across The Universe. Ela caiu como lágrima olímpica, como colírio de vi...

Meio Mês em Meio aos Outros

Uma meia foda ao meio dia Meio estranho Equilíbrio em cama Uma meia alma Em meio à rua Me chama de paixão, Uma cidade e meia Escuta a declaração Que às 6h30 Volta para casa. Um meio abraço De um amigo Me traz conforto A minha mulher amada Desaparece Em meio à estrada. Noite e meia Em metade a mim Em meu quarto Escrevo amores Reflito dores E ouço todas. Uma foto e meia Me lembra saudades Relembro idades, Construo castelos E escuto ecos. Um meio amor Me deixou assim Meio confuso. Nota: Meio Mês em Meio aos Outros é uma canção. Sou meio desastrado em compor músicas. Na verdade, não tenho o mínimo talento para tal arte, mas gosto de brincar junto ao violão. Ela faz parte de uma série de composições que venho esboçando desde 2003. Nunca serão registradas, eu espero. Só uma pessoa escutou esta canção. Ficou surda. Brincadeira. Seria muita maldade para os ouvidos dos terceiros. De toda a forma, fica aqui a letra sobre um cara que encontrou o amor que, por sua vez, precisou ir embora e o deixo...

Sonhares

Um mais seguro viajo em horrores. Abstrato assim mesmo um retrato recém fotografado. A figura iconoclasta jorra frêmitos de ascos. Um turvo céu de gaivotas retraídas pousa no mar azul do litoral sul. Afunda em secos sentimentos prováveis de gratidão e solidez. O atroz pensamento de polvos captura os sonhos vazios que vagam perdidos em fumaça de cigarro. Ela não me fala, ela não opina. Só abro os olhos quando realmente quero acordar. Então, em castos suspiros analiso o plural das coisas sinônimas que antônimas apresentam os sentidos. Piso no fogo que a água não matou, bebo fluido de isqueiro para sentir o meu estômago queimar. Minha boca já proferiu tamanhas asneiras capazes de elevar a altura da Grande Muralha até a lua. Sim, ainda durmo.Passado o desespero dos momentos sem nexo, após uma pausa branca, analiso em anexo a carta recebida. Gosto da caligrafia, ela revela os segredos. Gosto do conteúdo, ele mostra inteligência. Mas acordo quando não quero. Bebo um pouco de água, deito nova...

Ter Amado

Entre café e cigarros, o que sinto é o seu sabor. Brendan Benson na vitrola, o sol pela janela e o vento do inverno levantando a cortina. Um livro no meu colo, uma carta ao meu lado, uma poesia a tiracolo. Paisagens bucólicas de tão lindas, melancólicas, revertem o pensamento em conseqüência imediata na memória. Pinto um sorriso no rosto e esboço um reencontrar. Entre café e cigarros, o que percebo é o seu gosto. Leituras astrais, músicas latinas e referências cubanas. Conversas hippies, falas amorosas, planos sem compromisso. Recordo uma outra história. Uma viagem para o Chile. Santiago. Lembro dos seus olhos. Brilhantes como as embalagens do Boticário no final de ano. Doçura na voz, forte na atitude, pele morena de praia. Os lábios como almofadas, os ouvidos como radares. Continuo a gostar, continuo a desejar, não apenas os detalhes, mas o completo. Procuro a agenda. Encontro o seu nome. Disco. O número não existe mais. Do livro no meu colo voa uma foto. Tinha até esquecido. A mesma ...
Misteriosos contatos Nos lábios de giz Que descrevem Uma história falsa. A visão é nublada Mas o amor está lá Com as suas frases prontas E pontas soltas. Segredos de plástico Guardados em memórias Artificialmente analógicas Escondendo o belo sentir De um cáustico amar. Vaza tristeza dos olhos Amarelos de trabalhar A saudade é proeza Dos que sabem lembrar.

