Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

quinta-feira, junho 30, 2011

Dilacerante concerto que vai causando lamúrias em meu tímpano, enquanto mais uma imagem da sua boca povoa sem perdão a gelatina cerebral da minha cabeça. O enlouquecimento em banho-maria não seria aprovado nem pelo mais malvado ditador, mas se você acha que aos poucos vou esquecer, tenha a certeza de que isso não ocorrerá.

O profundo já foi marcado e vou aguardar a promessa de ser abrigo ou abrigado. Tenho a noção do fator tempo que, de repente, nem eu tenha a meu dispor, afinal o ponteiro maior vai consumindo minha vida. Espero que não se arrependa depois, pois quando acontecer a vestimenta, não quero lágrimas sob o vidro.

Todo o meu respeito está explícito, mesmo nessa loucura do aguardo. Às vezes tenho a doce vontade de arrancar meu coração pela boca e levá-lo flamejante até a sua casa. Em outros momentos, tenho vontade de arrancar os olhos do terceiro que, com palavras audaciosas, acabou quebrando um rito de passagem. E eu espero.

quarta-feira, junho 22, 2011

Morte |Lenta|

Dói sempre quando insisto em seguir os seus caminhos digitais. É praticamente meu auto-flagelo. Não sei o por que disso. Dói ainda mais quando leio suas palavras dizendo que o ama. Meu coração bate mais forte, sinto que terei um AVC, que meu cérebro vai parar, que meu mundo vai morrer. Fica a percepção de que tudo o que foi dito era mentira, que servi de fantoche para algo que nem sei. Parece que as coisas, para ti, foram uma farsa, uma brincadeira de adolescente conquistando-me como se eu fosse um mero prêmio, um mero desafio de verdade ou consequência. Senti-me ultrapassado por seu suposto explorar.

O último escrito dizia que você correria atrás, mas começo a duvidar, tamanha declarações amorosas que eu vejo serem dedicadas ao outro. Então é isso? Como vou pensar o contrário se até semana passada estava tudo ruim e agora até a saudade dos beijos dele você sente? A tristeza escorre delicadamente pelo meu rosto.

Minha alma já cansada agora pede para parar. Foram tantos desencontros informacionais de tramóias que quase derreteram o meu cérebro. Eu estou sofrendo, como estou. E não tenho ideia alguma de como você está procedendo a história junto aos outros. Machuca. Cutuca. Esfola. Sangra. Dilacera. Provoca.

Agora fico a duvidar de tudo. Não consigo acreditar quando disse que iria terminar. Eu me cortaria para continuar, eu levaria uma bala se fosse preciso. Eu arriscaria a última saúde que a minha cabeça ainda permite. Mas, pelo jeito, tenho que me contentar com a morte lenta.

quarta-feira, junho 08, 2011

Sorriso Torto

Eu tenho um sorriso torto escondido na memória, que sempre revejo quando nos sonhos eu encontro. Enquanto os dias passam e vou perdendo os seus beijos, me transporto na lembrança para tranquilizar o sentimento.
Não tenho certeza das coisas. Posso estar corrompendo algo belo e me sinto um intruso. Vale o risco? Eu risco o lógico para reverter em analógico a vontade real que preciso do calor, do abraço e do sentir da sua orelha enroscando em minha barba.
Não sei o procedimento, apenas invejo o quem que sente de fato a sua pele. E eu tenho medo de não corresponder. Meu fruto continua proibido, muito pior do que a maça que aquela disse ter devorado. Seria eu a serpente? Gostaria que o outro retrato do amor invertesse essa indagação e me trouxesse como solução. Eu sei o que quero. Quero que os meus braços se fechem em você, eu quero que você carregue o meu sono, que me leve para longe daqui: dessa permanência contemplativa que eu quero vê-la em explosão de amor.
Eu admiro o seu contato ao pé de ouvido, pelo aparelho móvel que movimenta a sua voz junto ao meu tímpano. Parece pouco? Neste momento para mim se torna muito. Queria um tanto mais, óbvio. A atual conjuntura desvia a possibilidade do encontro e eu confesso que não sei como agirei com o futuro, mas procuro não responsabilizar esse algo para o empecilho da consumação maior do sentimento.
Desejo as sílabas do seu nome, a grandeza do seu coração, a perspicácia do seu lábio, a firmeza do seu gostar e o carinho que me torna melhor. Eu necessito do seu contato que me deixa bobo, da sua companhia que me deixa doido, do seu olhar que me deixa torto, como o seu sorriso, que, enquanto isso, fica escondido em minha memória.

quarta-feira, junho 01, 2011

Meu fone diário me carrega a outros frutos de pensamentos desesperados. Aquela canção adolescente retorce o meu cérebro enquanto tento esquecer um presente que ainda nem aconteceu. O estranho desejo de te abraçar figura entre o Top 5 das minhas vontades diárias. Todos os outros postos cabem a você. Primeiro a boca, depois as orelhas, seguidos dos olhos e pés. Sim, tenho um lado podólogo. Ele se exacerba a partir do momento que descarrego minha visão para baixo.

Tenho saudades de algo que ainda não por completo degustei. Eu quero. E eu vou esperar com toda a garra possível, mesmo que o céu desabe em um encontro infernal de ateísmo, mesmo que o céu desabe os anjos em uma fúria de massacre, mesmo que o céu mostre que o futuro não seja esse meu pensado.