Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

terça-feira, setembro 25, 2007

Duas boas ações em um mesmo dia

Fui e já voltei. Parece que o tempo passou tão rápido. Ou melhor, isso não é impressão, o tempo realmente passou depressa demais. Mas deu para aproveitar ao máximo e nas últimas conseqüências a capital paranaense. Agora resta a saudade, sobretudo da minha irmã. É incrível como a gente se diverte junto. Amo Curitiba, mas amo muito mais a Ana. Bem mais.
Pois bem, agora entra o momento "coisas que só acontecem comigo quando estou na capital". Em determinada situação, que não cabe explicar agora, eu passei por uma Kombi. O veículo estava parado e, ao lado, tinha cinco freiras. Uma delas estava dentro. Passado um tempo de observação, vi que elas começaram a empurrar a Kombi. Percebi que estavam tentando fazer o negócio pegar no tranco. Na primeira tentativa, não conseguiram. Eis, então, que os olhos abençoados de uma me avista e me pede: - Oi mocinho, tudo bem? Será que você poderia nos ajudar? - Eu, todo benevolente, pensei: - Por que não? Aproveito e já faço minha caridade do dia.
Assumi a boléia da coisa que, no caso, era uma Kombi. E as cinco freiras empurrando, todas trajadas, devidamente. Parecia que elas tinham acabado de sair do filme Noviça Rebelde. Na minha primeira tentativa de fazer pegar no tranco não consegui. A Kombi travou. Daí eu gritei. Gritei mesmo: - Vamos de novo! Fé em Deus! - Uma das freiras me respondeu, empolgada: - Fé!!! Elas começaram a empurrar de novo, engatei a segunda e não é que Deus ouviu, pois a porra da Kombi ligou.
Desci do veículo, elas me agradeceram, fiz minha boa ação, elas partiram felizes para um encontro de freiras paranaenses com a presença do padre José Maria. Aí acendi um cigarro e vi elas indo embora, todas felizes cantando um salmo. E, assim que dei a primeira tragada, aconteceu o que sempre ocorre quando estou na capital, alguém me pediu um cigarro. Foi então que realizei a minha segunda boa ação do dia. E segui feliz!

sábado, setembro 22, 2007

Intenso

Então aqui, pensando um pouco lá, já que pessoas queridas estão. Muito em diversão, um tanto de distração. Embora a vontade seja, infelizmente, uma volta acontecerá. Ainda mais sinto que estabelecer é impreciso, porém, é preciso acreditar. Quem sabe um dia quando o verão não acabar. Agora quero sentir outra vez as ondas acertarem as minhas pernas. Quero de novo o sol fuzilando os meus olhos. Quero um sentimento dilacerando a minha alma. Quero me sentir livre no local de felicidade. Não quero lembrar das canções ruins. Não quero ler os textos de perdição. "Quero um amor com pedaço de fruta mordida".
Sinto que o retrocesso não é a ocasião. Não procura em nada a perfeição, já que a imperfeição sempre me chamou mais a atenção. Gosto do cheiro dos perdedores, da fumaça desgraçada que se espalha pela maresia. Adoro descer no trapiche das memórias poéticas e livres. Encontrar nos rostos dos admiradores da ilha uma verdade que volta a ser virgem devido ao lugar que emana descontração. Pessoas que antes tímidas descobrem um sopro de alegria de pura combustão. Uma liberdade não alcançada entre os fios de conecção.
Quero aquilo que nunca deveria ter saído. Visualizar o novo que ainda não foi criado. Descobrir um capricho não revelado. Desfrutar da carne não abatida. Beber um gole de novidade antes de entrar na madrugada querida. E depois de aproveitar os minutos que desvelam, quero lembrar o passado sofrido, os momentos ressucitados e os casos contados. Tudo ao som de The Coral ou outra bandinha de som delicado.
Então, agora aqui, embora pensando um pouco acolá, vou aproveitar os dias que ainda me restam, já que a proposta é o intenso.