O Passado

Trago no bolso um falso suspiro anexado em um conto. Reviro o estorvo e absorvo no ato um novo trago de cigarro barato. Tropeço no orgulho e não caio em seus braços. Caminho um pouco e acabo encontrando um eu abstrato. Fóssil de outros em caixas cronológicas compactadas em sentimentos concretos, antes quebrados pela falta de contato. Não posso negar, o importante nasceu no passado. Abortamos um fruto para não vivermos futuros. Presentes agora fechados foram mandados. Um novo endereço encontrou a cadência. Não culpo o clima nem muito o sistema. Respostas vazias sempre me fazem. Justifico os meios achando mensagens. O grito do meio é a mensagem. O ruído percebido furou o meu ouvido. Hoje não mais suporto a sua semiótica. Um tanto neurótica berra pesadelos. Relacionamentos acontecidos não podem ser razões. Mas se é assim, não sou eu que culparei o fim. Levanto a face e sigo em frente, contudo, não tente me olhar sorridente.

Os Fracos de Vontade

Meu deserto coração preenchido de cactus petrificados Por elementos que insisto chamar de compaixão. Mas o que de fato eu quero viaja longe em céus desesperados E enquanto isso vou perdendo o tato do dom de acreditar. Um doce iludir eu beijo em face imaginária A contradição do gosto não é efêmera, Antes fosse uma ligeira canção de forasteiro Como o último verso do bardo bandoleiro Perdido sem razão, mas ainda com paixão Pela condição andarilha que os fracos de vontade Nunca entendem como a perfeita emoção. Então a minha fraqueza eu perco na borda do vidro, No gole sofrido do fel interrompido Graças ao sono que me comove. No entanto, no descanso invade Um sonho contigo por assim concebido Acordo em um grito quase sustenido E percebo que não consigo arrancar O seu olhar baixo de sofrido.

sentidos

um sono bipolar. seja lá o que isso queira dizer. não venha. o quê? não tenho opção. como assim? não quero mais sonhar, continuar, prolongar. não sei do que você está falando. nem queira, não faça, nem peça. mas o que há? não há, exatamente isso. todos temos problemas, eu sei, existe contorno. não! só em traços da faber castell, não quero iniciar mais uma palestra a respeito dos sentimentos. sem dúvida, nem quero ouvir. então trate de fazer como aquele pintor e corte as suas orelhas. como? chega! mas qual o motivo? que seja qualquer um, já tenho tantos que nem mais quero lembrá-los. muito complicado, viu? então não veja, fure os seus olhos com pregos enferrujados, contraia tétano, fique estrábico, rasgue a retina. nunca te percebi assim, nunca te senti tão frio. então não sinta, perca o tato, retire as digitais, queime as mãos. prefiro, agora, não ter provado o gosto. ótimo! aproveite o pegue o seu cheiro e o arremesse para bem longe daqui junto as coisas que doei, que gastei, que sofr...

Pra Nos Lembrar

O mundo lá fora acabando e eu aqui pensando em você. "Mate-me Sarah. Mate-me de novo, com amor. Vai ser um dia glorioso". Só consigo cantar estes versos enquanto vejo a chuva se suicidar no vidro da janela. "A ferrugem nunca dorme". As músicas não são as mesmas, mas as citações são bem-vindas. Tudo vai se reciclando e o meu pulso aberto ainda se movimenta pelo novo. "Mas passado e presente são um só e eu também sou". Mais uma canção. Tento achar conclusão na imprecisão dessas horas que chatas vão me tirando um pouco a cada segundo. Bailo entre os ponteiros um dançar torto. Agora surge um novo acorde para me acompanhar. Fecho os olhos e sigo junto. "Eu conheço todos os seus medos. Parece que são meus. Deve ser como ter dois pés esquerdos e falar com Deus. Nem tudo vai passar. Alguma coisa sempre sobra. Nem tudo vai mudar. Alguma coisa sempre fica. Pra nos lembrar. Você fez de mim um samba-enredo, com livros que não leu. Enxugo lágrimas de gelo e encar...

Canção Adolescente

A poesia lateja na noite solitária que absorve as palavras de fortes razões. O alcatrão tempera uma boca que já soltou muitos impropérios sofisticados. Uma meia-luz ilumina metade do quarto que abriga apenas uma pessoa e meia. A outra metade seguiu o rumo dos covardes que se desintegram em discussões mais elaboradas. Ela desenhou três pontos de fuga em uma perspectiva torta e atravessou a porta que apresenta a rua. Negras nuvens cobrem o céu outrora preenchido com pontos celestiais. É quarta-feira de um mês qualquer. A vontade é arrancar pela boca o órgão que pulsa um sentimento agora quebrado. Tudo parece tão simples, mas dizem que na adolescência os hormônios entram em tamanho conflito que tudo se torna o apocalipse. Now! Todos os doces colhidos da paixão ficaram agridoces em apenas uma frase. Eu a culpo pelo sabor que sinto entre os meus lábios, um gosto tão forte de ressentimento que não desejo nem ao assassino mais sanguinário do amor. Só quero lembrar que você esqueceu de pegar o...

