Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

quinta-feira, junho 25, 2020

Vou estraçalhar o meu peito. Vou cuspir o azedo. Vou dar um beijo seco. Vou chupar o amargo. Vou contar os segundos. Vou atirar nos minutos. Vou atropelar um coração. Vou sofrer o caramba. Vou reviver o futuro. Vou viver o passado. Vou praticar o presente. Vou me perder na estrada. Vou pedir uma carona. Vou viajar pelo deserto. Vou ser amigo da solidão. Vou encontrar a derrota. Vou cortar a cabeça. Vou cheirar óleo diesel. Vou ressecar o olho. Vou furar a mão com um prego. Vou subir uma montanha de pó. Vou sorrir a tristeza. Vou desapegar o contato. Vou desejar um abraço. Vou querer muito mais. Vou pensar no roçar de pele. Vou querer algo mais. Vou lembrar de você. Vou novamente sofrer. Vou correr pelas escadas. Vou encontrar o topo. Vou pular no abismo. Vou cair com os olhos abertos. Vou dormir para te achar. Vou sonhar para viver.
Melancolia minha, daquilo que vivi ontem, ou daquilo que vivo agora.
Melancolia nossa, tão ausente quanto tu.
Melancolia outrora, futuro breve, obtuso instante.
Melancolia a noite e ao dia.
Melancolia boa deste momento
Melancolia ótima para refletir
Melancolia incrível para amar
Melancolia linda ao vento.
lsH
Esse Meu Doce Matar
Quebrei a cara.
Que cara eu sigo?
Persigo o curto.
O caminho fácil.
Qual a graça?
Pergunta simples.
Sigo errado.
Pelo menos, acho.
Se acho,
Certeza
Não tenho.
Mas se tenho algo
Algo talvez
Eu sinta.
Analiso
E sintetizo
O que escapa.
Um mapa
De fragmentos
Descolados na memória
Soltos por aí
Em ilhas digitais
Sem reset
Sem delete
Sem gilete
Sem deleite.
Troco um destino
Por dois carinhos.
Mas tenho
Carência?
Só aderência
De permitir
Meu egoísmo.
Penso
Logo, resisto.
Desisto
Ao contrário
Pois sou
Bem otário
Quanto ao sentimento.
Queria o inverso
Mas serei frio?
Não entendo.
Compreendo que afasto
Todavia é meu erro?
Porém, contudo, senão?
Quem sabe você
Que me abrirá
Abrigará aqui
Uma resposta acolá.
Enquanto isso,
Vou ali
Sozinho fumar
Algo que
Pelo menos
Me faça sentir,
Nem que seja
Esse
Meu
Doce
Matar.
lsH
Até de amor nos curar
Nada se compara a você.
Eu queria ter um derrame de amor,
Por ti.
Meu rádio toca a mesma canção
Meu tímpano está viciado
E o meu corpo também.
Por ti.
Respiro aquilo que te cheirei
Do peito até sua nuca
Da tatuagem até a virilha.
Nada se compara a você
E tenho medo
Que tudo será comparado,
Nos próximos,
Nos outros,
Nos vácuos.
Eu queria ter uma ferida contigo
Que continuasse aberta
Até de amor nos curar.
lsH
Na aventura dos sentidos
O tempo resgata os perdidos
E aquele ali, que antes
Escrevia poesias marginais
Agora elabora discursos
Para os petistas.
E o calor de seus lábios
Hoje esfriam o amor
Que os direitistas, ora exacerbados
Portanto cancelam
Gritos exacerbados.
No trajeto da sua letra
Algo ecoa nesse ouvido
Porque no outro, eu duvido
Que a Marina vá profanar.
Mas na aventura dos sentidos
O tempo resgata
Até os esquecidos
E a dança cega da digitação
Far-se-á breve, por obrigação.
Vou estraçalhar o meu peito. Vou cuspir o azedo. Vou dar um beijo seco. Vou chupar o amargo. Vou contar os segundos. Vou atirar nos minutos. Vou atropelar um coração. Vou sofrer o caramba. Vou reviver o futuro. Vou viver o passado. Vou praticar o presente. Vou me perder na estrada. Vou pedir uma carona. Vou viajar pelo deserto. Vou ser amigo da solidão. Vou encontrar a derrota. Vou cortar a cabeça. Vou cheirar óleo diesel. Vou ressecar o olho. Vou furar a mão com um prego. Vou subir uma montanha de pó. Vou sorrir a tristeza. Vou desapegar o contato. Vou desejar um abraço. Vou querer muito mais. Vou pensar no roçar de pele. Vou querer algo mais. Vou lembrar de você. Vou novamente sofrer. Vou correr pelas escadas. Vou encontrar o topo. Vou pular no abismo. Vou cair com os olhos abertos. Vou dormir para te achar. Vou sonhar para viver.
Já fomos mais inteligentes
Já fomos mais sagazes
Já fomos mais felizes
Já fomos mais interessantes
Já soubemos escrever.
Já soubemos interpretar.
Já fomos mais leitores.
Já fomos mais amáveis
Já fomos mais amantes
Já fomos mais sorridentes.
Já soubemos distinguir.
Já soubemos brincar.
Já fomos mais futuro
Hoje somos saudosistas
Para o bem e para o mal
Até a morte, amém.
lsH

sábado, junho 20, 2020

Sons



O ouvido alheio
Se irrita
Na gíria que grita
De uma sala qualquer

Fica difícil relaxar
Na confusão dos sons
Que não comunicam
Na caixa que pulsa.

O convívio que cansa
Quando o ruído alcança
A distração do fato.

Cansei de ignorar
Essa repulsa que dança
O meu desesperar.

lsH - 20 de junho - 20h45

terça-feira, junho 16, 2020

Bloody Paper


Sangrando em páginas
Rabiscando o desejo
Aproveitando o momento
Curtindo o sofrimento.
Vendo o tempo
Apreciando o vento
Lambendo o rosto
Jogando palavras
Destacando o argumento.
Sangrando em linhas
Desfilando o sentimento
Olhando a foto
Observando o tratamento.
Sangrando em frases
Justificando pensamentos
Rabicando gerúndios
Desligando sortimentos.
lsH