segunda-feira, setembro 17, 2007


sexta-feira, setembro 14, 2007

Aimee

Ando tão on-line que adoro ligar o computador nas primeiras horas do dia. O Windows XP sempre me diz logo pela manhã: bem vindo. Ninguém - pessoa física - me deseja isso quando chego ao trabalho. Só a máquina que uso diariamente. O cérebro eletrônico, aquele mesmo que o Gil cantou.
Ela é a companheira perfeita. Escuta comigo as músicas que eu mais gosto, me ajuda no desenvolvimento dos textos, das diagramações e ainda me acompanha nas leituras pelos sites que acesso. Às vezes a Aimee, como chamo carinhosamente o meu computador, resolve pirar, travar, complicar. Mas nada que um reset não resolva. Uma pena as pessoas não terem também um botão reset para ajeitar as coisas.
Nos últimos meses a Aimee tem recebido muitas informações, sobretudo musicais. Ela também ganhou um companheiro, um acréscimo para a sua atualização no mundo pop: um iPod Shuffle. Ficou tão feliz quando eu baixei o iTunes, pois, até então, Aimee não tinha nenhum programa da Apple, só da Microsoft. É praticamente uma roupa da Prada. Deve ser por isso que ela não está me tirando do sério. Afinal, sabe como são as máquinas, elas precisam de um agrado de vez em quando. Como as mulheres. As reais, é lógico.
Aimee está ouvindo muito Feist, Nick Drake e Charlotte Gainsbourg, filha do soberbo Serge Gainsbourg, o cara com o dom de compor músicas lindas e sensuais, por vezes eróticas, mas não no sentido "Madonna" da palavra. Não estou dizendo que a cantora é vulgar, pelo contrário. Ela abusa, assim como o Serge. No entanto, ele é mais classudo. Já a Madonna é CLASUDA, seja lá o que isso queira dizer.
A minha máquina é bem eclética. Às vezes também é versátil. Em alguns momentos é palhaça. Ela está me ajudando a desenvolver um novo estilo jornalístico, o Jornalismo Bozo. Sem drogas, só confetes, nariz redondo e vermelho, além de algodão doce. Mas, com cerveja, cigarros e muita música do Réu e Condenado. Aliás, essa dupla de Goiânia é puro escárnio. Do bom. Sinta só uma das pérolas poéticas dos caras:
"Eu sou tão mal / Que eu teria dois carros num país comunista / Eu sou tão mal / Que o meu hobbie em casa é brincar de legista / E você ainda quer ser o meu amor".
Esta frase é muito linda. E os caras ainda são proféticos, pois eles lançaram o primeiro disco em 2004, período em que o Brasil não estava passando pelo caos aéreo. Na canção, Encontro de Família, a dupla comenta que Santos Dummond ficaria revoltado com a atual situação da aeronáutica. Bacana.
A Aimee gosta e eu me perdi neste texto. Comecei com "bem vindo" e terminei em escárnio. Voltarei ao trabalho.

quarta-feira, setembro 12, 2007


Baixo momento no período tosco de amor vagabundo. Um moribundo ansioso vaga pelos corredores da razão. O cuspe da paixão escorre na escuridão. O coração assassina todos os prazeres da aproximação. A cada tiro de sentimento, o bando procura se esconder entre os móveis de saudade.

A cena é de puro terror romântico. É a eterna luta contra o tráfico do amor. O grama da droga é caríssimo. Amor direito na veia é chaparral.

Por isso a troca de tiros no Morro do Foderoso.

O amor é a droga perfeita.

terça-feira, setembro 11, 2007

segunda-feira, setembro 10, 2007

Escondidas Verdades


Truques ambíguos
De ordinária beleza revelada
No coração mais perfeito
De uma alma torturada.

Falsa condição projetada
Nos dizeres mais concretos
Nos sorrisos mais discretos
Mas foram nos olhos
Que explícitos revelaram
A condição incorreta.

Nuvem de pólvora
Em um quarto amarelo
Repleto de angústia.

Um dia, quem sabe,
Encontrem as verdades.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Por uma vida mais ordinária



Para que chegue logo o final de semana. Para que a vida seja mais inconseqüente. Para que a madrugada de quinta para sexta seja... simplesmente seja. Que o cigarro queime o filtro. Que a bebida desça gritante. Por uma vida mais ordinária. E marginal.

terça-feira, setembro 04, 2007

Poema: Leonardo Handa - Foto: Rogério De Conti