Ficando por aí

Não mais um romântico procurando elementos de sinestesia relaxantes. A inexistência poética da situação está transformando o calor em longas cartas escritas para ninguém. O achado agora fica perdido entre ruas úmidas de uma madrugada abstrata. O tratado concebido foi rasgado e jogado em uma correnteza pútrida. O instinto mascarado não sincroniza mais os espaços do coração. Não há solução exata nessa conta de multiplicação. A divisão floresce e brota jorrando aos muitos na calculadora metafórica da autocombustão. O sentido dos escritos escorre pelo olho em forma de sílabas sem explicação. Nada mais envolve em presente esse sentimento dedilhado em acordes dissonantes em uma velha guitarra. O sangue outrora bebido com louvor no momento está no futuro do seu rosário. Peça então com mais entusiasmo a finalização sem contração de uma gestação acidental. O experimental viver sempre esteve constante no instante soluçar. Um gosto de sal explode no lábio. A negação ainda é o melhor artifício nes...
Não vou lá Me cansei. O seu cantar É de matar E a minha Tristeza é igual. Não vou entender Nem reverter. Eu quero um afastar Que cause a dor. Não vou lá Já me acabei Hoje eu fico Ao lado do fim Um início de tudo Contudo, assim.
Um compêndio não compreendido da insana vida que trata de aparecer. Turbulentas doses de alcantrão em uma ficção que pode acabar. Quem sou para dizer que sim. Quem sou eu para afirmar o não . Quem agora eu vejo não interessa o coração. O todo sobrevivido é quase um gelo de esquimóide. Até o momento o latejar freqüenta a poesia. Aguardo o dia que virá anunciando boas novas. Enquanto isso, retorço o esquálido traçado do sentimento, O torpe, o macilento, o sórdido. Se disseram que a esperança é a última que padece, Então não acredito e penso ainda mais. Se falassem de uma forma menos afoita, Capaz de ver um horizonte alinhado de gostosos presságios. No entanto, não se trata de pessimismo, e sim, realidade. O pulso continua a palpitar uma crença sincera. Basta um sinal, portanto, a fim de prosseguir, Na faca cega, no olho agudo, na combustão do gostar.
Trata um caos com água benta. Não a mesma saciada no Vaticano. Um pouco mais batizada, quem sabe, em solo americano. Duas doses aproveitadas com louvor. Outras mais em respeito à dor. Quando tonto, o fruto vira amor. Mas não esquece o aquecimento. Tudo se funde no calor. Depois de um tanto, um outro embebido. Claustrofobia no copo concebido. Gira o rosto e cospe um santo. Olha o céu um novo amante. Um oposto ao lado agora. Vira o olho e segue embora. Percorre portanto a trilha clara. Mas tropeça no lado escuro. Engole puro o suco gástrico. Destila um ser sarcástico. Alcança o ápice no meio-fio. Trava um risco, espirra o frio. Tudo sob controle sabotado. Não imagina a cena, nem doravante. Bebe um outro desodorante e vai constante. Troca um toque, fala escroque. Voa simples e pousa forte. Observa sul, mas quer o norte. Um oposto ao lado agora. Duas doses aproveitadas com louvor. Tudo se funde no calor. Gira o rosto e cospe um santo. Um pouco mais batizada, quem sabe, em solo americano. Q...
Das coisas que não entendo e não me permito compreender. Das verdades que não insisto, já que mentiras eu continuo. Dos frutos mordidos, não tentados, que pedaços eu vivi. Das palavras que não bebo, não mais me embriagado. Dos casos retratados, recortados em meu mural. Da casa que não vivo, apenas durmo sentado. Da escada que não subo, só desço. Do olho que não vejo, percebo. Do lábio entreaberto. Do corpo, nu. Do rosto. Só. Do gosto. Da função, apenas. Do triste que não sinto. Da solicitação que não permito. Da noite que respiro, caminhando perdido. Da lua que admito, contemplo estrategicamente Da gota que confesso, perfura cristalina pela retina. Do pensamento que viajo, outrora sem metas estabelecidas. Do sonhar bastardo que um dia escrevo ouvindo algum bardo. Do gostar desesperado perdido entre prédios altos e desesperados. Das coisas que não entendo e não me permito compreender de inacabadas.
mas a vida é repleta de decepções, as atitudes nem sempre são as que queremos seguir. às vezes o apanhado da hora e as situações corriqueiras nos fazem tomar outras decisões, assim, rompendo compromissos. tudo bem que por vezes alguns são omissos, mas são esses pequenos detalhes que fazem a graça nos momentos incertos. Certos acreditam que isso é falta de interesse, mas, não é sempre assim.
Uma tristeza absurda bate oca no peito aberto. Não há lágrimas. O silêncio alcança um nível estratosférico. A solução se perde em caos de aflição. A maresia agora vira odor nuclear, cortesia da tempestade de palavras em mar adentro. Um rasgo se abre na pele. Um líquido se apresenta no dedo. Uma morbidez se faz presente no canto do olho. A vontade pura se desmancha em horas terríveis que se arrastam pedindo clemência. O todo exagerado transpira das axilas nervosas que também querem descanso. Mas não há lágrimas. Antes houvessem. A vida sempre provou que calmaria precede turbulência. Um tiro passou raspando pela testa. O período nunca foi tão corrosivo. Uma ferrugem quase deu passagem aos pulsos. O sobreviver aos poucos se perde, como as vontades suicidas que tentaram voar. Uma corda ficou bamba não conseguindo envolver o pescoço. E as lágrimas não se matam. Não existe mais razão. As soluções estão tão distantes quanto os portos que trouxeram outros navegantes, os mesmos que clamavam tem...

Embarcadiço

Percorro o mesmo caminho. Ouço agora Bloc Party. Cadê os sonhos mais estranhos? Sinto ainda o cheiro do seu cabelo castanho. Olho para o pôr-do-sol. Reflito dores. Penso nas ações. Digo adeus às vontades. Necessidades contempladas na música, mas o sentimento sincero ainda se encontra em meus dedos. Sento na areia. Continuo a admirar o bailar das gaivotas em sincronia com a brisa marítima. Lembro da sua mão a deslizar nas minhas costas. Quero voltar. Presente momento de passado. Relembro. Não quero ficar. Futuro de encontro com o tonto desafio do sobreviver. Novamente, quero ver. Quero sentir. Abra os seus braços e me feche em um abraço para que eu possa amar. Continuo a imaginar se o diferente mergulhasse de cabeça em um destino de possibilidades uniformes . Penso que se eu tivesse sacrificado um tanto do orgulho, as formas do esboço que chamamos "entrelaçar" alcançaria uma arte final de degustar. Se o meu erro foi sinistro, apenas conquistei uma parte do que gostaria de ...

O Assassinato

Verso falso Mentira exata Amor carente Tiro no escuro Sonhos quebrados Noite perdida Resposta exata Poesia suja Situação engraçada Dizeres escondidos. Letra torta Precisa decisão Tremor noturno Ouvido aberto Imprecisa conclusão Música triste Crime passional Sangue inocente.

Bobeiras trocadas pelo MSN

Bruno diz: mas faz parte Leonardo Handa - un, dos, tres, toca la pared diz: mas tudo passa, até uva passa Bruno diz: até o ferro passa Leonardo Handa - un, dos, tres, toca la pared diz: isso mesmo Leonardo Handa - un, dos, tres, toca la pared diz: menos o Rubinho da Fórmula 1, este não passa Bruno diz: uahuahauuahuaha Leonardo Handa - un, dos, tres, toca la pared diz: mas o Felipe, este sim, é Massa Bruno diz: nossa Léo Bruno diz: coloca no teu blog essa Leonardo Handa - un, dos, tres, toca la pared diz: ihahiahiaihaihaihaihaihiahihaiha Leonardo Handa - un, dos, tres, toca la pared diz: ok, vou pôr Bruno diz: até o tempo passa Leonardo Handa - un, dos, tres, toca la pared diz: he he he he